Investigação (levemente) compulsiva

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Aquela situação tinha potencial de tirar o sono de Uraraka, contudo, ela tinha uma mania muito agradável de pegar no sono com facilidade, era só se jogar em sua cama e em alguns minutos já estava abraçada no morfeu. Sua facilidade se manifestava também quando ela estava tentando estudar, e era por isso que às vezes ela simplesmente tinha que tomar inúmeras xícaras de café para estudar aquilo que não conseguiu estudar em outras noites, porque caiu no sono.

Seu sono tranquilo foi estragado pelo toque do despertador, e segundos depois, pela memória do que ela tinha ouvido escondida.

Bakugou gosta de mim?

Era tão bizarro e improvável que ela teve vontade de rir quando pensou, mas as falas de Kirishima voltaram a ela.

Caraca, você e a Uraraka! Quem diria?

Não, não fazia sentido. E ninguém em sua sã consciência diria algo assim. Havia um muro gigantesco que separava os dois, constituído por uma lista extensa de todas as coisas que os dois NÃO tinham em comum.

Ela provavelmente nem fazia o tipo dele, afinal, ele tinha algum tipo? Porque em toda a convivência deles, ela nunca ouvia Bakugou mencionar o nome de uma garota sem ser para xingá-la, ou para chamá-la brevemente, e certamente nunca houve nenhuma intenção romântica naquelas interações.

E ela jurava que não achava que não era digna de um garoto se apaixonar por ela, contudo, Bakugou era diferente, ele era muito diferente.

Ele era simplesmente inalcançável

Mas, não havia como ignorar o que Kirishima estava dizendo, não tinha como ignorar todos aqueles sinais, Uraraka não podia se permitir ser tão ingênua.

Se Bakugou estava ou não apaixonado por ela, ela iria descobrir.

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Foi difícil ordenar as coisas dentro de sua cabeça para tentar achar um pouco de sentido naquela coisa toda. Considerou que deveria começar considerando o encontro constrangedor que os dois tiveram no refeitório, não conseguia lembrar de mais nada incomum que tivesse acontecido antes daquilo.

Não tinha muito o que considerar sobre aquela situação, Bakugou só estava extremamente esquisito, e focado nela de uma forma ainda mais compulsiva do que a normal.

Depois disso, os dois só tiveram o curto encontro durante o treinamento e o encontro na cozinha.

No final das contas, havia poucas coisas para considerar. Ou Uraraka deveria tomar algumas opiniões precipitadas, ou deveria tentar descobrir mais coisas. Ela decidiu ficar com a última alternativa.

Não poderia sanar suas dúvidas simplesmente perguntando a Bakugou, ou a Kirishima, não, deveria fazer uma investigação mais discreta.

Era com a mente presa naquele assunto que ela passou a maior parte da manhã. Desviava sua atenção da aula para observar a nuca de Bakugou, torcendo para que ele estivesse fazendo alguma coisa estranha.

Notou que às vezes o olhar dele recaia sobre ela, brevemente, quando ele se virava para conversar com Midoriya, mas aquilo não era nada de mais, não poderia considerar como um ponto para suas teorias.

Em uma das trocas de períodos ela decidiu testá-lo. Caminhou até a mesa de Deku, naquela ocasião, o loiro estava virado para trás, e a observou enquanto ela se aproximava.

— Bom dia Bakugou — Ela disse ao loiro, tentando capturar alguma reação, ele continuou impassível, e meio decepcionada, ela se virou para o outro — Deku, você vai poder me ajudar quarta que vem? Minha recuperação na prova de química é sexta-feira, e eu vi que você tirou uma das melhores notas da turma, você e o Bakugou — Olhou mais uma vez para Bakugou, que continuava a encarando.

Akai itoOnde histórias criam vida. Descubra agora