Draco.
Tudo estava preto, em um silêncio sepulcral. Minha cabeça doía como se tivessem milhares de martelos a surrando simultaneamente. Eu fiquei bons 20 minutos - pelo que contei, naquele espaço vazio, antes de uma pequena bola de luz branca surgir bem longe de mim, o que me fez levantar imediatamente, já que tinha sentado depois de constatar que provavelmente nada ia acontecer. Eu fui atrás da bola de luz, correndo enquanto ela parecia se afastar cada vez mais. Até que ela parou, e eu pude a tocar. A luz se expandiu, tomando conta de todo lugar, me fazendo fechar os olhos, até começar a diminuir aos poucos. O cenário era diferente quando abri os olhos novamente. Era uma rua qualquer, pessoas transitando, carros e ônibus pela pista principal. Mas eu não tinha ideia de onde estava - não que eu soubesse antes. Comecei a andar pela calçada, atrás de um orelhão para que pudesse ligar para Blásio ou Theo. Na verdade, qualquer pessoa com um carro. Os pedestres foram diminuindo conforme eu adentrava as ruas do lugar ainda desconhecido por mim, até que não se encontrava mais nenhuma alma viva pelas calçadas, apenas uma cabine telefônica velha bem na minha frente, com alguém dentro. Eu não fazia ideia de quem era, até que a pessoa se virou para mim. Ele usava um suéter por cima de uma blusa preta de gola alta, uma saia também preta e sapatos fechados. Tinha três cachorros de pelos escuros e olhos vermelhos em uma coleira. Falava ao telefone com alguém enquanto me encarava, finalizando a ligação com quem quer que esteja do outro lado e caminhando em passos sublimes até mim. Os olhos verdes brilhavam como se fossem esmeraldas ali, a pele bronzeada em contraste com os lábios vermelhos e as sardas por sua bochecha deixava-o com a aparência de um anjo. Mas com certeza ele não era um.
- Foi bem difícil entrar nessa sua cabeça, Draco.
- Como assim "entrar na minha cabeça"?
- Você acha que isso é vida real, querido? Você está apenas sonhando. Bem, por um lado sonhos são reais.
- Como você conseguiu?!
- Eu tenho meus truques... - Ele mordeu o lábio inferior, enquanto descia seu olhar por mim. Aparentemente eu estava sonhando? Isso não fazia o menor sentido.
- Eu quero acordar. Agora.
- Claro, querido.
- Não me chame de "querido".
- Urgh, você é um saco, Malfoy.
- Vai me deixar acordar ou não? - Meu olhos caíram até os cachorros ao seus pés. Eram enormes, e provavelmente me matariam com uma dentada.
- Eu poderia mantê-lo aqui, para sempre. - Harry levou a destra até a orelha de um dos três animais, acariciando ali, enquanto o cachorro movia a cabeça contra sua palma, buscando por mais do afago. Nem pareciam máquinas mortíferas ali.
- Mas não vai. - Aquele papinho dele já estava me enchendo o saco. Nada nunca acabava em lugar nenhum e eu poderia dar um tiro no meio de sua testa se isso fosse calar sua boca.
- De onde veio tanta certeza? - Ele soltou a coleira que prendia os cachorros, deixando-a cair aos seus pés. Aquilo foi o bastante para me fazer tremer dos pés a cabeça. Uma risada divertida né fez afastar os olhos da coleira ao chão. Harry parecia achar graça do meu medo. - Eles não vão te atacar, Draco. Só se eu mandar... Mas você ainda é muito válido para mim, então, nada vai acontecer a você. Não comigo por perto. - Ele se aproximou mais alguns sentimentos, passando as mãos geladas pela minha bochecha.
- O que quer dizer com isso? - Eu perguntei enquanto segurava seu pulso com certa brutalidade, livrando minha pele do contato.
- Ainda não posso dizer muita coisa. Mas acho bom você não cair no papinho daquela sua amiga... Aquela vadia. - Ele revirou os olhos, que pareciam brilhar muito mais agora que estava com raiva.
- Que amiga?
- Pansy Parkinson. - O nome provavelmente saiu com muito esforço de seus lábios, pela expressão de desgosto que o acompanhou.
- Ela não é uma vadia! Olha como você fala dos meus amigos, seu cretino. - Eu apertei seu pulso que ainda estava entre meus dedos, e isso foi deve ter sido engraçado para ele, já que soltou uma risada enquanto encarava seu pulso.
- Se eu fosse você, me soltava agora. - Ele endureceu a cara, uma expressão seria no rosto, e os olhos brilhando novamente. Os cachorros - que eu já tinha esquecido da existência a esse ponto, começaram a rosnar para mim.
- Ou o que? Vai me jogar no Inferno?
- Draco, Draco, Draco... Quando você não for mais útil para mim, é para lá que você vai. - Sua outra mão foi até a minha, a puxando para se livrar do aperto, com uma brutalidade surpreendente que estava escondida até agora por baixo do suéter maior que seu corpo e saia minúscula. Era realmente um visual diferente.
- Você não pode me jogar no Inferno, nem ao menos pisou lá. - Minha voz veio carregada de sarcasmo, o que não o agradou.
- Eu tenho amigos lá, querido. E eles me devem muito. Sem contar o fato que meu pai é o Diabo.
- Mas ele não parece se importar muito com a paternidade, não é? Te deixando lá no céu... Pobre, Harry. - Fingi um choro, debochando do garoto a minha frente. Com certeza meu sarcasmo era melhor do que o revólver que eu sempre carrego no carro.
- Sabe? Acho que está na hora de acordar. - Aparentemente mencionar isso o desconcertou, já que sua expressão se fechou novamente.
- Finalmente.
- Não se anime, logo mais estaremos cara a cara, mas pessoalmente. - Ele voltou a ficar próximo, colocando sua mãe direita em meu pescoço e deixando selar em minha testa, o que me deixou bem confuso. Mas antes que eu pudesse questionar ou me afastar, eu fui ao chão.
Quando acordei, no minuto seguinte, estava no Impala novamente. Não havia mais cachorros demoníacos, cabine telefônica, ou até mesmo um demônio de saia. Apenas um Blásio concentrado na estrada, e três garotos adormecidos no banco de trás.
- Já estamos quase chegando, Dray.
- Tudo bem, Blas. Vou te fazer companhia, desculpe por dormir.
- Ah, que isso... Eu também dormi. - Meu irmão brinca enquanto dá de ombros, o que me faz soltar uma risada. Puxo um assunto aleatório com ele, enquanto seguimos viagem. Ignorando completamente o fato que a poucos minutos, um demônio entrava em meu sonho e chamava minha melhor amiga de vadia.
Harry Potter é um grande cretino.
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Esse capítulo ainda não foi revisado, então ignorem qualquer erro de digitação.
Queria deixar claro que essa história é apenas fictícia e NÃO tem qualquer objetivo de zoar com nenhuma religião.
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supernatural - drarry
ParanormalDraco e Blásio são legados de uma extensa linhagem de caçadores puros sangues, que carregam o pesado fardo de manter a tradição da família. Entre algumas desavenças e o desaparecimento do pai, eles se vêem trabalhando com Harry - que até então era a...