Vermelho

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Emma Swan

Margot estava abalada e seu psicológico parecia estar aos frangalhos, literalmente mexida com toda manipulação que parecia sofrer. Quando comentou que o hacker anônimo pedia coisas a ela eu já conseguia imaginar do que se tratava, afinal a menina era o braço direito de Kristin, era parte do setor de Tecnologia da Informação, lidava com todo o gerenciamento de informações da empresa, fazendo a distribuição dessas nas redes dos computadores, além de também estar diretamente envolvida no processamento de dados, na engenharia de software e a parte de hardware próprio dos carros.

Margot era uma peça vital de Midas, assim como sua chefe, Victoria, Regina e Fiona. Eram todas tão importantes quanto Gold ou Graham. E aí que meu pensamento dava um giro de 360° graus, sabendo que cada uma daquelas mulheres poderiam ser alvo de ataques ou tão culpadas quanto.

Apoiei a cabeça no vidro frio do metrô, já voltando para casa, pensando um pouco mais sobre o dia agitado. Minhas reflexões transitavam entre Fiona e seu olhar muito mais felino de uns dias para cá, Regina e como me atrair além do físico por ela é burrice, e o almoço que não tive por conta do ocorrido com a funcionária de Kris, mas com certeza esse último momento me tomava.

A menina morria de medo de denunciar tudo para a polícia, mas eu daria um jeito naquilo, de algum modo, eu precisava interceptar aquelas mensagens e aí eu estaria com o bendito hacker na mão.

Eu já sabia de alguns pontos principais, como a amante do Graham que o visitava naquele hotel e para onde o dinheiro ia, mas ainda não havia imagens concretas desses dois pontos, porém eu tinha certeza que alguma coisa maior iria acontecer novamente, pois a retirada de dinheiro gradual mostrava isso.

A pessoa parecia fazer questão de limpar aos poucos a conta da empresa, fazendo o imbecil do Graham de bobo. Que o dono de Midas cooperava isso era visível ou ele já teria denunciado um roubo, mas pelo visto aquela reclamação com a própria esposa me dava a certeza que tudo estava fugindo do seu controle cada vez mais.

Saí do metrô olhando redor antes de puxar o celular do bolso, observando a mensagem de Ruby no aparelho extra:

Anônimo: Ponto Cego, 20h. Foi dado o mandato de prisão. Você sabe o procedimento.

Suspirei, bloqueando a tela, sentindo um pouco do peso que havia nos meus ombros sendo retirado. Apressei meus passos para chegar no meu apartamento, cruzando a recepção como um flash de luz, ignorando o elevador.

A cada degrau que subia era como se algo se agitasse dentro de mim, mistura medo e felicidade, onde os dois brigavam entre si. Eu o iria ver novamente e isso me dava medo, mas a felicidade de saber que o veria sendo preso por mim causa era algo também esplendoroso.

Poucas coisas conseguiam ultrapassar os muros emocionais que criei, mas ele conseguiu, e conseguiu por traumas, pelo receio de que nos achasse e terminasse o seu trabalho daquele dia. Destranquei a porta de casa para observar o apartamento a meia luz, deixando-me triste ao notar que não havia tanta vida ali como havia na casa de Regina.

Ao lembrar da latina abri um sorriso, olhando para as roupas que eu vestia e ainda permaneciam com seu cheiro vagamente. Tirei a blusa de seda branca para tocar no seu tecido, sentindo sua textura suave entre meus dedos, tentando me apegar ao presente através dos meus sentidos, como o tato.

Fiquei contente ao ter certeza que não havia ninguém me olhando quando levei a peça ao nariz, inalando profundamente até deixar os nossos cheiros misturados me atingirem. Eu gostava daquilo, por mais confuso e estranho que fosse. Havia química e fogo... E a tendência era explodir no fim.

LETALIDADOnde histórias criam vida. Descubra agora