Perdão Negado

135 15 12
                                    


Vegeta observava a movimentação das pessoas atravessando a rua enquanto o pai freava o carro diante do farol vermelho. Seus pensamentos, agora distantes, retornavam aos minutos anteriores, quando estava no quintal quase em ruínas da casa de Bulma.

Por um instante, ele considerou entregar as cópias do processo ao encontrar aqueles olhos azuis, que misturavam medo e desafio. Sentia-se perdido nos lábios proeminentes e convidativos dela. O perfume doce que emanava de Bulma ficou gravado em sua memória, assim como as palavras duras que ele proferira.

" ㅡ Aqui está o preço da sua ignorância..."

A respiração ofegante de Bulma dizia muito, acompanhada pela surpresa de ser pega desprevenida. Aquilo mexeu profundamente com Vegeta, que se viu pensando nela e se apegando aos detalhes físicos da mulher em que ela havia se transformado. Linda.

A voz ansiosa do pai ao volante o arrancou de seus devaneios. ㅡ Eih Vegeta estou falando com você!

ㅡ Ãnh? O que?

ㅡ Está no mundo da lua garoto?

ㅡ Desculpe eu estava pensando...

ㅡ Pensando em quê?

ㅡ Deixa pra lá...

ㅡ Quem essa garota esta pensando que é? Logo o pai dela vai estar em frente aos tribunais, espero que esse assunto entre nós fique finalmente resolvido de uma vez por todas...isso significa mais dinheiro na mão... ㅡ disse Sr Vegeta esboçando um sorriso sarcástico nos lábios.

ㅡ Olha eu não acredito que eles tenham dinheiro pra nos pagar, o senhor não viu o estado da casa onde estão morando agora?

ㅡ Eu não quero saber! Isso não é problema nosso.

ㅡ Escuta, o que houve de verdade para o senhor desfazer a sociedade que tinha com o senhor Briefs? ㅡ perguntou Vegeta estreitando os olhos.

Ele notou a expressão de seu pai mudar enquanto olhava para o trânsito à frente. Um breve silêncio se instalou dentro do carro antes que ele respondesse.

— Eu não quero me aborrecer mais com esse assunto... — disse o Sr. Vegeta, engatando a primeira marcha e acelerando o carro.

Vegeta não era bobo. Ele percebeu que sua pergunta deixara o pai desconfortável, então desviou a atenção para a paisagem da cidade que passava rapidamente diante de seus olhos.

Bulma entrou em casa e lançou as folhas em cima da mesa e puxou uma cadeira arranhando o velho piso da cozinha, sentando se inconformada nela.

Sem acreditar no que estava acontecendo com ela e a família, deixou algumas lágrimas caírem perdidas sobre a mesa. ㅡ Isso só pode ser um pesadelo, o que eu vou fazer agora?

As horas pareciam se arrastar durante o dia, Bulma permanecia de cabeça baixa debruçada sobre os papéis do processo, quando ouviu o som de chaves girando na porta anunciando que um de seus pais haviam chegado em casa. Rapidamente ela tenta esconder os papéis atrás das costas ao ver a mãe entrar na cozinha. ㅡ Oi querida? Você está bem? Alguma notícia do carro?

ㅡ Não! Infelizmente não...

Sra Briefs franziu o cenho ao perceber que Bulma escondia algo atrás dela e resolveu se aproximar devagar olhando diretamente nos olhos da filha. ㅡ O que você está tentando esconder aí atrás?

Bulma sabia que mais cedo ou mais tarde teria de contar o que estava acontecendo e resolveu abrir logo o jogo para a mãe que a olhava intrigada. ㅡ Veja. ㅡ disse ela de forma direta entregando os papéis nas mãos da mãe que começou a examinar o que havia nele.

Como é que te esqueço?Onde histórias criam vida. Descubra agora