Capítulo 16

174 17 9
                                    

"Como no primeiro livro de Genevieve! Quando ela está naquele jardim da casa dela! Brincando com as rosas e vendo o clima mudar de uma hora para a outra..."

2 anos e meio depois...

Eu achava que era apenas um sonho impossível de se cumprir.
- Senhor, o chá estará pronto em 5 minutos. -A empregada diz aparecendo ao meu lado.
- Obrigada May, estarei lá. -Digo breve, ela se curva e sai.
O vento frio de Londres me fazia tremer dentro de meu cardigã, as rosas do jardim dançavam junto a brisa.
- Demorei muito? -Olho para trás, ele chegava sorrindo, com suas vestimentas pretas, e jeito educado de andar.
- Um pouco. -Dou um sorriso e ele se senta ao meu lado. -Correu tudo bem na reunião? -Ele me dá um beijo e afirma.
- Foi tão cansativo! -Resmunga deitando a cabeça em meu colo. -O que está fazendo aqui no jardim sozinho?
- Pensando. -Acaricio seus cabelos, enquanto seus olhos castanhos me encaravam.
- Em que? -Ele se aconchega.
- No passado. -Falo sorrindo. -Quem diria que cá estou, sentado no jardim de Genevieve. -Olho para as rosas, as testemunhas rubras que aquela visão não era apenas um sonho.
- E você dizendo que seria impossível de achar o jardim dela, não é Iru? -Ele sorri e segura minha mão entrelaçando nossos dedos.
- Eu não fazia ideia que fosse possível. -Aperto nossas mãos. -E nem que eu namoraria do escritor do meu livro favorito.
- Como eu sempre digo. -Ele limpa a garganta. - "Você nunca saberá o que está por vim, não diminua seus sonhos por conta das barreiras!"
- Você nunca disse isso Kakashi! -Dou risada.
- Mas poderia começar a dizer! Poxa! Achei a frase perfeita! -Ele sorri.
- Tem razão. -O vento sopra sobre meu rosto mais uma vez. -Ja é quase cinco horas, o chá logo estará sendo servido.
- Já se acostumou com os horários londrinos? -Ele senta estralando o pescoço. -Então vamos amor. -Ele me oferece um sorriso e segura firme minha mão.
Nós levantamos seguindo para a mansão Hatake, ao abrir a porta da entrada somos recebidos por latidos e miados.
- Parece que eu não fui o único a me adaptar. -Comento e pego Pakkun no colo, Kashi faz o mesmo com Keda.
- Iruka suas coisas já estão arrumadas? -Anko pergunta checando o celular, ela vestia uma saia por cima de uma meia calça preta fina, uma blusa social e saltos escuros, seu cabelo estava solto e bem penteado.
- Sim, as malas já estão prontas. -Comento com um sorriso.
- O Gai já comprou nossas passagens para Toronto? -Kakashi pergunta e ela afirma.
- Como pediram, segunda classe, o mecânico ligou, disse que o jato estará pronto na próxima semana, posso avisa-lo para levar para Toronto assim que estiver consertado? -Ela pergunta chegando o relógio de pulso.
- Sim, obrigado Anko. -Kashi diz breve e continua brincando com Keda.
- Certo, agora vamos o chá está servido. -Ela fala formal e então me olha. -Algum problema Iruka?
- Minha melhor amiga virou minha secretária. -Digo sem esconder o sorriso. -Ainda não me acostumei com isso.
- Não deixei de sua melhor amiga de sempre, só estou em horário de trabalho. -Ela da uma piscadela e afirmo. -Então vamos, temos que dormir cedo, amanhã iremos para casa.
Casa...
Verdade, estou com saudade de Toronto, gosto da minha casa, apesar de que as vezes nos temos que vir para Londres por conta de reuniões, eu não sinto vontade de ficar morando aqui por muito tempo, afinal, a maioria dos nossos amigos moram no Canadá.
-Iruka estão te ligando. -Anko me tira dos meus pensamentos, me entregando meu celular.
-Alo? -Coloco Pakkun no chão enquanto seguimos para o salão do chá.
- Como vai o meu neto favorito? -Dou um sorriso surpreso.
