Capítulo 7 - A lenda da Câmara

3 1 0
                                    

Filch chegou logo, abrindo espaço entre os alunos tentando ver o motivo do tumulto.

–Que está acontecendo aqui? Que está acontecendo? - e fez uma pausa incrédula - Minha gata! Minha gata! Que aconteceu a Madame Nor-r-ra? – gritou ele ao chegar à frente e ver a gata.

Ele então olhou pra Harry.

– Você! – gritou. – Você! Você assassinou a minha gata! Você a matou! Vou matá-lo! Vou...

– Argo! - chamou Dumbledore ao chegar à cena, seguido de vários professores, indo até a gata a soltando do porta-archote.

– Venha comigo, Argo – disse a Filch. Hermione e os garotos o observaram de olhos vidrados. – Os senhores também, Sr. Potter, Sr. Weasley e Srta. Granger.

Lockhart deu um passo à frente pressuroso. – A minha sala fica mais próxima, diretor, logo aqui em cima, por favor, fique à vontade...

– Muito obrigado, Gilderoy – disse Dumbledore.

Os alunos abriram passagem para deixá-los passar. Lockhart, com o ar agitado e importante, acompanhou Dumbledore, apressado; o mesmo fizeram a Profa McGonagall e o Prof. Snape.

Ao entrarem na sala, Dumbledore pôs Madame Nor-r-ra na escrivaninha e começou a examiná-la. Harry, Rony e Hermione trocaram olhares tensos e se sentaram, observando, em cadeiras fora do círculo iluminado pelas velas. A Profa McGonagall estava curvada quase tão próxima, os olhos apertados. Snape esticava-se por trás deles, meio na sombra, com uma expressão estranhíssima no rosto: era como se estivesse fazendo força para não sorrir. E Lockhart andava à volta do grupo, oferecendo sugestões.

Dessa vez, Hermione sequer se deu a chance de admirar o que quer que ele estivesse dizendo: seus olhos estavam pregados na gata sobre a mesa, imaginando quem é que havia feito aquilo a ela, e o que poderiam fazer para tirá-la daquele estado - se é que estava mesmo petrificada, como parecia.

– Decididamente foi um feitiço que a matou, provavelmente a Tortura Transmogrifiana. Já a usaram muitas vezes, que pena que eu não estava presente, conheço exatamente o contrafeitiço que a teria salvado...

Filch estava afundado numa cadeira ao lado da escrivaninha, soluçando, com o rosto coberto pelas mãos, sem conseguir olhar para a gata. Dumbledore murmurava palavras estranhas para si mesmo, tocando Madame Nor-r-ra com a varinha, mas nada aconteceu: ela continuava parecendo que fora empalhada recentemente.

Rony, por sua vez, estava tão irritado quanto sempre ouvindo ao falatório do professor: a diferença é que agora estava ocupado demais pensando no que acabara de acontecer para praguejar sobre aquilo, temendo pela ideia de poderem pensar que eles tinham mesmo algo a ver com a gata e a mensagem pelo corredor - e ainda mais, em "poderem pensar", ele não queria nem imaginar que sua mãe pudesse chegar a se incluir.

–... Lembro-me de algo muito parecido que aconteceu em Ouagadogou – disse Lockhart –, uma série de ataques, a história completa se encontra na minha autobiografia, naquela ocasião pude fornecer aos habitantes da cidade vários amuletos, que resolveram imediatamente o problema...

Então, finalmente Dumbledore se ergueu.

– A gata não está morta, Argo – disse ele, baixinho.

Lockhart parou imediatamente de contar o número de assassinatos que evitara.

– Não está morta? – engasgou-se Filch, olhando por entre os dedos para Madame Nor-r-ra – Então por que é que ela está toda... toda dura e gelada?

– Ela foi petrificada – disse Dumbledore. ("Ah! Eu bem que achei!", disse Lockhart.) – Mas de que forma, eu não sei dizer...

– Pergunte a ele! – gritou Filch, virando o rosto manchado e escorrido de lágrimas para Harry.

A Câmara Secreta - Por Rony W. e Hermione G.Onde histórias criam vida. Descubra agora