Flor de Íris

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Bakugou andava muito mais ocupado do que o necessário, como sempre. Atualmente, não havia nada em sua vida além de trabalho. Aos poucos ele se aprofundou em um rotina de herói cada vez mais intensa e profissional, agora, além de trabalhar com missões internacionais, ele também criava estratégias com grupos de heróis veteranos, às vezes, acompanhado de Shinso.

Começou a viajar bastante, ficando cada vez mais ausente. Por isso, quando Kirishima anunciou que pretendia se mudar, nenhum dos dois sentiu que faria muita diferença no final das contas. Eles se viam poucas vezes na semana, e acabavam nunca reservando um tempo para conversarem ou curtirem a companhia um do outro.

Mas Eijirou, sentimental, estava disposto a mudar de ideia caso Katsuki demonstrasse descontentamento.

— É claro que eu vou sempre visitar você, bro, vou passar o tempo todo vindo encher o seu saco — Deu um sorrisinho, franzindo as sobrancelhas — Sério, bro, nem sei se quero isso mesmo, morar com a Mina vai ser legal, mas você é meu melhor amigo.

Os dois tinham tido essa conversa na quinta-feira à noite, Bakugou estava em casa, tinha acabado de cozinhar o jantar e não respondeu o amigo antes porque não quis xingar de boca cheia.

— Caralho, Eijirou — Gritou, assim que engoliu — Para com esse drama, eu não sou a porra de uma criança, eu não vou morrer se você for embora.

— Eu sei — O ruivo retrucou, cutucando sua comida com os hashis — Mas você é um cara meio desligado consigo mesmo, nos últimos meses tem feito aquela coisa sua de se afastar das pessoas, mergulhar no serviço, esquecer do resto, tô com medo que você fique ainda pior depois que eu não estiver por perto para te incomodar.

— Eu tô ótimo — Bakugou respondeu, arregalando os olhos para enfatizar seu argumento — Não vou me afastar de ninguém.

— Bro... Não sei mesmo.

Bakugou revirou os olhos, percebendo que aquela questão ia se tornar um mosquitinho zunindo nos ouvidos de Kirishima, afastando-o de sua própria felicidade. Para evitar, disse:

— Se isso ajuda a acalmar o seu cu, podemos marcar de treinar juntos, pelo menos duas vezes por semana — Sugeriu de forma casual, mas era uma ótima ideia mesmo.

— Sério? — Kirishima estava de boca cheia — Acho ótimo.

Katsuki deu um sorriso presunçoso.

— Viu, seu idiota? Resolvi a merda do seu problema, agora você já pode dar o fora daqui, aproveita e leva aquela bosta de umidificador que fica ocupando espaço na lavanderia e faz eu tropeçar toda vez que entro naquela merda.

— Eu sabia que você tinha um problema com o meu umidificador!

Bakugou não iria admitir, mas não gostava da ideia de morar sozinho, na verdade, não gostava da ideia de não morar com Kirishima. Desde os quinze anos os dois têm dividido o mesmo teto. Ele aprendeu a lidar muito bem com todos os defeitos do amigo e até tinha certo apego pelas manias irritantes do outro.

Depois de tanto tempo, Kirishima era de fato o seu bro. Ele o via como um irmão.

Mas, sabia que o ruivo precisava ir e jamais teria coragem de afastá-lo de sua própria felicidade. Ele e Mina eram almas gêmeas e estavam prontos para dar mais um passo, Katsuki odiaria ser a pessoa segurando-os pelo tornozelo.

Uma semana depois que os dois tiveram aquela conversa, Bakugou teve o azar de esbarrar com Denki em uma missão ali mesmo em Tóquio. Depois que Chargerbolt eletrecutou dois vilões e Bakugou explodiu quatro, os dois tiveram uma oportunidade para conversar enquanto imobilizaram os vilões e esperavam pela polícia.

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