00.6 - Sendo perseguido

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Sabe quando você se sente um pouco perdido no tempo, como se tudo à sua volta estivesse ocorrendo de uma forma absurdamente rápida, e você sente que simplesmente não consegue acompanhar o ritmo, por mais que esteja tentando e dando o seu máximo. Pois bem, é assim que o pobre Yoongi está se sentindo. Sua pequena cabecinha está presa em uma vida monótona, em uma vida pacífica e diária. Uma vida que antes ele tinha, e agora, não tem mais.

É difícil para Yoongi assimilar alguns momentos, e isso só mostra o quanto sua vida está sofrendo diversas mudanças.

Talvez esses pensamentos e teorias apenas esteja sendo algo de momento, contudo, é um pouco complicado para o ruivo tirar conclusões precipitadas nesse pequeno momento tão irritante para si, afinal, Yoongi podia sentir suas mãos doerem por estar segurando na base de metal do ônibus para ter um pouco de equilíbrio. Porém, pela sua falta de paciência, decidiu entrar no primeiro transporte que viu na frente, o ruivinho nunca se sentiu tão arrependido em toda a sua vida.

O ônibus estava completamente lotado, não havia um simples espaço de sobra para se mover — nem que fosse um pouquinho suas pernas. Em sua cabeça martelava a questão "Por que não peguei o metro", mas era claro para Yoongi, ao sair rápido do seu apartamento, havia esquecido de pegar o passe da catraca que estava em seu criado mundo. Como sempre, tudo estava ocorrendo como esperado em sua vida sem cor. O ruivo tinha certeza que muitos invejavam a sorte que carregava sobre seus ombros, afinal de contas, até ele sentia.

Em suas costas estava o terno que havia alugado para o baile de fim de ano, não era algo muito exagerado, e por mais que a poupança de Yoongi seja gorda, ele era um tremenda mão de vaca e odiava gastar dinheiro com coisas que não valiam a pena. O Min havia ficado um pouco em dúvida sobre qual cor escolher, contudo por causa da insistência do vendedor, decidiu pegar a cor vermelho escuro, o vendedor alegou que iria combinar com seus cabelos. O ruivo achou uma ideia estúpida, mas como no momento estava começando a sentir fome, se deu por vencido.

O ruivo levantou seu rosto, e direcionou seu olhar através da janela um pouco embaçada do transporte público. Assim que notou estar perto do seu ponto de desembarque, levou sua mão direita até a cordinha que ficava presa ao metal, e simplesmente a puxou, anunciando sua descida ao motorista. Infelizmente teve que empurrar alguns passageiros que insistiam em permanecer em seu caminho, mas fazer o que; desceu os primeiros degraus com uma certa calma que nem fazia ideia que ainda tinha dentro de si. Pulou para cima da calçada e não tardou a caminhar à espreita em linha reta.

A poucos metros de distância seu apartamento já podia ser visto, e agradeceu aos deuses por isso. Olhou para ambos os lados da rua e atravessou rapidamente com um certo receio de surgir um carro entre as ruas e simplesmente o atropelasse. E por coincidência do destino, encontrou o Lee encostado com seus braços cruzados na portaria do edifício. Detalhe que devemos destacar, ele sustentava uma cara nada agradável. O ruivinho se aproximou cautelosamente, mas assim que ganhou a atenção alheia para si, relaxou seus ombros e soltou um leve suspiro entre seus lábios, e novamente naquele dia gosto amargo do arrependimento estava sobre sua língua.

— Oe! — Minho falou com sua voz um pouco exaltada, assustando quem passava em volta, ele tinha total consciência de que estava gritando e que infelizmente o ruivo não vai escutar, porém foi mais forte que si.

O Min rolou seus olhos.

"Bom dia Minho" — Sinalizou com suas mãos em desânimo.

O ruivo parou a sua frente.

— Bom dia? Você não escutou eu te ligando!? — Perguntou com seus cenhos franzidos fitando os olhos alheios.

"Isso era para ser uma piada?" — Perguntou com seus olhos semicerrados.

Killer Boy JJK ✗ MYGOnde histórias criam vida. Descubra agora