bandeja de prata.

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Harry.

Já fazem uns bons anos que acompanho os Zabini-Malfoy de perto. Sirius disse que eu saberia quando achasse minha marca*, que eu poderia vê-la clara como o sol, se destacando entre os demais. Eu disse que era uma grande baboseira e que ele estava ficando doido. Duas semanas depois eu fui jogado para o Limbo. A princípio eu não entendi o porquê, é claro que eu quebrava toda e qualquer regra de meu Pai, mas ele sempre passou panos quentes, não queria mandar o filho para a perdição, mas foi inevitável. Quando coloquei os pés no Purgatório tudo ficou claro, bom... Dante* me abriu os olhos, na verdade. Eu fui expulso porque era como meu Pai, minha marca era outro homem, e eu poderia ter filhos com ele.

Eu passei pelos quatro estágios da aceitação. Inicialmente foi a raiva, logo depois veio a tristeza, seguida da famosa sensação de desprezo, quer dizer... Meu Pai tinha acabado de me renegar! E depois disso tudo, eu queria me vingar. Ah! O último estágio foi o melhor. Quando bati os olhos em Draco ele tinha dois anos. Tinha cabelos tão claros que pareciam brancos, os olhinhos azul acinzentado brilhantes e aquelas bochechas enormes. Oh, claro! E a marca. Ela era bem pequena, uma manchinha avermelhada no peito esquerdo, que deixava bem claro que ele me pertencia, e eu pertencia a ele. Acompanhei Draco por toda infância, pré- adolescencia, adolescência e maior idade. Agora com 24 anos, meu loiro me caçava. Que reviravolta, não? Eu o protegi durante toda vida, até agora, e o que eu ganho? Um pulso quebrado e um grande desaforo por tentar ajudar. Eu sei que não deveria entrar nos sonhos dele... Mas eu precisava avisá-lo para manter distância de Pansy. Ele não me ouviu e agora aqui estou eu mantendo essa vadia e sua namorada presas enquanto localizo Dolohov.

- Quando você encontrar Dolohov, vai ter que procurar pelo corpo do Draco também. - A voz extremamente fina chegou aos meus ouvidos, me fazendo revirar os olhos. Eu saí da cadeira que estava sentado e me abaixei até estar na altura de Pansy.

- Quando eu encontrar Dolohov, vou enterrar o seu corpo no mesmo buraco que o dele. - Forço o sorriso e aperto suas bochechas com certa força, fazendo seus lábios se encontrarem. - Agora... Eu agradeceria se você calasse sua boca, ou eu mesmo vou manter ela fechada.

- Seu desgraçado! - Parkinson em um solavanco cuspiu em meu rosto, eu apenas passei as mangas do casaco na cara e com um movimento das mãos a apaguei.

Draco estava na cidade.
Pude sentir que ele havia chego logo depois de jogar os corpos de Pansy e Millicent no porão da casa que eu estava. Elas estavam vivas, mortas só fariam Draco desacreditar de mim ainda mais. Eu deveria deixá-lo quebrar a cara com essas duas, mas com Dolohov não se pode brincar, assim que o maldito colocasse as mãos no loiro eu teria que preparar um funeral.
Eu não poderia ir até ele, as duas são espertas, poderiam fugir enquanto
estivesse fora. Eu tinha que faze-lo vir até aqui, decidido a conseguir que ele venha, disco seu número em meu telefone e espero que ele atenda.

- Você precisa parar de me ligar. - Sua voz é ouvida depois do sexto toque.

- Eu não tô te ligando para fazer joguinhos, Draco. Agora o assunto é sério de verdade.

- O que? Do que você tá falando? - Sua voz expressava uma clara confusão.

- Dolohov está atrás de você, e eu preciso que você venha até mim. Não posso sair daqui, e também não posso te proteger de longe. - Eu caminhava em círculos enquanto tentava explicar a situação da melhor forma.

- O que?! Dolohov? Eu não o vejo fazem uns 4 anos! - Pude ouvir vozes ao fundo e Draco mandando-os calarem a boca.

- O negócio é o seguinte, Suas amiguinhas Pansy e Millicent venderam sua localização para ele. Dolohov está convencido que você matou Lucius e Blásio está o acobertando. Ele quer sua cabeça em uma bandeja de prata.

- Você não sabe do que está falando... Pansy é uma irmã pra' mim! Ela não faria isso. - Eu podia ver ele balançando a cabeça para os lados com aquela expressão de incredulidade, muitos anos o observando fizeram com que eu aprendesse muito. - E também... Como eu poderia confiar em você? Você é filho de Lúcifer... Não deve ser muito diferente do pai.

- Meu pai não mente! Você pode ter conhecido alguns demônios de baixo escalão, mas nós não gostamos de mentiras, Draco... Nós dizemos a verdade e sabemos jogar com ela. - O outro lado da chamada ficou em silêncio por breves segundos, antes de um suspiro ecoar em meus ouvidos.

- Eu quero falar com Pansy.

- Ah, por favor! Esqueça essa vadia.

- Eu quero falar com ela! Agora!

- Ela está desacordada no momento, assim que você chegar aqui vocês poderão conversar. - Deixo bem claro que ele não falaria com a garota, não agora.

- Como assim desacordada? Chegar a onde? - Essa preocupação excessiva já estava me dando nos nervos... Draco sabe ser um grande imbecil as vezes.

- Ela não calava a boca, e eu não queria cortar a língua dela fora. Ela vai precisar dela para te contar sobre o grande plano de te entregar àquele maluco. - Ok, eu havia acabado de perder todo resto da minha paciência.

- Você ainda não respondeu minha pergunta.

- Que pergunta, Malfoy?

- Chegar a onde?

- A minha casa, é claro.

- Você está louco se acha que eu vou entrar em sua casa! - Draco riu seco.

- Você vai, ou eu as mato. - Foda-se o diálogo passivo... Draco é minha prioridade aqui, e eu preciso dele por perto, ou ele morre por não conseguir enxergar um palmo a frente do nariz quando é necessário.

- Você não ousaria...

- Oh, não? Experimente. - Mais uma vez tudo ficou em silêncio, por mais tempo agora.

- Onde você está?

- Na rua ao lado da Catedral, número 934.

- Chego em uma hora.

A ligação se encerrou. Esse garoto ainda vai morrer por essa teimosia! Se ele ao menos não tivesse esse costume horrível de confiar em qualquer um que já lhe ofereceu o famoso "ombro amigo", talvez eu não tivesse tanto trabalho para cuidar dele! Eu fui praticamente um anjo da guarda desde sempre... Talvez não tão anjo assim, mas eu já livrei ele de muitos tombos feios! Eu só espero que dessa vez eu consiga também.

Novamente, esse capítulo ainda não foi revisado... Então ignorem os erros!!

*Bom, vou explicar sobre a marca que foi citada no começo do capítulo. A marca foi algo que eu inventei em um surto... Basicamente, ela mostra seu companheiro. O companheiro de Deus era Lúcifer, mas quando Ele se rebelou e caiu, Deus acabou com todos os homens marcados com outros homens, mas como Harry ainda não havia nascido, Ele não pode acabar com a marca dele, que no caso é o Draco. Se ficou meio confuso as coisas vão se explicar melhor ao decorrer da história, eu só não queria deixar vocês no escuro enquanto isso. Harry assim que descobriu que Draco era sua marca, começou a acompanhar sua vida e tomar conta dele.

*Dante seria o anjo que guarda os portões do Limbo/Purgatório, e ele explicou ao Harry o porquê de Deus tê-lo expulsado do Céu, no caso, por Harry ter como seu companheiro outro homem, e um humano.

supernatural - drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora