Impulsiva

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Emma Swan

— Você conseguiu roubar o telefone da pirralha? — Ruby riu do outro lado — Mas é uma mão leve mesmo, hein.

Dei uma risada amarga ao pensar sobre isso, afinal não me orgulhava.

— Foi necessário — A assegurei antes de suspirar — Conseguiu o que eu pedi?

Apoiei meu quadril na pia, de frente para a entrada do banheiro, vigiando a porta.

— Claro que sim, Capitã — Brincou para voltar a ficar séria — Consegui os contatos que você queria, apenas uma mensagem e todos eles estarão disponíveis para o que você quiser. Já tem uma data?

— 4 de julho — Respondi, olhando o teto, reflexiva — Eles parecem estar agindo sempre usando cortina de fumaça, com festas, reuniões em boates, e bom... Temos o feriado do dia da independência e você sabe que ninguém aqui vai trabalhar.

— Parece bom — A hacker pareceu pensar do outro lado da linha — E se formos olhar a quantidade de dinheiro que está saindo eu até arrisco a dizer que aquela lá vai roubar o burro do Graham de uma vez, passando a perna.

— É bom provável, e temos que ficar atentas, pois isso vai tornar tudo definitivo — Apertei a ponte do meu nariz, prevendo o caos que seria — Quero que ocorra tudo ao mesmo tempo. Você já tem os nomes que pedi da alfândega e da fronteira?

— Tenho, não foi difícil achar alguém corrupto ali e pedi a alguns contatos meus que ficassem de olho — Ruby riu, se deleitando — Loirinha, você vai derrubar tanta gente.

— Ou eu derrubo, ou sou derrubada — Senti a amargura me tomando levemente — E eu não posso deixar ela me fazer cair, pois vocês vão comigo. Não é como se a agência fosse aturar mais problemas, ainda mais em uma operação dessa, quase megalomaníaca. Entre ela e nós, eu escolho a gente.

A hacker pareceu concordar, já que ficou em silêncio, parecendo estar pensando assim como eu, sendo levada de volta para a última missão onde eu preferi levar toda a culpa para diminuir os danos. Ruby nunca ficaria bem se perdesse o trabalho que a mantinha limpa, longe das drogas e das ruas, pois a sensação de pertencimento a algo importante ajudava no vício antigo, o que me fez colocar tudo sob as minhas costas, pedindo ajuda de Killian para cooperar.

— Não se preocupe, nós já temos provas de quase todo mundo e com o celular da Margot vamos conseguir o último nome que faltava ou só colocar mais um crime na ficha de mais alguém que já conhecemos.

— Ruby... — A alertei, séria — Tome cuidado com esses arquivos, eu quero quantas cópias você puder tirar, nem que seja em CD, fita cassete, sei lá, mas garanta que não vai perder nenhuma parte, pois tudo o que bolei precisa seguir o padrão correto dos acontecimentos.

— Eu já entendi, relaxa — Tentou me acalmar, mesmo que no fundo eu estivesse muito séria e tensa — Tá comigo, tá com Deus.

— Nem você acredita nisso — Impliquei, mexendo no meu cabelo com aplique ao me olhar no espelho, lembrando de Regina rindo — Falo com você depois.

Não esperei uma resposta, desligando logo em seguida. Fiquei satisfeita com o que via no reflexo, saindo para começar outro dia dentro de Midas, apreciando a arquitetura da empresa com mais cuidado, já que era um dos meus últimos dias ali, rindo internamente ao pensar que eu iria destruir aquele prédio espelhado de dentro para fora em milhões de pedaços com tudo que séria revelado.

Imaginar que aquela mulher era tão esperta não me assustou, pois nunca a subestimei, mas saber que ela foi capaz de usar todo mundo de forma tão esperta foi algo sim incrível, eu tinha que bater palmas, assumo.

LETALIDADOnde histórias criam vida. Descubra agora