Chapitre 11

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Jimin colocou a mão na minha nuca e pediu passagem com a língua. Sem me dar conta do estrago que estava fazendo eu cedi, aos poucos fechei meus olhos e quando percebi já estava com as mãos em seu abdômen, que aparentemente é definido e cheio de gominhos.

Nós estávamos na maior pegação, mas infelizmente fomos interrompidos com um pigarreio rouco, e quando nos afastamos avistei o mesmo velho tarado de antes.

Ele estava nos olhando com os olhos semi-arregalados, mas mantinha um sorrisinho cínico nos lábios e segurava seu copo com o mesmo líquido alaranjado.

- Atrapalho? - Perguntou sarcástico.

- Sempre. - Jimin rebateu com uma expressão nada boa, o homem ficou em silêncio por alguns minutos mas depois se recompôs e disse:

- Quero apresentar alguém a vocês. - Ele fez um sinal com a mão e logo três homens se aproximaram.

Quando coloquei os olhos nos três homens minha respiração imediatamente desregulou, minha boca ficou seca, minhas mãos ficaram trêmulas e eu as apertei com força para tentar disfarsar.

Poderiam se passar mil anos, mas eu ainda reconheceria esses rostos, os rostos dos mesmos homens que destruíram minha família e toda a minha felicidade.

Eles estavam diferentes, talvez mais velhos, mas ainda assim são reconhecíveis.

As lembranças voltaram com tudo e eu fechei os olhos, na tentativa de fazê-las irem embora.

Abri os olhos novamente e Jimin pareceu notar meu desconforto, ele me olhou com uma sobrancelha arqueada, enquanto eu intercalava o olhar entre os três homens e o velho.

- Comment savez-vous? (Como você sabe?) - Perguntei com minha voz trêmula.

- Je sais tout. (Eu sei de tudo.) - Sussurrou tomando um gole da sua bebida e eu pertei ainda mais minhas mãos.

Quando senti meus olhos marejarem os fechei de novo.

- O que você está fazendo? Que porra é essa? - Jimin se manifestou, levantando da cadeira e o encarando.

- Pergunte para ela. - O velho respondeu e eu apenas me mantive quieta, tentando acalmar o caos que estava dentro de mim.

- Connard. C'est ce que tu es! (Filho da puta. É isso que você é!) - Falei e abri meus olhos, o encarando com raiva.

- Ne te fâche pas Rosé, c'est un bon souvenir pour moi... Pas pour toi? (Não fique com raiva Rosé, é uma boa lembrança para mim... Para você não?) - Me levantei bruscamente e bati com minhas mãos na mesa, o encarei raivosa e ele continuou; - Vous savez... J'ai adoré apprendre que vos papas de merde ont été tués, saviez-vous que j'ai organisé une fête? Le prochain sera vous, celui sans famille, sans parents, sans frères et sœurs, tout seul. Ils ne t'aimaient pas Roseanne, c'était mieux le cul.

Em toda a minha vida, eu nunca pensei que seria tão fraca a ponto de ser humilhada em público e não poder fazer nada, a não ser chorar. Hoje, definitivamente foi o meu dia de fraqueza, o dia que eu percebi que não sou merda nenhuma, a não ser uma fraca de merda que não consegue nem se defender. Nesses últimos dias eu fui agredida, quase morta e em todos esses momentos não fui tão fraca como estou sendo agora.

O encarei e sorri em meio as lágrimas.

- O que porra você está dizendo Pierre? - Jimin indagou bravo.

- Pierre. - Cuspi. - Eu realmente fico muito lislongeada com suas palavras porque eu sou sim uma sem família, mas pelo menos vivo sabendo que eles um dia me amaram, não sou como você que teve uma família de merda que te espancava e falava todos os dias o quanto te odiava. - Vi seu sorriso morrer aos poucos e sorri vitoriosa. - Eu não te conheço, mas nem preciso, pois só em te ver já percebi o quão filho da puta você é!

Sua expressão se transformou em uma carranca e ele fez menção de vir para cima de mim, mas Jimin se pôs na minha frente e eles começaram uma guerra com o olhar.

- Se você encostar um dedo nela, eu juro que te mato. - Declarou Jimin.

Pierre deu passos para trás e depois de mais alguns minutos se encarando ele fez sinal com a cabeça para os outros três homens.

Os olhei uma última vez e sem conseguir me controlar desabei no choro.

Porra, porquê eu estou sendo tão fraca?

Jimin me puxou pelo braço e depois de passarmos pela multidão ele me colocou no carro, o ligando e dando partida em seguida.

Eu me abracei forte e deitei a cabeça na janela, deixando que todas as lágrimas caíssem, diante dos olhos do homem que mais deseja me ver vulnerável e como se isso não fosse o suficiente, todas as palavras que ele me disse começaram a rondar em minha mente;

Não é atoa que eu matei toda a sua família. Acha mesmo que se eu fosse um cara bonzinho teria feito isso?

Eu realmente não me imagino estando em suas mãos implorando pela vida quando na verdade é a sua que está em minhas mãos.

Agora você sempre vai sofrer as consequências Rosé, porquê quanto mais você faz esse joguinho, mais eu quero te machucar.

Você prefere fingir tentar ser a garota fodona, que aguenta tudo, mas todos sabem que você não é assim querida. Você é apenas uma jovem que carrega mágoas do passado e tenta colocar na mente que tudo vai passar, quando na verdade, você só está enganando a si mesma.

Meu choro se tornou ainda mais intenso, um bolo se formou em minha garganta e alguns soluços começaram a sair da minha boca, enquanto eu repetia mentalmente; Não posso confiar nele, e entendi que essas frases realmente faziam sentido.

Meu choro se tornou ainda mais intenso, um bolo se formou em minha garganta e alguns soluços começaram a sair da minha boca, enquanto eu repetia mentalmente; Não posso confiar nele, e entendi que essas frases realmente faziam sentido

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Preparem os corações.

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