O infiel

Capítulo 7 - Dias de tempestade

Meses depois...

Haviam acabado de sair da aula de Educação Física, Menma havia ficado para trás quando todos seus colegas se dirigiram ao vestiário, pois uma garota o havia chamado a um canto, o moreno estava sorridente, acabava de receber sua primeira declaração de amor, e mesmo não sentia nada pela menina, era bom saber que não era invisível aos olhos dos demais.

- Uzumaki... – o sorriso que ostentava se desmanchou quando esbarrou em Ken Tanaka, o bully da escola, que sempre lhe encarava com um olhar mortal, este estava sem camisa, por isso havia podido ver as inúmeras marcas em seu peito e costas, o garoto ao perceber que o moreno o havia visto, rapidamente vestiu uma camisa, antes de sair dali lhe dando um olhar ameaçador, que indicava que se dissesse algo a alguém era um garoto morto. Menma não pôde deixar de observar o lugar por onde seu colega mais agressivo havia partido, agora entendia porque ele era sempre o último a se dirigir aos vestiários, quando já não havia ninguém nestes, o que não entendia era como o garoto havia obtido todas aquelas marcas, mas iria averiguar, ou não se chamava Menma Uzumaki.

(...)

Dias depois...

Faziam quatro dias que Ken Tanaka não comparecia a escola, e embora Menma não quisesse admitir, estava preocupado, por mais idiota e violento que o garoto fosse, este jamais faltava, sempre era dos primeiros a chegar à escola.

Decidiu averiguar, não havia sido difícil descobrir o endereço, já que havia se oferecido para levar o material das aulas perdidas ao garoto, o que sim o surpreendeu foi a pequena casa caindo aos pedaços que encontrou, ok, não era exatamente isso que esperava do bully da escola.

- PARE IORI! VAI MATÁ-LO! – um grito o assustou, a voz feminina parecia desesperada.

- NÃO SE META MULHER! ESSE PIRRALHO TEM QUE APRENDER A ME RESPEITAR! – um alto som de vidro se quebrando ecoou em seus ouvidos, seguido do grito da mulher.

- NÃO! – e em seguida um homem saiu da pequena casa, batendo a porta, suas mãos pareciam trêmulas e seu corpo cambaleante, ainda pôde ouvir sons de soluços femininos, não aguentou ficar parado, acabou entrando na casa e a cena que encontrou o chocou em demasia. Os poucos móveis estavam todos revirados, como se houvesse sido palco de uma terrível luta, a mulher chorava ajoelhada, ao lado do corpo de um garoto caído ao chão, com cacos de vidro à sua volta, se assustou ao reconhecer o corpo desacordado sobre o chão.

- Tanaka... – seu sussurro sobressaltou a mulher, que o encarou assustada.

- Q-quem é você? O que faz aqui? – mas Menma nada conseguia dizer, o vermelho do sangue do garoto misturando-se a seu cabelo o havia assustado e muito – O que faz? – a mulher perguntou quando o moreno fez menção de pegar seu celular.

- Ligando para o hospital... a não ser que queira ver seu filho morto no chão dessa sala. – a mulher não disse mais nada, apenas voltou a chorar, sabia que o garoto estava certo, dessa vez seu marido havia passado dos limites.

(...)

- MEN-MA! – assim que os olhos azuis do garoto encontraram aos obsidianas, o menino correu até "sua mãe", o apertando em um abraço desesperado.