Emma
Os dia seguinte ao meu "encontro noturno" com Jayden foi monótono. Após a aula Bruna me chamou pra ir ao shopping.
Ainda era estranho viver essa experiência de adolescente normal. Minha única amiga ainda era Bruna, mas ela tinha que dividir seu tempo entre mim e Olivia e seu bonde.
- Elas só não te conheceram direito – Ponderou Bruna – Não do jeito que eu te conheci. Sabe que aquela festa sexta ainda tá de pé, não é? Não pensa que escapou de mim.
Minha cabeça doía só de pensar nessa situação. Eu realmente não estava afim de comparecer nesse "evento", mas ainda me assustava a ideia de perder intimidade com a única pessoa que conversava comigo na cidade – Além de meus pais e a orientadora da escola – Então sem saída, me vi obrigada a ir nessa festa.
- É, eu sei. Não to tentando escapar. Mas você tem certeza que é uma boa ideia eu ir? Acho que eu ficaria deslocada sabe? Não tenho nem roupa pra ir, pra ser sincera, não sei nem como me vestir.
Bruna, que segurava uma sacola que continha uma capinha nova, rosa shock com pelinhos, que acabara de comprar pro seu celular, me olhou como com pena.
- Você vive se botando pra baixo. Você fala sempre que não viveu uma adolescência normal e que não pode viver todos os "ritos" de um jovem, mas eu to aqui, na sua frente, te dando uma oportunidade de ir numa puta festa, e eu sei bem que você tá desviando. Posso não te conhecer há tempos, mas você é bem fácil de se entender.
Idiota
Burra
Para de se vitimizar Emma sua vadiazinha, foda-se você e sua história. Vá para a festa e transe com todos os garotos que te olharem. Beba até esquecer como se anda.
Viva a adolescência.
Corei ao ouvir as palavras de Bruna, olhei para o outro lado tentando disfarçar meus olhos cheios de lagrimas.
Emma sua chorona
- Ou, ou, ou – Bruna segurou minhas mãos e se aproximou – Calma, me desculpa, mandei mal né? Esquece o que eu falei, as vezes eu falo merda.
- Não, acho que você tem razão – Voltei meu rosto para ela, agora com o entorno dos olhos vermelhos – Você tem razão.
- Vamos fazer o seguinte, que tal se eu for na sua casa te ajudar a escolher algo pra vestir? Assim eu já conheço seus pais e você pode pedir pra eles a permissão.
- Não rola, meus pais nunca deixariam eu ir numa festa a noite. - Lembrei da situação que estava passando. Meus pais brigando, minha mãe chorando. - E também não quero criar um briga por causa disso.
Ao perceber que isso poderia soar como uma desculpa para não ir, me prontifiquei de arrumar uma solução para que Bruna não ficasse chateada.
- Mas eu vou dar um jeito. Talvez eu fale que vá dormir na sua casa, uma noite normal. Não sei ainda.
Ao final, nos despedimos e seguimos cada um seu rumo. Bruna ficaria mais um pouco para andar por uma loja recém inaugurada. Já eu havia hora para chegar em casa.
Fiz o caminho de volta pensando nas desculpas que eu daria para sexta. Tendo em vista que já é daqui dois dias, preciso avisar hoje já para meus pais, avisar em cima da hora nunca daria certo.
- Oi filha, como foi lá no shopping? - Perguntou minha mãe empolgada. - Fico muito feliz que você esteja fazendo amizades. Eu sabia que seria uma boa ideia vir pra cá.
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Escrava dos meus sentimentos
RomanceMudanças. Palavra que ironicamente se tornou algo repentino e comum na vida de Emma, que por ter pais missionários, nunca teve a experiência de uma vida adolescente normal. Quando finalmente seus pais decidem criar raízes em algum lugar, eles escol...