supernatural - drarry

lilith.

Harry.

Eu passei a madrugada inteira em claro, não que dormir fosse realmente uma necessidade para mim... mas as vezes descansar um pouco era bom. Se eu fechasse os olhos começaria a pensar que talvez não conseguíssemos parar Antônio, e em alguns dias eu teria que enterrar Blásio e Draco, e isso me perturbava.

Molly chegou até a sala um tempo depois que o céu ficou totalmente claro, me olhando em reprovação por não ter dormido, eu só a lancei um sorriso amarelo e corri para a cozinha, onde todos foram chegando aos poucos. Primeiro a matriarca, seguida de Arthur, que a deu um beijo de bom dia e foi ajudar a esposa com o café. Eu admirava muito a relação dos dois, toda a cumplicidade e amor evidente era linda. Theo chegou depois de alguns minutos, coçando os olhos e dando bom dia para nós de maneira sonolenta. Draco e Blasio vieram juntos, parecendo bem dispostos se não fosse pelas olheiras evidentes. Os gêmeos ficaram enrolando até Molly ir atrás deles com o chinelo em mãos, ameaçando os bater, o que fez os dois descerem rapidamente.

Durante o café eu descobri que Percy, Gui e Carlinhos foram até a casa de Luna, uma bruxa bastante amiga da família, que aparentemente precisava de ajuda com algumas atividades estranhas em sua casa.

- Arthur, será que podemos falar por um minuto? - Eu me dirigi até o mais velho, assim que ele deu a entender que sairia da mesa.

- É claro, Harry. Venha comigo, já estou de saída - Ele me respondeu, com um sorriso pequeno.

Eu o segui até a parte de fora da casa, onde o ruivo terminava de organizar a mala do carro, uma bagunça de facas, armas, crucifixos e livros diversos.

- Olha, eu realmente não queria pedir mais nada para você, sei como as coisas estão difíceis com toda essa onda absurda de monstros, e...

- Só me diga do que você precisa, Hazz - O ruivo me cortou antes que eu pudesse continuar.

- Armas, e um livro - Eu fui direto.

- Pegue-as no galpão, e quanto ao livro, qual precisa?

- Eu preciso do livro Dela.

- Perdão? - Arthur engasgou com a própria saliva - De jeito nenhum, Harry!

- Por favor, Arthur! Eu não pediria se não fosse importante, e outra, ela está por trás de todo esse descontrole, monstros aparecendo do nada, em grande quantidade e muito mais fortes - Eu comecei a gesticular, aquele livro era a minha única chance de saber o que estava acontecendo.

- Não vou deixar você voltar para lá, muito menos indo atrás de Lilith - O mais velhos fechou a mala do carro, me olhando sério - Ela é poderosa, Harry.

- Eu sou mais.

- Eu sei, mas também sei que voltar para o purgatório não vai te fazer bem, e você ao menos tem certeza se ela está escondida lá.

- Não cabe a você decidir se vai me fazer bem ou não, eu já superei aquele lugar - Naquele momento meus olhos já brilhavam como nunca, reviver o purgatório doía, mas era necessário.

- Isso é tolice, garoto.

-Ótimo, eu dou meu jeito então - Eu dei as costas para ele, extremamente irritado.