30 - Temos uma chance

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Depois de tudo dito, eu seguia sem como saber reagir. Humberto parecia esperar alguma coisa, qualquer coisa, ele me olhava atento enquanto eu pensava.

Eu queria isso, sua verdade, sua história... eu quero acreditar nele, quero.

" Então? " ele perguntou parecendo ansioso.

Respirei fundo.

" Sinto muito pela sua mãe..." o disse com cuidado e ele suspirou.

" Tudo bem..."

" Sinto muito também por tudo que você passou..." peguei sua mão. " As coisas não deviam ser tão pesadas assim! " ele pareceu ficar confuso.

" Você... acreditar em mim? " Ele perguntou com receio.

Apesar de ficar confusa e assustada eu não consigo ver Humberto como uma pessoa violenta, eu conheço ele.... e confio nele, mas...

" É complicado..." Começo calmamente, e ele respira fundo. " Você sabe quantas mulheres passam, ou já passaram por um relacionamento abusivo? " Ele abaixa o olhar e segue ouvindo, meu coração aperta por sua expressão.

" Humberto... quando uma mulher sofre uma agressão ela é muito desacreditada, ou questionada do ( Por que ela foi agredida?)... isso é horrível, e como mulher eu não posso simplesmente desacreditar em Fefi..."

" Eu entendo..." Ele susurra.

" Mas... isso me deixa dividida. " Digo e seu olhar encontra o meu. " Eu não odeio você, não consigo ver você como esse monstro. " Humberto me olhava atentamente.

" Então, eu não escolho acreditar na vítima ou no agressor... eu só, acredito que esse Humberto por quem eu me apaixonei não é capaz de algo assim. " Concluo esperando que ele me entenda, porque nem eu conseguir.

Ele saltou da cama, onde estávamos sentados e começou a gritar.

" Humberto?! " ele parou.

" Você realmente acredita que eu não seja um monstro? " Perguntou ofegante.

Me levantei e o encarei de pé.

" Sim, acredito. Você não é do tipo de pessoa que faria uma coisa assim, e se você contou sua história, eu acredito."

Notei que seus olhos marejavam.

" Isso significa muito..." ele sussurrou.

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Eu contei tudo sobre o despejo, o contrato e acabei citando Gusttavo algumas vezes e Humberto ouvia tudo atentamente.

Já era bem tarde quando nos despedimos, ele foi para o seu quarto, eu dormi mais calma, mais segura e muito mais leve.

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No outro dia, na mesa do café, Gaby estava mais animada, ela até bateu palmas quando viu o amigo sentar na mesa conosco. Adalberto me deu um abraço bem apertado, enquanto Giovanna o olhou com um olhar matador.... esses dois.

" Toda vez que vejo esse anúncio eu me seguro pra não vomitar! " Gaby bufa com o seu tablet na mão, Adalberto ao seu lado analisava o que ela via.

" A foto não está ruin..." Ele comenta.

" Deixa eu ver..." Humberto toma o tablet da mão de Gaby, que paralisa.

Ele fica estranho quando ver, analisa um pouco a foto e se vira pra mim.

Do nada, contratada [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora