Capítulo 18 - Contando a Verdade

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Caminhávamos por uma rua escura. Tabatta de mãos dadas a mim, tremendo pelo frio.

Eu sentia ardência, desconforto e meu corpo sangrando. Havia hematomas por toda minha extensão... Causados pela minha desgraça. Meu rosto completamente marcado de roxo e vermelho pelos tapas que levei.

Ao longe vi a casa, e olhei pra garotinha ao meu lado.

B: Tabatta, o que você viu? – minha voz saia baixa e tremida pela dor.

Tabatta: Eu... – ela me olhava chorosa – eu vi ele te machucando, Barb. Ele estava encima de você e ele...

B: você não pode dizer nada disso pro seu pai, entendeu? – os olhos dela se abaixaram. – promete pra mim... Somos amigas, não somos?

Tabatta: mais ele te machucou... O papai tem que saber, Barb... Ele tem que por ele na cadeia e... – ela falava rápido.

B: Tab, por favor. Promete pra mim... – ela começou a chorar, mais assentiu.

Tabatta: prometo. – eu sequei as lágrimas do rosto dela e voltei a pegar em sua mão.

B: Quero que faça como se estivesse sonhado... Imagine que isso nunca aconteceu. Que são só sonhos ruins, esta bem? Não chore mais... – ela assentiu.

A casa estava deserta, mais assim que chegamos, Dylan olhou diretamente pro meu rosto machucado e se apavorou.

D: Barbara, amor... – ele olhava de mim pra Tabatta que se mantinha séria, e dela pra mim – o que houve? Onde estavam? – ele abraçou Tabatta de lado. Aproximou-se de mim e tocou o meu rosto. 

Eu fugi de seu toque.

B: nada Dylan... NADA! – sai correndo pro quarto, mais eu podia ouvir a voz dele.

D: princesinha... O que aconteceu? – a voz dele era desesperada.

Tabatta: nada papai... – falava baixinho – eu... Vou tomar banho! – ela saiu correndo e subiu a escada passando por mim tremula. Olhou-me e entrou em seu quarto.

Entrei pro meu quando vi Dylan subir as escadas. Eu precisava dar uma explicação! Ele não ia me deixar em paz...

D: Barb quer, por favor, deixar de ser criança e abrir essa porta? – ele esmurrava a porta com socos.

B: depois Dylan... – eu mal percebi que já estava chorando.

D: você está chorando? – os socos ficaram mais intensos. – ALGUEM AQUI VAI TER QUE ME DIZER O QUE HOUVE!

Eu simplesmente não seria capaz de olhar nos olhos lindos e sinceros dele e dizer “fui violentada”.

Eu não era capaz, eu não queria morrer de desgosto ao olhar em seus olhos perdidos.

Tirei minha roupa que restou aos poucos, as peças quase todas banhadas por sangue na parte de dentro, minha saia em especial. Ele tinha rasgado a minha calcinha, por isso não era pior.

Quando fiquei nua me aproximei do espelho e me mirei.

Meu olho direito tinha uma grande macha roxa, minha bochecha do outro lado uma marca de mão avermelhada... Meu pescoço um pequeno corte superficial causado pela navalha, mas não eram nada comparado às manchas escuras em meus seios e os longos e profundamente abertos cortes em minha coxa.

Pingavam sangue... Fazendo escorrer até meus pés. Eu sentia meu sexo ardendo, e um tipo de dor aguda se propagava dentro de mim tamanha a violência que ele usou comigo.

Arrastei-me pra de baixo do chuveiro, e o liguei. Senti a água quente cair e meu corpo arder... Mudei pro gelado, e a ducha me aliviou.

Água e sangue se misturavam no chão esbranquiçado do Box, enquanto eu me deitava no azulejo, largando o corpo no piso frio e manchado de sangue.

marcados pelo casamento ~ adaptação DarbaraOnde histórias criam vida. Descubra agora