LETALIDAD

Paraíso

Regina Mills

A noite voou como uma corrida, onde os ponteiros iam mais rápidos do que os orgasmos que transpassavam meu corpo pelos toques de Swan, entretanto minha boca não parecia deixar a mesma em quase nenhum momento, então estávamos quites. Emma era como um termômetro, ia se adptando a minha temperatura e a noite toda eu não era nada além de quente, e a loira não foi nada além de exigências. Ao passo em que eu parecia viciada por suas mãos me estimulando, eu era completamente obcecada por seu corpo tremendo sob meus toques, como se isso provasse cada vez mais que eu estava ganhando nosso jogo confuso e não dito, entretanto, sempre voltávamos ao mesmo placar. Sempre empatadas, sempre iguais. Duas caçadoras em uma dança muito particular.

Não vimos quando caímos, mas antes que pudéssemos raciocinar o sono nos tomou de modo certeiro, fazendo com que dormíssemos sem pensar em nada além do descanso quando o céu já estava dando indícios de que o sol tomaria o espaço da noite. Misteriosamente, não dormi mal, Emma não se mexia muito e parecia tão cansada quanto eu, assim como também não tentou roubar o lençol de volta quando o fiz, a deixando nua e descoberta. Quando meus olhos se abriram, sendo afetados pela luz solar que passava pela porta aberta da varanda, a primeira coisa que vi foi o corpo encolhido da loira do meu lado esquerdo, quase começando uma posição fetal, nua, porém totalmente relaxada apesar dos arranhões que escorriam em suas costas e... Espere aí, aquilo na parte traseira das suas coxas era um resquício do meu batom?

Neguei com a cabeça, quase sorrindo ao pensar que havia a marcado, mas a menção de mexer meus membros fez uma dor conhecida se espalhar por mim. Desgraçada presunçosa, havia me destruído igualmente. Rolei os olhos, apoiando as mãos na minha barriga, pensando sobre o que eu tinha para fazer ou o que começaria a resolver assim que saísse do quarto de hotel, afinal precisava verificar se o plano da noite anterior havia seguido do modo que eu queria. Precisava saber se Fiona estava bem.

Fiona...

Suspirei, sentindo-me preocupada, mas o arfar que saiu da mulher ao meu lado apagou os pensamentos que me rodeavam, trazendo uma ideia a cabeça que soava muito mais atraente do que algumas outras coisas.

Apoiei-me no cotovelo esquerdo ao ficar de lado, levando a ponta dos meus dedos para a pele pálida e suave das costas de Swan, tocando delicadamente, mas recheada de segundas intenções. Minhas unhas faziam conexões com os arranhões que causei e os sinais que marcavam aquela área, a deixando atraente d emoções estranho. Permaneci o toque por alguns minutos, começando a me irritar ao perceber que a loira não iria acordar facilmente, então pressionei uma unha em sua pele, arranhando outra vez, vendo a vermelhidão cobrir a área, mas mesmo assim Emma continuava parada.

Bufei, odiava quando as coisas não seguiam do modo que eu queria, mas assim que pensei em usar todos os dedos para arranhar de cima a baixo, as suas mãos se moveram rápido ao se virar e segurar meus pulsos, sentando em meu colo outra vez. Seus cabelos bagunçados caiam um pouco para frente, mais curtos que o normal, fazendo-me franzir o cenho, mas fui distraída pelo corpo nu acima do meu que estava coberto pelo lençol sedoso.

— Você achava mesmo que eu estava dormindo? — Sua voz era rouca, mas muito desperta ao falar comigo.

— Era para estar.

— Não sigo muito o que você quer, se nao percebeu, Regina, e tenho o sono leve — Ergueu uma sobrancelha ao me ver desvencilhar de suas mãos — Apenas estava aproveitando seus "carinhos" matinais. Acorda todos assim?

Dei uma risada cruel antes de provocar de volta por suas perguntas impertinentes.

— Cada um deles — Falei lentamente, deixando minhas mãos inertes do lado da minha cabeça — Inclusive, aquilo era apenas o inicio.