Capítulo VIII

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Oi caso, estejam gostando comentem e votem, por favor! >-<

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Foi vergonhosa a maneira com que eu me deixei levar por suas palavras tão rápido, deduzi coisas que sequer poderiam existir e criei teorias em minha mente como um advogado defendendo fielmente seu melhor cliente. Tudo parecia uma grande piada, eu era médico e tudo que eu estudei e passei aos longos dos anos fazendo residência em hospitais estavam sendo jogados fora naquele momento. O que meus professores pensariam de mim se me vissem agora?

Eu tinha dado ouvidos a um paciente e com real convicção estava disposto a levar o assunto à direção do hospital para inocentá-lo.

Dei voltas pelo meu consultório por horas, minhas mãos enterradas nos bolsos do jaleco, relembrando propositalmente toda aquela humilhação apenas para que eu não caísse na mesma armadinha de novo.

Não sei quanto tempo passou, mas Elliot estava lá novamente, entrando no meu consultório como se lá lhe pertencesse e sentando casualmente sobre minha mesa com os pés apoiados no acento da cadeira enquanto vasculhava os bolsos atrás de um cigarro, sua camisa impecavelmente branca de manga longa e sua calça de moletom cinza grande demais para seu corpo esguio arrastando ligeiramente a barra no chão.

"Ei." – ele cumprimenta ascendendo o Lucky Strike em seus dedos, os quais eu havia dado a ele. – "Sua cara tá péssima." – ele sorri e cruza as pernas apoiando uma mão na mesa e tragando o cigarro e tirando-o da boca com a outra mão.

Eu não estava disposto a ser tolerante com ele como estava sendo desde que o conheci, eu estava furioso e envergonhado e isso tomou o controle de minhas ações.

"Eu quero que avise quando quiser fazer uma consulta." – digo, estou perto da janela e uso isso ao meu favor para não ter que olhar para ele. – "A não ser que eu solicite sua presença."

"Okay." – ele murmurou receoso. – "Você tá bem?"

Eu me viro para ele com a expressão mais indiferente que eu consigo fazer, não quero demonstrar desprezo ou raiva e fingir indiferença é o mais perto de esconder esses sentimentos que ferviam confusamente em meu peito.

"Desça da minha mesa." – eu peço, minha voz é autoritária o suficiente para que ele arregale os olhos surpreso, pois sempre deixei ele fazer o que quisesse em meu consultório.

Para minha surpresa ele obedece sem contestar e se afasta de qualquer móvel, mas agora ele também está zangado. – "O que há de errado com você, Jacob?"

"A partir de agora seremos nada mais que médico e paciente, não irei escutar nenhum tipo de teoria da conspiração que vier de você, irei aumentar a dosagem da sua medicação a partir da semana que vem e se eu ver alguma gracinha sua pelos corredores colocarei você em confinamento. Fui claro?" – eu digo olhando-o nos olhos para que ele não tenha dúvidas sobre quão serias são minhas palavras, mas eu nunca o tinha visto tão confuso.

"Okay, faça como quiser, mas você vai me dizer agora da onde está vindo toda essa merda." – ele exige.

"Estou agindo assim, porque é isso que mentirosos ganham. Espero que essa seja a última vez que mente para mim." – ele franze as sobrancelhas ruidosamente enquanto cruza os braços com o cigarro ainda entre os dedos.

"Está maluco? Quando eu menti para você?" – ele ruge.

"Você disse que não sabia nadar!" – falo alto, mas não chego a gritar. Vasculho minhas gavetas a procura da matrícula na academia de natação e jogo-a sobre minha mesa. – "Minta sobre isso então. A Katherine simplesmente despejou a verdade sobre mim com um tapa de realidade sobre você."

Lost Boy {Romance Gay}Onde histórias criam vida. Descubra agora