XVIII

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— Bom dia. — O buquê de rosas vermelhas ganhou destaque dentre todas as coisas próximas a porta, e dentre as coisas próximas a porta, Kakashi.

— Vai me pedir em casamento de novo? — Iruka voltou sua atenção a seu caderno, estava avaliando as documentações de sua grande escola, não era fácil ser um diretor, era pior ainda quando se era um Ômega solteiro neste cargo.

— A esperança é a última que morre. — O homem alto adentrava a sala, caminhando em direção ao grande vaso branco elegante, que ficava em cima de um pequeno pilar de madeira, próprio para as flores que ele trazia.

— Sabe muito bem que eu não estou interessado em relacionamentos. — Nem mesmo olhou para Kakashi, estava completamente concentrado em seu caderno e em sua papelada bagunçada em cima da mesa.

— Eu sou um homem bem paciente. — Kakashi se senta em uma cadeira em frente à mesa de Iruka. Era intervalo e os professores poderiam comer e descansar por alguns minutos, mas o Alfa fazia questão de ficar na sala de Iruka.

— Quando você ver o Orochimaru, fale para ele vir até minha sala. — Kakashi parou de balançar sua perna ao ouvir a frase, sua sobrancelha havia se curvado em curiosidade. — E eu não quero saber de você ficar me espionando até minha casa, eu sou um adulto e sei muito bem me cuidar. — O mais alto se desmontou na cadeira, bufando longo e quase soltando seu livro no chão.

— Acima de um homem adulto, você é um Ômega e é disso que eu tenho medo. — Kakashi se ajustou na cadeira ao receber o olhar torto de Iruka sobre sua posição que prejudicaria suas costas. — Eu não me preocuparia se, você sabe, você tivesse uma marca... — Kakashi senta novamente na cadeira, apoiando os cotovelos na mesma e lançando seu charme para cima de Iruka que já havia se acostumado com aquilo.

— Não precisa se preocupar, se um dia eu tiver uma marca, ela não vai ser feita por você. — Iruka aproxima seu rosto perto de Kakashi, mas antes que o mascarado pudesse tirar sua máscara e o beijar, ele recua novamente.

— Claro, claro. — Ele volta a sua primeira posição, pernas cruzadas com seu livros em mão, lendo seu livro com a capa completamente preta. — E porquê você quer que eu chame o Orochimaru? Meus filhos vão ser mais bonitos. — Iruka engasga com sua própria saliva, deixando suas bochechas vermelhas e sua expressão de vergonha nítidos.

— COMO!? VOC- — Sua tosse o impediu de continuar a gritar, batia em seu peito com uma leve dor na região.

— Ele é um Beta e você é um Ômega, fora que eu consigo sentir o seu cheiro. — Iruka senta novamente em sua cadeira, completamente sem tosse. Ele olha para Kakashi com sua cara de constrangimento e puxa seu corpo, fazendo a cadeira com rodas voltar para o lugar de antes.

— Saia! — O Ômega abriu uma de suas gavetas e pegou uma cartela de remédio.

— Eu consigo me controlar, eu sou um adulto! — Seu tom irônico fez o moreno ficar ainda mais irritado.

— Você me deixou desconfortável, por favor, saia! — Sem reclamações, Kakashi se levantou e caminhou até a porta, podendo ouvir o barulho do remédio saindo da cartela e sendo engolido. — E não se esqueça de chamar o Orochimaru! — Kakashi bufa forte ao ouvir o nome do Beta mais uma vez, odiava entrar em contato com ele, todos os professores o achavam estranho.

O Alfa caminhava pelos corredores, olhando os alunos espalhados por todos os cantos, podia olhar para qualquer lugar que haveria um aluno ali. Caminhou em silêncio até a sala dos professores, onde encontrou Kurenai e Asuma flertando entre eles e Orochimaru bem distante dos dois, nem mesmo prestando atenção.

— Iruka mandou você me chamar? — Seu olhar afiado foi direto com o olhar de jabuticaba de Kakashi, que se surpreendeu rapidamente.

— Aprendeu a ler mentes? — Kakashi colocou seu livro em cima da mesa e puxou uma cadeira para poder se sentar, já Orochimaru se levantou, arrumando as coisas em sua mesa e caminhando até a porta.

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