Bridge - Bônus

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OI?! Então, temos bônus curtinho pois minha mente escreveu isso em 20 minutos escutando uma música.

Aqui está a bendita música e é isso:

See me fall - Y2K Remix
https://open.spotify.com/track/5MLreTrtwv7fGyyAy0RyeB?si=DAzPDAMZT8yITwxXi3aHqQ&utm_source=copy-link&dl_branch=1


Regina Mills Trandafiri

Meus olhos correram afoitos para a parte de trás do carro, observando através do vidro traseiro os automóveis que nos perseguiam em alta velocidade.

— Acelera isso, Swan! — Berrei, desesperada ao ver as armas que se erguiam para fora dos carros que estavam cada vez mais próximos — Por que carajos você está diminuindo a velocidade?

A risada que cortou o ambiente tenso me fez encarar com incredulidade a loira que ria com ironia, fazendo-me olhar os ponteiros. Estávamos saindo de 200km/h para 150 com agilidade, enquanto era visível que os nossos perseguidores só se aproximavam cada vez mais.

— Eles não nos pegarão nem se facilitarmos, cariño — Disse Emma batucando no volante do carro no ritmo da música que tocava no rádio tarde da noite. O uso do apelido que eu dava a ela dito com sarcasmo me trazia a ânsia de a enforcar até cortar o ar antes de beijar seus lábios vermelhos pelo batom.

Seu vestido dourado erguia os seus seios com uma alça fina preta, fazendo o busto balançar com os movimentos do carro abaixo da jaqueta de couro. Sua cintura apertada no tecido era apenas um complemento para suas pernas longas desnudas apoiadas no salto negro alto demais para dirigir, mas a loira não se importava. Assim como não se importava em aumentar a velocidade.

— Se você quer morrer, morra sozinha, Swan — Avisei, retirando duas armas do interior da minha perna direita, conferindo se estavam cheias como havia deixado antes de ir para a boate, como foi combinado. Com um clique apontei o metal na temporada da loira que não deixava de sorrir — Agora acelere, cariño.

O sorriso não deixava os seus lábios carmim que murmuravam a letra da música, batucando a cada grave no volante. Revirei os olhos antes de soltar o cinto para ajoelhar no meu banco, abaixando o vidro do carro para deixar no ponto certo para o primeiro tiro que dispararia.

— Qual seu plano? — Questionei, evitando olhar para a mulher que dirigia, focada nos homens que nos perseguiam com ódio nos olhos. Havíamos roubado dinheiro de ladrões para devolver para a polícia de Nova York, nossa primeira missão juntas após o Caso Midas.

A gangue estava revoltada e haviam motivos, mas eu estava mais. Não era ciumenta, mas Emma com certeza ultrapassou meu limite sentando-se no colo de uma das esposas do mandante de todo aquele negócio estúpido, sussurrando alto demais que precisava se satisfazer pois não gozava a meses.

"Desgraçada" era o que meu cérebro berrava, mas nunca fui de deixar barato e não seria por agora. Fiz meu show no colo de um dos mais poderoso, deixando o vestido vermelho sangue de seda com detalhes em prata subir pela minhas pernas, remexendo em suas pernas rápido o suficiente para ver os olhos de Emma brilharem no semi-escuro da boate, presos no dedo do homem que percorriam minha coxa com voracidade e pressa.

Era uma guerra e nós duas nunca perdíamos. Nunca.

Bastou algumas distrações e Swan já estava fora com o dinheiro, encostada em um carro, fumando um cigarro que claramente havia sido roubado de alguém. Capturei o material de suas mãos, tragando uma única vez antes de jogar fora e escutar os gritos de atenção que escutamos e que nos levou a posição atual.

— Preciso que você atire nos pneus deles, dos dois lados, do meu e do seu — Swan explicou calmamente por cima do som, olhando através do retrovisor — Iremos entrar em um túnel antes de sair em uma ponte acima do rio e será nesse momento que diminuiremos a velocidade.

— E então o que? Eles nos pegam? — Minha voz demonstrava em ironia o quanto não tinha certeza no plano estapafúrdio que estava ouvindo.

— Apenas atire.

Neguei com a cabeça antes de permanecer ajoelhada no banco com a parte frontal do meu corpo voltado para os bancos traseiros, observando a rota que estava fazendo. Em apenas alguns segundos estávamos entrando em um túnel, voltando a aumentar a velocidade ao mesmo tempo que os dois carros negros atrás de nós duas, fazendo-me notar que quem dirigia era a vadia que Emma havia sentando em seu colo.

— Atirar no motorista de um dos carros geraria algum problema no seu plano, cariño? — Questionei a loira que me encarou confusa por um milésimo de segundo antes de olhar pelo retrovisor e sua mente clarear.

— Não seja precipitada, Trandafiri — O uso do meu sobrenome real me fez ter vontade de atirar em seu sorriso em vez da outra loira— Eu estava apenas brincando. Mas esqueça isso, mire nos pneus, estamos saindo do túnel.

Acenei positivamente, sorrindo com o plano que cruzava a minha mente. Se ela queria brincar, então brincaríamos.

O carro acelerou o seu máximo, causando um barulho ensurdecedor no túnel deserto com os três veículos antes de sair do túnel para o céu aberto da ponte no exato segundo que Emma diminuía a velocidade para emparelhar os carros enquanto eu apoiava um joelho no seu banco e no meu, ficando por cima da marcha, com os braços abertos de cada lado nos vidros abertos.

No momento que os carros ficaram lado a lado atirei a minha esquerda com precisão, escutando o som de tiros que procederam a isso, vidros se partindo e o do pneu derrapando enquanto minha boca se aproximava da orelha descoberta de Swan, mirando no carro dirigido pela mulher impertinente. Meu sorriso na pele pálida de Swan era a última coisa que ela viu após o tiro que deixei nos dois pneus do lado do seu carro.

— Duvido que essa loira sem sal te faria tremer como eu faço, Swan — Sussurrei, mordendo seu pescoço com força.— Não force tanto para mentir da próxima vez.

Emma riu alto, dando ré com rapidez, contando segundos que eu não entendia, mas assim que o carro subiu alguns centímetros entendi seu plano. A ponta estava sendo erguida no horário certo da madrugada, nos fazendo saltar de ré, deixando-me área por um momento antes de cairmos no chão outra vez, com meu corpo preso ao da espiã abaixo de mim.

Virei para frente novamente, observando os carros com os pneus murchos sumirem do outro lado da ponte, sem rota de fuga. A polícia estaria logo mais a frente, não havia como correr.

— Precisa confiar mais em mim, Regina — Emma cantarolou sendo interrompida pelo cano frio da minha arma puxando seu queixo em minha direção com força, deixando um beijo lento em seus lábios até todo o batom não estar mais corretamente no local. Estava feliz pela loira superar cada vez mais seu trauma com carros e o passado, mas às vezes beirava a insanidade.

Sorri em sua boca antes de sussurrar;

— Confiar em você? Nunca, cariño.

LETALIDADOnde histórias criam vida. Descubra agora