A quem você quer enganar?

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"Tá", ele tinha certeza que ela estava mentindo. Ele a conhecia bem, mesmo depois de ter passado alguns anos fora do convívio dela, tinha coisas que ele percebeu não ter mudado nela. Desistir? Vegeta no fundo não estava disposto a fazer isso, mas ouvir que ela amava aquele imbecil feriu seu orgulho de todo modo ㅡ, nunca tinha levado um fora como aquele. Ainda remoendo o que ouviu a poucos minutos, ele virou se de frente para a floresta calculando o tempo que levaria para chegar ao primeiro acampamento, já que subir pela cachoeira seria impossível, não é mesmo?

Engolindo como se estivesse com um bolo entalado na garganta, Bulma olhava para ele percebendo que seu plano de afasta-lo, aparentemente havia dado certo. Ele ficou magoado, eu disse magoado? Ele ficou puto. E conhecendo Vegeta como conhecia, ela sabia que suas próximas horas ou até mesmo dias, teria de aguentar o estado de "ânimo" que provocou nele. Ao se dar conta de que não estava mais com a mochila nas costas, ela saiu andando devagar na frente e pegou um pedaço de bambu para ajudá-la a caminhar sem muito apoiar a perna direita, que começou doer devido a um machucado no joelho.

ㅡ Eih! O que houve com sua perna? Consegue andar? ㅡ perguntou ele ao vê-la sair mancando.

ㅡ Tá tudo bem, o joelho está doendo um pouco mas dá pra aguentar...

Depois da resposta dela, ele olhou para os lados conferindo se o caminho que iriam começar a trilhar seria seguro, ele não tinha noção do que poderia encontrar e acreditava que seguindo na direção em frente chegariam no primeiro alojamento. Não demorou muito para Bulma avistar alguma coisa familiar boiando perto da margem do rio, sim! Era sua mochila.

ㅡ Meu Deus que sorte!

Vegeta a esperou pegar a mochila parado em pé próximo a algumas árvores olhando em redor deles, algo dentro dele dizia que não estavam ali sozinhos. Bulma chacoalhava a bolsa de tecido impermeável que comprou especialmente para essa viagem, que por sorte havia sobrevivido a queda sem maiores danos, ela abriu rapidamente a bolsa conferindo o que tinha dentro, e logo fechou colocando-a nas costas.

ㅡ Podemos ir agora. ㅡ disse ela sem jeito ao notar a cara séria do Vegeta olhando para ela.

Eles agora não sabiam como agir direito um com o outro. Os dois mantinham se quietos ㅡ mesmo com tanta coisa ㅡ mal resolvidas os cercando. O que havia ali em comum, era apenas a vontade de sair sãos e salvos daquela floresta.

Vegeta queria poder contar a ela que estava investigando o pai por conta de suas desconfianças, mas ela não queria ouvir! Estava obstinada em acreditar que ele não passava de um cretino que rejeitava a namorada grávida pra ficar com ela por algum outro motivo que não era amor, mesmo, ele tendo dito com todas as letras que a amava antes de caírem água abaixo...

Durante a caminhada beirando o rio, era inevitável não olhar para aquele shorts curto molhado e colado junto ao corpo dela. Vegeta sempre foi louco por ela, viveu muito tempo escondendo isso e quando por fim resolve dizer tudo que sente; ela o rejeita. Algumas vezes passava horas do dia pensando se a vida tivesse sido diferente com eles dois...

Com esses pensamentos rodeando a mente foi capaz de esquecer até mesmo a dor de cabeça que sentia, e agradeceu a Deus por não ter sido algo grave. Sem tirar os olhos do caminho a frente, ele a viu escorregar em uma das pedras e se desequilibrar quase caindo em um buraco próximo ao rio.

ㅡ Cuidado! Não olha por onde anda não?

Pensando em cair no buraco, ela sentiu seu corpo ser abraçado por trás, com o hálito quente dele batendo contra seu pescoço. Aquela sensação a deixou imóvel por alguns instantes. Seus olhos se fecharam ao se deparar com o toque reconfortante das mãos dele ao seu redor. Naquele momento, ela soube que só existia um homem capaz de desestabilizá-la daquela maneira

Como é que te esqueço?Onde histórias criam vida. Descubra agora