Só fiz questão de devolver pro céu

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Riddle acordou cedo, se sentindo renovado.

Seu ombro - antes machucado e dolorido - parecia curado. E foi pensando nisso que o mesmo retirou sua camisa - a deixando ao seu lado - retirando logo após o pano que Scar havia posto lá. O mesmo se surpreendeu ao ver que estava cicatrizado.

Passou alguns segundos olhando o ferimento, pensando em como poderia ter cicatrizado, o moreno se levantou da cama a qual dormira, indo preparar algo para comer.

Chegou a cozinha, fitando as árvores a fora da cabana. Essa floresta era diferente da qual ficava perto a seu reino, afinal era mais. . . colorida, ele não sabia explicar, apenas a achava bonita e intrigante. Se ele pudesse a exploraria, mas mais uma vez recebeu o choque da realidade, o lembrando que estava sendo procurado por toda Hogwarts - era o que ele achava, claro.

Redirecionou seu olhar a uma cesta  posta na pia, cheia de maçãs. Deu de ombros, pegando uma e a mordendo, saboreando o doce gosto da fruta.

Tom foi até a sala, se sentando no sofá e fitando nada em específico, apenas pensando.

Enquanto isso, Scar que acabara de tomar seu café da manhã estava prestes a sair do castelo - com um jornal em mãos - quando fora parada por seu pai. Remus Lupin.

— Aonde vai, Scar? - perguntou parando a sua frente, e fitando a ruiva com as sobrancelhas arqueadas.

— Para os terrenos - mentiu.

— Fazer o que lá?

— O mesmo de sempre : Ler - falou um pouco nervosa, e ficando mais ainda com a afeição seria de seu pai.

— Esta mentindo - afirmou, fazendo a pequena princesa suspirar.

— E. . . - pensou rápido, formando um plano que provavelmente daria errado - . . .estou, desculpe - murmurou cabisbaixa - eu estava indo cavalgar com Crystal - voltou a mentir, mas dessa vez Lupin acreditou, suavizando a face.

— Porque não disse antes, meu bem? Você sabe que eu não ligo - a pequena suspirou, se sentindo culpada ao ter de mentir para seu pai, mas era preciso, afinal ninguém poderia saber sobre Thomas.

— Desculpe - sussurrou fitando as orbes castanhas do rei.

— Tudo bem. Bom passeio, e tome cuidado - disse, deixando um beijo no topo da cabeça de sua filha, a deixando passear.

A ruiva saiu de lá sem esperar mais nenhum minuto, correndo até a floresta, e a adentrando com velocidade, desviando dos galhos e tomando cuidado para não rasgar e nem amassar o jornal, correndo até a clareira a qual Gaunt estava.

Assim que chegou, passou reto pelos cavalos, abrindo a porta sem se preocupar em bater, a fechando e indo até a sala, encontrando Tom deitado no sofá, com as mãos atrás da cabeça e olhos fechados. Scar nunca que reparava na beleza dos garotos dos reinos, mas na de Tom. . . era quase que impossível - se não totalmente impossível - não reparar : Suas mechas negras  e levemente curvadas estavam sobre sua face pálida, em sua boca um sorriso que fazia sua mandíbula marcada se ressaltar mais. . .

— Scar? - perguntou ainda sorrindo, abrindo os olhos para encarar a bela ruiva, a qual era a mais nova dona de boa parte de seus pensamentos.

— Sim? - se sentou no sofá livre, pondo o jornal levemente amassado em seu colo - dormiu bem?

— Perfeitamente - respondeu, se sentando fitando o jornal - o que é isso? - apontou para o mesmo, fazendo Scarlett se lembrar para que o trouxera.

— Ah sim! - se posicionou ao lado do mais velho - gostaria de lhe mostrar a nova notícia - estendeu a folha para o garoto, que a pegou confuso.

O mesmo abriu o jornal, se deparando com o que ele mais temia : Estava sendo procurado. . .

"SERIA O REI DE AZKABAN UM ASSASSINO OU O FUGITIVO HERDEIRO UM MENTIROSO?

Nessa tarde de sábado, o herdeiro do trono de Azkaban fugiu de seu reino, gritando aos ares que - segundo ele - seu pai, Thomas Riddle Azkaban, era um assassino. O acusou também de matar a antiga família real apenas para pegar o trono para si.

Ninguém realmente acredita em Tom Riddle Azkaban já que o rei nos provou - com coisas concretas - que não fora ele a matar a antiga família Lestrange. E provou também que o príncipe herdeiro sofre de problemas mentais gravíssimos, tanto que fora ele a matar o próprio irmão, Mattheo Riddle Azkaban. . ."

Tom parou de ler na metade, jogando a folha na parede em total fúria. . .

— Desgraçado! Isso é mentira! - disse passando seus dedos por entre seus fios negros, fechando seus olhos e tentando se acalmar.

— É amigo dele? - perguntou Scar quase que em um sussurro, fazendo o maior a encarar confuso - digo. . . você disse que é mentira como se realmente soubesse da. . . verdade. . . - o príncipe se amaldiçoou mentalmente por esse descuido.

— Sim, conheço ele. Era um ótimo amigo, e isso. . . - apontou com ódio para o jornal no chão - . . .é mentira! Thomas matou os Lestrange's e o irmão de meu amigo!

— Estão oferecendo mais de cem mil galeões para quem o entregar para Thomas - comentou Scar.

— Merlin. . . - sussurrou, nem se dando conta que chamará pelo fundador errado - vivo ou morto? - Scar desviou o olhar - Scar. . .

"Seja vivo ou morto, será dado mais de cem mil galeões para quem o trouxer até mim - disse Thomas - e. . . para quem o trouxer morto. . . ganhará seu cargo no trono" - recitou o que leu no jornal - vão matar seu amigo. . .

Tom suspirou. Ele não tinha para onde ir! Se saísse poderia ser visto e reconhecido, e então. . . morto.

— Posso ficar aqui por mais tempo? - sussurrou Riddle.

— Claro, mas porque? - o Azkabariano desviou o olhar de suas esferas azuladas, suspirando e formando uma falsa história em sua mente com rapidez.

— Eu e Tom somos. . . Éramos próximos, podem associar minha fuga com a dele.

— E te matar. . . - assentiu o mais velho, e pela primeira vez na vida ele se sentiu culpado por mentir - certo. Sente fome?

— Um pouco - mentiu.

— Vou preparar algo - se levantou indo até a cozinha, não esperando resposta alguma do tal Gaunt.

Tom suspirou ainda tentando se acalmar. Mas cá entre nós, quem não ficaria estressado caso fosse acusado de matar o próprio irmão?

O moreno levantou-se, indo até a porta e a abrindo, procurando seu cavalo com o olhar, e quando encontrou foi até a si. . .

— Crow. . . - murmurou, acariciando sua crina - . . .todos já sabem que fugi. Estão oferecendo mais de cem mil galeões e o meu lugar na família pela minha cabeça - Crow se reencostou mais em sua mão - vamos ficar aqui por mais um tempo, está bem?

Okay. Ele estava falando com um cavalo como se ele realmente fosse responder, mas fazer o que? Sempre fora assim mesmo, e Crow parecia entender Tom.

O moreno suspirou, caminhando até uma árvore e se sentando em suas raízes, com seus pensamentos mais longe que nunca: ou ele ficava aqui para sempre ou. . . seria morto.

Continua. . .

My Girl Is An Angel - Tom Riddle (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora