controle.

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Harry.

  Depois do ritual de localização, Theodore saiu para comprar comida, os cinco dormiriam aqui e eu não tinha nada na geladeira, ao menos lembro a última vez que havia colocado qualquer coisa dentro dela. Blásio foi com ele, então eu estava livre do irmão chato, o que foi ótimo mesmo que só por uma hora. Vincent e Gregory subiram para o quarto de hóspedes onde passariam a noite, me deixando sozinho com Draco na sala. Era bem estranho estar tão perto dele, quer dizer, eu sempre estive perto, mas ele não sabe disso, e não está na hora dele saber, não ainda. A sala estava em um silêncio absoluto, apenas o barulho dos poucos carros passando na rua eram ouvidos, mas assim não era algo desconfortável. Estavamos sentados um do lado do outro no sofá, na verdade, Draco estava sentado, eu estava sem sapatos e com as pernas para cima do acolchoado, envolvendo-as com os braços.

— Obrigado. - Ele falou bem baixinho, de uma forma que eu provavelmente não escutaria se não estivesse ao seu lado.

— Não me agradeça, eu acabei com a confiança que você tinha com sua melhor amiga. - Eu dei de ombros, virando o rosto para encará-lo de volta.

— Não, Harry, você salvou minha vida. Quer dizer, se você não tivesse aparecido no meu sonho, eu nunca suspeitaria disso tudo, muito menos que Pansy e Millicent estariam por trás da minha futura morte. E, bem... Desculpe pelo meu irmão, ele é bem idiota as vezes.

— Ele é sim. - Dou uma risada fraca, arrancando um sorriso do loiro.

— Por que está nos ajudando? - Draco coçou os olhos vermelhos de cansaço.

— Eu... Não é um assunto pro momento, tudo bem? - Eu virei o rosto de novo, tirando o loiro do meu campo de visão.

— Não pretende usar meu corpo para começar o fim do mundo, né? - Ele deve ter percebido a tenção sobre mim, já que tentou quebrar o clima desconfortável com uma piadinha, o que funcionou.

— Não se preocupe, querido... O Armageddon não é do meu interesse. - Eu o lanço uma picadela, mas volto a expressão neutra.

— O que vai fazer com as duas?

— O que você quer que eu faça, Draco?

— Eu não sei. - Tive que olhar duas vezes para ter certeza que aquilo era real, Draco Malfoy estava com os olhos cheios d'água. Em todos esses anos eu o vi chorando apenas três vezes, quando a mãe morreu, quando Blásio o expulsou e quando Theo quase morreu. Mas agora, ele estava na minha frente, se mostrando vulnerável para mim.

— Ei... Olha pra mim. - Eu me aconcheguei no sofá, ficando de frente para ele com as pernas cruzadas. Apenas recebi um aceno negativo. — Draco, você não precisa ser forte sempre. Sabe disso, né?

— Eu esperava isso de qualquer um, qualquer um mesmo, mas não delas. Pansy foi meu suporte por tanto tempo, e Millie... Ela foi minha melhor amiga, mas agora elas entregaram minha cabeça só porque eu preferi salvar meu irmão em um momento de desespero. Porra, é óbvio que eu o salvaria! - Sua voz foi aumentando o tom e a água começou a escorrer de seus olhos, ele levou as mãos até os fios loiros e as enterrou ali.

— Draco, não faz isso. - Eu me aproximei e tirei suas mãos delicadamente dos fios, as repolsando em meu colo e mantendo seus dedos junto dos meus. — Não se martirize dessa forma, a culpa não é sua que elas decidiram colocar um maluco na sua cola e na do seu irmão. Me escuta, tá legal? - Soltei uma das suas mãos apenas para segurar seu queixo, o fazendo olhar para mim. — Você é uma pessoa muito boa, Draco. Mataria o diabo para salvar seus amigos, e eu admiro muito isso em você, a sua lealdade. As duas culparam você por salvar seu irmão, você acha isso normal? Se fosse qualquer outra pessoa ali, mandaria você tirá-lo daquele buraco na primeira oportunidade.

supernatural - drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora