Nas mãos do destino.

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[OBS: Alerta de gatilho de ansiedade, se você é sensível, por favor comece a ler a partir do primeiro separador, obrigada.]

Era um dia bonito e ensolarado. O sol atravessava as vidraças da cafeteria, iluminando a madeira envernizada das mesas, a maior parte dos clientes estava na frente do estabelecimento, banhados pelo sol enquanto tomavam suas bebidas e comiam seus doces e salgados delicados.

A cafeteria era um ambiente calmo, cada mesa era enfeitada com um jarro com água e flores artificiais, o interior tinha uma decoração que combinava o marrom da madeira com cores claras, o teto era decorado com lustres coloridos e as paredes eram forradas em papel de parede em tons pastéis.

Bakugou não tinha reparado em nenhum daqueles detalhes. Ele sabia que a conversa com Midoriya não podia ser boa, não havia um motivo para ele ser chamado para ter uma conversa agradável daquele jeito. Ele conhecia Deku muito bem, e Deku conhecia ele melhor ainda.

No final das contas, suas suspeitas estavam corretas e a conversa de fato não era agradável.

Assim que Deku pronunciou o nome de Uraraka, Bakugou sentiu como se tivesse engolido uma pedra. Seu estômago estava pesado, suas mãos estavam inquietas e de repente, a cadeira parecia muito desconfortável.

Então quando Midoriya disse Akai Ito, ele sentiu seu nervosismo se triplicar e jurou que teria um ataque de ansiedade.

— Seu café, senhor — A garçonete se aproximou da mesa, deixando uma xícara em um pratinho na frente de Bakugou.

Ele observou a porcelana de cor azul, as bolhas flutuando no centro do líquido escuro dentro do recipiente. Seu silêncio foi bem recebido por Midoriya, que parecia mais calmo depois de finalmente ter conseguido chegar no ponto.

Katsuki ergueu os olhos da xícara de café para seu amigo. Os olhos de Midoriya carregavam aquela determinação ansiosa, algo que costumava ser bem presente em seu rosto.

— Você acha que Uraraka está na ponta do meu cordão vermelho? — Ele perguntou, sem sarcasmo ou deboche, seu tom era perfeitamente estável, embora ele sentisse que ia explodir.

— Sim, tenho diversos motivos para acreditar que ela é.

— Eu disse para você que não sabia quem era o meu — Bakugou o lembrou, erguendo as mãos trêmulas para segurar a xícara, Midoriya acompanhou seu movimento com os olhos, analítico.

— Foi uma mentira, e eu acreditei, pode ter certeza — Midoriya cruzou os braços — Se eu não estivesse tão chocado com o fato de Shoto ser o amor da minha vida, quem sabe eu tivesse me perguntando porque você fez aquilo, o que você ganhou me contando a verdade.

Bakugou estava suando um pouco agora. Estava sendo pego em uma mentira que tinha contado a quase três anos, era muito azar, era o maldito destino fodendo com ele mais uma vez.

— Olha Deku...

— Sinceramente, eu não me importo com o que te levou a me dizer a verdade — Midoriya disse dando um sorriso — Você me ajudou muito, ajudou a mim e ao Shoto a ficarmos juntos, e eu nem sei o que teria acontecido se... — Ele se auto interrompeu, com as bochechas vermelhas, Bakugou tomou um gole de seu café, constrangido — Enfim, eu sei a verdade.

Bakugou deixou a xícara no pratinho depois de beber o café, o gosto amargo e revigorante tomou conta do seu paladar, nem a familiaridade daquele sabor o ajudou naquele momento, ele se sentia meio estupido. Como se estivesse tentando remar contra a maré, fugindo do inevitável. E agora Midoriya sabia de tudo.

— Você disse para ela? Contou para ela?

O esverdeado negou com a cabeça, chupando o canudo de seu café gelado.

Akai itoOnde histórias criam vida. Descubra agora