Peligro

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Emma Swan

A informação havia mexido em algo dentro de mim, pensando se o que eu havia sonhado tinha sido meu sexto sentido em ação, porém neguei com a cabeça, recusando acreditar na hipótese. Sorri encarando o celular, sentindo uma felicidade incontida, deixando aquele sentindo me percorrer com toda sua força como a muito não sentia.

"Vingança poderia ser lenta e justa" Meu cérebro sussurrou.

Eu estava ganhando aos poucos e avançando em um terreno que eu sabia ser perigoso, principalmente com as minhas pretensões, mas ainda sim iria valer a pena. Iria crescer, subir e conseguir meu dinheiro. Simples, fácil e direto, sem muitos pensamentos, totalmente limpo... Seria melhor assim.

— Que sorriso é esse? — Fiona perguntou, rindo do pequeno susto que levei ao ver sua cabeça para fora da sua porta — Qual foi o passarinho que te deixou assim?

Quis me repreender por abaixar a guarda no meio da empresa, mas apenas dissimulei um sorriso mais tranquilo, recuperando minhas atitudes tradicionais.

— Oh, nada — Balancei a mão como se dispensasse aquela ideia — Apenas mensagem da minha família.

— Não sei não, hein... — A morena cantarolou, andando até minha mesa para se apoiar ali, abaixando seu corpo para ficar com o rosto na minha altura — Não parece um sorriso direcionado a parentes. Não foi fraterno, foi... Malicioso.

Continuei mantendo meus olhos presos aos seus, captando seus detalhes muito mais de perto do que qualquer outro momento, refletindo como diabos uma mulher como ela acabou presa ao estúpido do Graham. Inclinei a cabeça para o lado, analisando, mesmo que minha expressão fosse inocente.

— Não, quem me dera ter sido isso — Ri, apoiando meu queixo na mão — Apenas notícias da família mesmo, algumas coisas que nunca mudam. Tradição nossa.

— Que pena — O bico que a mulher na minha frente fez me colocou uma interrogação na cabeça. Ela estava sendo sincera? — Bom, de qualquer forma, preciso que me ajude com uns documentos.

— Claro! — Afastei a cadeira, me levantando sob o olhar analítico de Fiona, o que me deixou atenta.

— Que blusa bonita — Elogiou, aproximando sua mão para a tocar o tecido — Seda? Dei uma igual a essa para Regina — Desceu seus olhos pelo meu corpo, olhando tudo.

— Que engraçado, é minha blusa favorita — Menti, rindo, porém tensa com seu toque na área da minha barriga — Não lembro onde a comprei, mas o tecido é uma delícia.

Fiona não insistiu mais, soltando-me para voltar para sua sala com um sorriso gélido em seu rosto, e ele não chegava aos seus olhos como deveria. Passamos boa parte da manhã trabalhando, terminando tudo que precisava ser batido para concluir o segundo mês que completaria ali, que, sinceramente, passou voando. Mas não importava, eu tinha um prazo de cinco meses.

A morena parecia tranquila ao trabalhar comigo, mesmo que cada vez mais eu desconfiasse das suas atitudes em muitos graus, principalmente quando a via perto de Regina, pois havia algo ocorrendo ali, era nítido para mim. Risquei mais um documento antes de a empurrar para analisar, porém fomos interrompidas pela entrada tempestuosa de Graham, que nunca teve a o costume de bater.

Conti a vontade de tensionar o rosto, apenas observando a trama se desenrolando a frente dos meus olhos.

— O que diabos você fez, Fiona? — Exigiu, jogando um papel aleatório em.cima da mesa — O que porra você fez na conta?

— Como? — A voz da mulher sentada tremeu, assustada. Escondi meus punhos cerrados entre a cadeira a minhas pernas, controlando a raiva.

— O que você fez com esse dinheiro? Olha isso — Pegou a folha outra, apontando para o valor enquanto sua voz retumbava no meio do ambiente, fazendo a veia do seu pescoço saltar — Mais de um milhão... O que estava pensando?

LETALIDADOnde histórias criam vida. Descubra agora