- Sou seu único neto, madame Adeline. -Digo colocando no viva voz e Kakashi sorri.
- Oi vó! -Meu namorado diz colocando o Keda para brincar com Pakkun no chão.
- Oi meu querido! -A velha fala animada.
- É, não sou o único neto. - Comento e o de cabelo cinza faz fusquinha. - Ele ainda debocha! -Dou risada.
- Aí que saudade de vocês! -Minha avó diz com voz de choro.
- Ah vovó não vá começar chorar! Se não o iruka vai chorar também! Ah viu só! Já começou chorar! -Ele me abraça. -Ah mor não chora não!
- A última vez que vocês vieram me visitar foi no natal do ano passado! Eu vou ter que esperar mais meio ano?! -Ela diz soluçando.
- Nao chore vovó! Tenho uma boa notícia! -Kashi diz, e tanto eu quanto a velha ficamos em silêncio para ouvir ele. - Céus, vocês são muito curiosos.
Sentamos na mesa posta no salão de chá, tinha janelas amplas que mostravam o belo jardim do fundo, as paredes eram da cor creme, e destacavam as enormes cortinas de renda mais escura, o piso encerado era claro, e os lustres eram dourados e antigos.
- Pois então conte meu filho! -Adeline pede curiosa.
- Até mesmo eu estaria curiosa. -Anko comenta colocando uma xícara na minha frente. -Felizmente eu já sei.
- A Anko já sabe?! -Eu e minha vó dizemos unisolo.
- Vovó, terei que lhe contar mais tarde. -Kashi diz passando uma geleia de framboesa em sua torrada. -É uma surpresa pro Iruka, então ele não pode saber. -Ele morde de olhos fechados fazendo suspense.
- Eu não gosto de surpresas. -Digo dando de ombros enquanto colocava alguns cubos de açúcar em minha xícara com chá. -Você sabe disso Hatake Kakashi.
- Eu sei, mas dessa você vai gostar. -Ele me olha bebericando o chá. -Estou certo disso Umino Iruka.
- Aí qual é gente! Começou a falar nome completo é porque o negócio é sério! -Minha vó da o xilique dela, tanto eu quanto kakashi estavamos pronto para cair em risos. -Gente? Vocês tão aí?
Solto um pouco de ar pelo nariz e meu namorado engasga com o chá, sendo assim não aguentamos e caímos em gargalhadas.
- Vocês são muito infantis sério! -Anko diz pegando o celular. -Coitada da Dona Adeline! Vem dona Adeline eu vou contar o plano dessa cacatua cinza.
- Tchau vovó! -Kashi e eu dizemos em unisolo.
- Você sabe que ela vai te ignorar não sabe? -O mais velho resmunga.
- Ela volta assim que eu disser "Vovó não te conto...!". -Pego o jornal folheando.
- Amor? -Resmungo respondendo. -Olha aqui...
Levo as xícara nós lábios e abaixo o jornal, sou surpreendido por um flash.
- Meu deus Kakashi! Que isso? -Ele ri e me mostra a minha foto que ele havia tirado. -Ja não tem fotos suficientes minhas no seu celular?
- Suas fotos nunca serão demais amor. -Ele sorri e levanto o jornal envergonhado. -Depois de dois anos de namoro você ainda sente vergonha dessas coisas clichês?
- Ah cala a boca! -Resmungo e ele ri. -E nada de celular na hora do chá! -Abaixo o jornal para pegar um pedaço de pão.
- Certo, você que manda. -Ele resmunga colocando o aparelho no bolso.
Pelo canto dos olhos vejo, May e as outras duas empregadas paradas esperando ambos terminar o chá.
- May, Kate, Anny. -Chamo e as três são um passo para frente. -Todos serão dispensados mais cedo hoje, e como amanhã é feriado podem passar com suas famílias, avisem os outros por favor.
- Mas senhor... -May começa. -Ainda tem algumas coisas para arrumar.
- Não se preocupem com isso, agora vão aproveitar, e amanhã é o início da primavera, tirem bastante fotos, próxima vez que eu vier para Londres eu quero vê-las. -Abro um sorriso e elas se olham entre si e depois se viram felizes para mim.
- Obrigada Senhor! -Agradecem em coro e começam a sair rapidamente.
- Podíamos liberar-las mais tarde um pouquinho amor. -Kashi diz com um olhar preguiçoso.
- Não pense que você vai fugir da louça suja. -Ele exclama um "aff" e dou risada. -Só de pensar que amanhã já é a última segunda feira de Maio...
- O tempo passa voando mesmo, não quer ver a festa da primavera desse ano? -Ele pega o jornal que eu já havia visto e começa a folhear.
- Querer até queria, mas tenho que trabalhar depois de amanhã, a biblioteca vai receber alguns Box semana que vem, e eu nem arrumei todos os que já tinham. -Suspiro.
- Vai dar tudo certo, se quiser posso ir te ajudar. -Ele diz e ofereço um sorriso. -O que foi?
- Você é fofo, mas sabe que não pode ir aparecendo na biblioteca, afinal você é Hatake Kakashi.
- Mas eu não vou como Kakashi, vou como Sukea, seu namorado lindo e maravilhoso. -Ele dá uma piscadela.
-Da última vez, meu namorado lindo e maravilhoso, uma fã reconheceu a cor do seu cabelo, ela iria fazer um escândalo se não fosse a Anko aparecer e dizer que não é só o Kakashi que tem o cabelo daquela cor. -Digo e ele da de ombros. - Você não está pensando em um jeito de ir disfarçado não né?
- Touca, óculos escuros, terno e um walktalk, serei 00Sukea. -Ele diz com voz de narrador de filme.
- Aí a polícia vê um retardado fingindo ser o 007 e leva para o psiquiatria. -Ele me olha com cara de deboche.
- Não acaba com a minha fanfic não! Obrigado? -Dou risada e ele sorri. -Que pena que não podemos ficar para ver as rosas terminarem de desabrochar.
- Você não liga para a primavera, ou para as rosas terminarem ou não de desabrochar... O que você está escondendo? -Ele me olha espantado. -Estou começando a desvendar a surpresa? -Ele afirma. -Ok, só vou fingir que isso não é óbvio e continuar fingindo ser sonsinho.
- Amor! Você vai acabar com a surpresa! -Ele diz.
- Eu não tenho culpa que te conheço melhor do que você mesmo! -Ele revira os olhos sorrindo. -Você terá que ser mais cuidadoso com isso, estamos juntos a dois anos, eu sei até no que você sonha.
- Até parece. -Ele levanta o jornal lendo novamente a página que ele já havia lido mais cedo.
- E vê se para de enrolar, sei que está fazendo isso para não lavar a louça. -Ele para de "ler".
-Amor! As vezes você me dá medo! -Ele resmunga.
- Nem venha com esse Papinho, só não fomos lavar as louças ainda, porque eu não terminei de comer. -Ele olha para o último morango no meu prato, pego fazendo fusquinha e coloco na boca. -Agora eu terminei, vamos.
- Eu não gosto de lavar louça! -Kakashi faz birra, me levanto juntando os pratos.
- É meu amor, ninguém gosta de lavar louça, sei que tu é rico tem empregados coisa e tal, mais namorando comigo você vai lavar louça sim! -Ele me encara fazendo bico.
- Comunhão de bens? -Olho desacreditado, e ele ri.
- Nem somos casados louco! Anda Kakashi para de enrolar e me ajuda levar os pratos para a cozinha! -Digo me afastando da mesa. -Você já foi melhorzinho antigamente!
- Céus! Você vai envelhecer igual a uma avó do século 13! Da qual vê a família como o símbolo de status. -Ele pega o resto das coisas me seguindo. -Só que uma avó gay.
- Você já está falando muita abobrinha. -Resmungo e ele continua sua narrativa.
- Aquelas avós que faz os netos joelharem em milho! Vender laranjas na rua aos 7 anos! -Diz como se estivesse no teatro.
-A cada palavra uma louca aumenta para você lavar. -Digo rindo.
-Meu deus que contagem é essa? -Ele pergunta.
- Mais 6 pratos para você. -Conto.
- Iruka, isso não está certo! -Protesta.
-Mais 5! -Continuo.
- Irukaaaaaaa.
- Mais um prato!

Leia-me IrukaOnde histórias criam vida. Descubra agora