boneco de neve.

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Draco.

Na manhã seguinte, todos que foram até o bar estavam de ressaca, o que acabou sendo um saco. Harry não aguentava mais escutar os cinco reclamando de dor de cabeça, e eu cheguei nessa conclusão pela forma que seus olhos brilhavam, e de alguma forma, ele parecia exalar estresse. Após várias xícaras de café, analgésicos e gritos vindos de Potter, eles haviam capotado no sofá, então eu e Harry decidimos sair para comemorar a batalha ganha. Voltamos no restaurante do meu aniversário e pedimos dois pratos de massa, enquanto eu apostava na lasanha, Harry ficou satisfeito com um macarrão ao molho vermelho. A comida não demorou para chegar, e foi agradável ter aquele tempo com o moreno, como havia sido das outras vezes em que ficamos sozinhos papeando. Falamos o tempo todo sobre amenidades, como o que gostamos de fazer, programas de tv ou até músicas, o que me fez ver o quão diferentes somos, divergimos em varios aspectos, mas talvez isso fizesse nos darmos tão bem.

Estava bem frio e caia neve por toda cidade, então eu e Potter acabamos enfiados em jaquetas e casacos grossos. O moreno, mesmo no frio, não abriu mão das roupas habituais, então estava usando um vestido preto soltinho, um suéter da mesma cor por cima, meia calça arrastão e coturno nos pés. O frio não parecia ser algo que o incomodava, mas a mim sim, então calça jeans escuras, blusa canelada verde e uma jaqueta preta, junto de um tênis antigo faziam o trabalho de me manter aquecido.

*

Voltamos para casa depois de algumas horas, nós havíamos terminado o almoço e ficamos um tempo na praça, o que foi divertido levando em consideração que Harry nunca havia brincado na neve, mesmo morando na Terra por anos. Fizemos um pequeno boneco de neve, e Harry o fez se mexer por poucos minutos com um aceno das mãos, aproveitamos também para fazer uma guerra de bolas de neve, que eu perdi graças às trapaças do menor, que descaradamente usava os poderes, já que estávamos apenas nós dois na praça, provavelmente pelo tempo congelante.

Já não tinha ninguém dormindo quando atravessamos o arco da sala, e o barulho de panelas na cozinha denunciava o paradeiro dos outros. Nossos sapatos foram deixados na porta para que a neve presa na sola deles não derretesse e molhasse o precioso tapete de Potter, só então pudemos andar até o cômodo, encontrando os cinco ali. Theo parecia concentrado em não deixar o que parecia ser bacon queimar, enquanto os outros aguardavam pela comida sentados na bancada.

- Olá, trouxe folhetos dos Alcoólicos Anônimos para todos - Harry brincou, se encorando na bancada e oferecendo um sorriso para todos.

- Muito engraçado, Harry - Meu irmão ironizou.

- Vocês pareciam zumbis hoje de manhã, da próxima vez peguem leve com a bebida. Se Dolohov aparecesse por aí vocês seriam alvos fáceis - Eu completei.

- Pode deixar, chefes - Theo.

- Comam alguma coisa e vamos ao trabalho, pedi para Fred e Jorge me mandarem o acesso para rastrear o carro de Antonio em tempo real - Harry voltou a falar, e estava prestes a sair da cozinha quando meu telefone começou a tocar.

- Quem é? - Crabbe perguntou, erguendo as sobrancelhas.

- Não faço ideia, mas da última vez eu estava falando com o Anticristo, então eu não sei mais o que esperar.

- Ha ha ha, me agradeça por salvar sua vida depois que atender o telefone, e ponha no viva voz - Potter debochou, mas estava sério.

Eu fiz o que me foi dito, aceitei a chamada e coloquei o telefone sobre o balcão, sinalizando para que ninguém falasse. Alguns ruídos ecoaram do outro lado da linha, parecia uma ventania, mas parou assim que a porta de um carro abriu e fechou. A voz grave e inconfundível se fez presente pela ligação.

- Draco, está aí?

- Sim, estou.

- Seu irmão também?

- Do meu lado.

- O deixe ouvir também, preciso de ajuda urgentemente.

- Ele está ouvindo. E do que você precisa?

- Eu estava caçando um ninho de vampiros, mas acabei me machucando feio. Um deles me mordeu e eu estou sozinho aqui.

- Sangraram em você? - Eu perguntei, todos estávamos nos entreolhando, sem reação alguma.

- Não, não conseguiram.

A chamada ficou em silêncio, eu olhei para Harry, em um pedido mudo de ajuda. Ele mexeu os lábios, me mandando continuar a conversa, fingindo que não sabia de nada. E eu fiz.

- É muito grave? Não estamos na cabana do pai - Blasio se pronunciou.

- Um pouco, garoto. Vocês estão a onde?

- Fora de Londres no momento, viemos ajudar uma amiga com um poltergeist - Eu menti, achando que desviar a rota dele para fora da cidade fosse uma boa ideia, Harry acenou com a cabeça e me deu um sorriso satisfeito.

- Merda - Ele disse baixo - Vou ter que arrumar outra pessoa então. Vocês têm falado com Pansy e Millie? Talvez elas possam ajudar.

- Ah, não temos contato desde que saímos de Londres, estávamos pensando em ficar um tempo fora e pegar alguns casos por aqui - Meu irmão improvisou, fazendo uma careta.

- Certo, garotos. Boa sorte com o poltergeist, vou me virar por aqui, talvez tenha algum caçador pela cidade.

- Obrigada, Antonio. Espero que fique tudo bem - Eu disse.

- Desculpe por não podermos ajudar, cara - Blasio.

- Sem problemas - Ele pigarreou antes de voltar a falar - Em que lugar vocês estão?

Harry fez um gesto com as mãos, indicando para longe, então eu disse a cidade mais longe que eu pude pensar.

- Torquay - Vincent e Gregory se olharam confusos, como se não soubessem da existência do lugar, o que é ótimo, um local pouco conhecido.

- Uau, realmente longe. Me avisem quando estiverem de volta, não nos vemos desde que o pai de vocês... bom, precisamos nos ver.

- Pode deixar, avisaremos sim.

- Até mais - Ele se despediu, encerrando a ligação.

- Cara... que merda - Rony foi o primeiro a se pronunciar.

- Pelo menos agora ele vai para o lado oposto de nós, vamos ganhar tempo de montar uma armadilha - Theo falou, pegando um pedaço do bacon e mordendo.

- Sim, mas não podemos relaxar. Vamos pegar esse desgraçado logo. - Harry passou a mão direita pelo rosto, parecendo estressado.

- Vamos conseguir, okay? - Eu cutuquei seu ombro com o meu, dando um sorrisinho.

- Vamos sim - Harry devolveu o gesto, brilhando os olhos em minha direção.

Nós iríamos acabar com Antonio Dolohov.

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Voltei dos mortos novamente, mas dessa vez eu estou sem internet.

Capítulo não revisado.

<3

supernatural - drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora