A minha menina é um anjo

1.1K 109 10
                                    

Scarlett voltará para o castelo ao pôr do sol, afinal não poderia ficar fora para sempre, e Tom acabou que ficou sozinho na cabana, tendo como companhia apenas Crow e Crystal, mas não era como se Riddle quisesse falar com alguém, a única coisa que o moreno queria era voltar a sua fuga, afinal não se sentia seguro parado em um só lugar.

Virou a folha do livro que lia, seus olhos azuis passeando pela folha amarelada, buscando por informações. Mas sua mente não chegava a realmente absorver as vastas frases e palavras, ela estava focada em uma certa ruiva.

Mattheo, seu irmão, sempre lhe dizia que quando ele encontrasse sua predestinada - não por obrigações de rei, e sim por verdadeiro amor - ele sentiria profundamente, sentiria como se sua alma tivesse achado um complemento. E Tom se lembra de ter dado risada, dizendo que não era real, e cá estava ele provando que seu irmão estava certo - mais uma vez.

Não era como se ele estivesse apaixonado perdidamente. Mas também não era como se pudesse ignorar que estava encantado com a princesa.

Fechou o exemplar revirando os olhos.

Uma coisa que Riddle sempre fazia para espairecer a mente era passear com Crow, mas ele poderia ser pego por algum guarda, até porque fora sorte ele ter conseguido entrar no reino sem ser visto. E outro ponto era seu braço, que ainda doía, não era como antes, mas da mesma forma era doloroso.

Pensando nisso ele se lembrou de sua fuga. . .

"Todos que moravam no castelo estavam no terreno de Azkaban. Todos os guerreiros estavam postos atrás de Thomas, e outros dois se aproximando lentamente pelas costas do herdeiro, tentando o pegar desprevenido.

—  Você não pode sair daqui! - gritou Thomas Riddle Azkaban, rei do reino de Azkaban.

— Quer apostar?! - gritou o príncipe.

— Para onde iria?! Slytherin?! Seria denunciado! - se aproximou com seus guardas a sua cola.

— Então por quê você não conta a eles a verdade?! - tentou ganhar tempo mudando de assunto.

— Você não sabe o que diz!

— Ah sei! Sei muito bem o que digo! Responda-me. . . Pai! Onde está a antiga família real? Os Lestrange?!

— Morreram em um ataque à realeza! - disse sem demonstrar remorso.

— Você os matou! E fez o mesmo com Theo e todos os outros que descobriram!

— Peguem-no! - berrou estérico.

— Sejam mais rápidos!

Correu para o lado a tempo. No processo torceu o pé, mas não ligou, afinal seu cavalo passou ao seu lado em velocidade máxima, e Tom - após meses de treino - subiu em si - em movimento - se ajeitando nas costas de Crow, segurando sua crina.

— Se demorasse mais eu morreria! - murmurou concentrado.

Uma flecha cortou o ar, rasgando a roupa de Tom e atravessando seu ombro.

Ele gritou alto, apertando mais as mechas de seu cavalo. O sangue avermelhado manchando sua camisa branca.

A verdade é que Thomas não queria mais Riddle vivo, não mais. Afinal, a partir do momento que Tom descobriu seu segredo e gritou para todos ouvirem, Thomas o considerou alguém morto e faria de tudo para o mandar para junto de seu irmão.

Crow queria parar para que Tom pudesse descansar, mas sabia que seria pior para ambos se o fizesse, então acelerou o passo, tentando chegar aos grandes portões antes que os guardas o alcançassem.

Tom sentiu uma segunda flecha menor perfurar suas costas, mas essa fora a última, porque logo após Crow passou os portões, se perdendo na escura floresta.

Guardas e mais Guardas saiam atrás de si, com os melhores cavalos da realeza os levando as suas cotas, mas é claro que nenhum chegava perto da velocidade de Crow.

O galopante correu por toda aquela vasta floresta, desviando dos galhos que conseguia. Eles não faziam ideia de para onde estavam indo, só queriam sair dos terrenos de Azkaban o mais rápido possível.

Crow não parou por nem um segundo, seguindo com velocidade para o além.

— Crow. . . - murmurou cortante o herdeiro após tempos de corrida - . . .vamos fazer uma pausa

O animal parou bruscamente, deixando que seu amigo humano descesse de si.

Riddle pôs seus pés ao chão, gemendo de dor ao ter de usar seu braço.

Mancando o mesmo foi até a árvore mais próxima, se escorando nela e deslizando até o chão.

Quando já estava acomodando na grama, retirou a lança de madeira de seu ombro, uivando de dor. A jogou longe de olhos fechados e mão pressionando o ferimento.

— Crow, vá se alimentar na floresta. Beba água e coma alguma coisa. Volte o mais rápido que puder.

Ele não sabia onde estavam, e não fazia ideia se era um reino ou não, ele so queria ir embora. Ir embora para sempre"

E quando Crow voltou, não estava sozinho. Pensou Tom, deixando a xícara de porcelana em cima da mesa de madeira escura.

Se levantou ainda mancando, e foi olhar o resto da cabana. Os dois últimos cômodos: um banheiro e um quarto.

O quarto era simples porém confortável, composto por uma cama, duas mesinhas ao lado do colchão e um guarda roupa.

Se atirou na cama, querendo descansar de sua longa "viagem".

No castelo, Scar estava na mesa de jantar, acompanhada de seus pais. . .

— Como foi seu dia, meu bem? - perguntou Remus.

— Normal. Fiquei nos terrenos lendo - contou parte da verdade. Afinal ela sabia que ninguém poderia saber do tal Thomas - e o de vocês?

— Monótono e entediante - murmurou Sírius, fazendo a pequena rir.

Seus pais eram o equilíbrio perfeito: Sírius era o brincalhão, o mais relaxado, já Remus era o mais responsável, o centrado da relação. A união perfeita.

Scarlett os amava, e amava ainda mais o fato de que eles não a obrigavam a fazer nada. Não era como nos outros reinos, aos quais, antes mesmo do herdeiro nascer, já se tinham seu destino traçado.

A princesa levou o garfo de prata a seus lábios. Degustando do alimento, lembrando do rapaz que ajudará hoje. Ele era interessante ao seu ver. Parecia que sofrera muito na vida, já que a pequena não conseguia ver a felicidade em seu olhar, ela só via lá solidão e desgosto de viver, e isso a assustava. Ela não sabia bem o porquê.

Não há quem diga que não houve sinais, porque teve sim. Mas Tom tinha seu orgulho e Scar a inocência.

Tom, quando reparou, não perderá lá muito tempo, dedicando sua atenção e devoção somente à manter a pureza da ruiva. Custa-se o que fosse, mas ninguém tiraria a inocência que a pequena tinha. Não se dependesse de Tom.

Mas isso é história para outra hora. . .

Contínua. . .

My Girl Is An Angel - Tom Riddle (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora