Capítulo 3 - Lua de Mel

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Eu sempre sonhei em casar. Em ter um marido exemplar, que me amasse. Sonhei com o momento de nossa lua de mel, quando finalmente, eu deixaria de ser menina para virar mulher. Ta, isso é meio ultrapassado.

Um de meus sonhos era me casar virgem, e entre todos, foi o único que realizei. Um sonho estranho tenho que admitir, já que a maioria da população feminina perde a virgindade na adolescência e quando casam, já são mais do que experientes. Mais eu mesma criei minha ilusão.

Deveria ser cruel para um marido ter uma mulher que já fora tocada por vários. Mesmo a mulher sabendo que seu marido já esteve com várias.

A verdade, e a razão de toda essa conversa é que eu me iludi em relação a minha lua de mel. Eu imaginava que seria perfeito, mais seria totalmente idiota. Porque eu simplesmente me abominava com a idéia de continuar virgem, e me abominava mais ainda a idéia me deitar com Dylan, alguém que apesar de não me parecer... Mal, não era quem eu amava.

Dylan: o que está fazendo? - questionou me olhando preocupado.

Barbara: olhando. - estávamos numa suíte linda, no prédio mais lindo e caro da Itália. - isso é mesmo lindo... - murmurei. - porque diabos você não me deixa em paz e vai pro seu quarto?

Ele caminhou ate o meu lado vagarosamente com as mãos no bolso do casaco que usava, e que partilhamos.

Dylan: já estou no meu quarto. - me disse sorrateiramente.

O que? NÃÃÃÃO! Aquilo não podia estar acontecendo.

Barbara: HAHA! - sorri sem humor - você é TÃÃÃO engraçado, maridinho.

Dylan: não estou sendo engraçado, Barbara. - seu tom era sério. - vou ficar aqui. O que dirão se eu, em plena lua de mel ir dormir em outro quarto? Que sou um fracassado? Simplesmente inadmissível. Vou ficar aqui, e essa é minha ultima palavra.

Ele me deu as costas, e o grito de horror veio em minha garganta. Fui capaz de me controlar, e o olhei pasma. Ele tinha razão, seria idiotice. Nossa família era conhecida em toda a Europa, e de que valia um casamento fracassado? Se eu estava na chuva, era pra me molhar. Faça merda, mais faça direito.

Barbara: mas... Eu vou dormir não chão. - murmurei para ele.

Dylan: faça como quiser. - ele estava tão sério desde que falamos de crianças no aeroporto.

A nevasca estava forte, e ele me observou ir até a mala no enorme closet e apanhar uma toalha pessoal, assim como meu nécessaire. Quando me virei, ele não estava mais lá.

Entrei no chuveiro, com as lágrimas presas nos olhos. Era tortura medieval... Das piores.

Abri o chuveiro, e coloquei no mais quente possível. Logo o banheiro imensamente branco se encheu de fumaça cheirosa e quente. Escorreguei pra de baixo do chuveiro e chorei, finalmente, me entregando as lágrimas.

Doía em meu ser... Era horrível saber que eu estava condenada a Dylan para sempre, e que nunca iríamos nos apaixonar. Nunca.

DYLAN POV

Eu nunca quis me lembrar, mais ela me lembrou. Ela foi capaz de despertar em mim em um segundo o que levei seis anos pra tentar apagar.

A lembrança que mais ardia em minha alma.

Tabatta.

Lembrar-me de que ela existia era incrivelmente doloroso. De que havia no mundo alguém que eu tinha criado, que eu tinha feito existir, era doloroso. Eu nunca a conheci, nunca a vi, apenas de longe.

Quando eu percebia que minha vida não tinha sentido, apanhava meu carro e parava-o na porta da pré escola na qual ela freqüentava, e ficava lá até a vagabunda, desgraçada da mãe dela a fosse buscar.

marcados pelo casamento ~ adaptação DarbaraOnde histórias criam vida. Descubra agora