05| Segredos e piqueniques

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Boa Leitura!!

#CulpaDaLua

Enquanto Jimin e Jungkook aproveitavam a companhia um do outro na enfermaria, Hoseok estava sentado em uma das pontes do porto litorâneo de Dal-bam. Sentiu o sopro gélido em seu rosto e inspirou fundo, aproveitando o aroma gostoso que o local emanava.

A noite estava totalmente estrelada e a Lua, como sempre, refletia na água os seus feixes prateados; para completar a vista estonteante, a silhueta do Palácio Real podia ser vista por aqueles que contemplassem de longe, as pequenas e claras luzes das lamparinas de dentro do local e deixavam a residência ainda mais bela.

Polaris se sentia em casa. E a razão disso não era somente pelo fato de toda Dal-bam ter sido projetada inspirada na Lua, no céu azul escuro pontilhado por luzes brilhando, o lembrando de suas origens. O motivo ia muito além disso. E, mais uma vez, não podia contar a ninguém.

Aquela maldita máscara radiante se fixou em seu rosto, a essência moldada para que pensassem que Polaris ainda vivia; que a Estrela Guia ainda brilhava como brilhou ao nascer, durante a criação do universo. Mas, o que esqueceram de contar aos outros: o cintilar de uma estrela viaja a milhares, ou até milhões de quilômetros na velocidade da luz, e demora para chegar à superfície terrestre, então, em alguns casos, vemos a luz de uma estrela no passado. E era isso que acontecia com Polaris: o seu próprio brilho havia se apagado naquela noite, há vinte anos atrás. A Estrela do Norte se apagou junto à galáxia de outra pessoa.

Hoseok repetia inúmeras vezes que era sua culpa, sempre foi. Se tivesse levado a sério aquela regra, a única imposta sobre si pelo Cosmo, será que o destino seria diferente? Será que havia alguma possibilidade de mudar o que tinha acontecido? O que estava acontecendo? Polaris não podia deixar. Ele não podia perder a única parte no mundo que o lembrava da presença da mulher. E ele quase perdeu, por mero descuido e por ter confiado na profecia.

Os sentimentos travavam uma batalha em sua mente, o coração batia feito louco e o gosto amargo da bile subia pela garganta; estava exausto. Era tempo demais. Precisava da paz que nunca tivera em toda sua infinita vida.

Angustiado e com vontade de gritar, Hoseok apenas se limitou a suspirar e abraçar as pernas em frente ao corpo, descansando a cabeça sobre os joelhos. O vento fraco e gelado bagunçava seu cabelo preto, o som do farfalhar das folhas abafava o ruído das vozes dos poucos súditos que caminhavam ali por perto. Com os olhos fechados, Jung só percebeu que alguém se sentara ao seu lado quando sentiu o doce aroma do perfume do outro.

ㅡ O que era aquela névoa? ㅡ A voz grossa e rouca questionou. Hoseok, achando graça, soltou uma risada anasalada e abriu os orbes, encarando o acastanhado ao seu lado.

ㅡ Pensei que tivesse esquecido isso, Taehyung ㅡ replicou calmamente.

ㅡ Você parecia desesperado, Polaris. Não acho que conseguiria esquecer, nem se eu quisesse. ㅡ Taehyung deu de ombros, fazendo com que a parte de cima de seu hanbok escorregasse e deixasse seus ombros à mostra.

ㅡ Por que você me chama de Polaris? ㅡ questionou.

ㅡ Não fuja do assunto, Hoseok ㅡ Taehyung disse, erguendo uma das sobrancelhas, se ajeitando sobre os joelhos.

ㅡ Mas eu não estou, meu bem. ㅡ Ofegou. ㅡ É só uma singela curiosidade...me chama pelo meu nome verdadeiro como se fosse natural e não como se eu fosse louco, entende?

Confuso, o garoto de madeixas acastanhadas apenas inclinou a cabeça e mordeu o lábio inferior, pensando no que responder para o feiticeiro.

ㅡ Se você é louco, então eu sou também. ㅡ As feições de Hoseok se tornaram surpresas; os olhos de írises, agora, pouco arroxeadas, se arregalaram e um biquinho involuntário surgiu em seus lábios. ㅡ Eu acredito em você, Polaris. ㅡ Riu. ㅡ Não sei o porquê, apenas sinto que devo.

SCARLATTO • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora