Pra tentar livrar desse mundo sujo, imundo

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Tom não aguentava mais ficar preso naquela cabana sem poder cavalgar com Crow, que era a única coisa que poderia fazer para pensar, a única coisa que o fazia sentir próximo de seu irmão.

Bufou fechando o livro que lia. Ele já tinha perdido as contas de quantos já havia lido; chutaria que estava próximo de completar a estante toda e ter que reler todos.

Ele se sentia aflito. Sem nada para fazer e com medo de pôr o pé para fora da cabana e acabar sendo pego e. . .morto.

Mas merda! Ele não tinha culpa de nada! Porque todo mundo está o caçando e amaldiçoando por não querer ser rei de um lugar daquele tipo?! Quem é que iria querer com aquilo que chamam de família?!

Sua mãe não parecia se importar que tinha filhos, e não cuidava deles, deixando para as criadas fazerem isso por si. O pai. . . Como descrever Thomas Riddle Azkaban?

Vamos começar com o fato de que gritava com seus filhos com qualquer erro que cometessem. . . Tom já havia apanhado tantas vezes dele, não só por coisas que ele fizera mas também para defender seu irmão e impedir que machucassem ele. Quem é que espera grande coisa de um cara que matou o próprio filho e que está tentando matar o outro?!

Tom piscou várias vezes seguidas enquanto voltava à realidade com uma ruiva confusa parada a sua frente, estalando seus dedos em frente a seu rosto e chamando por si.

— Não vi você chegar - disse simples.

A pequena sorriu minimamente, se sentando ao seu lado com uma capa de viagem preta em mãos.

— Tudo bem, cheguei a pouco tempo

O rapaz fitou o tecido escuro que a ruiva trazia com curiosidade, e também não entendia porque ela própria usava uma capa.

— Aconteceu alguma coisa, Scar? - ela franziu o cenho, mas entendeu quando o herdeiro apontou para o que ela tinha em mãos.

— Ah não! Trouxe para você usar

— Porque eu usaria uma capa aqui dentro? - arqueou o cenho.

— Não vai usar aqui, Tom - se levantou - vamos sair, você parece entediado aqui dentro

Riddle se surpreendeu, erguendo ambas as sobrancelhas enquanto fitava as orbes azuis da princesa a sua frente. Ninguem nunca se importou em como ele se sentia antes. . .

— Eu não. . .posso sair, se lembra? - ela assentiu.

— Por isso a capa - lhe estendeu o traje, mas ele mesmo assim não pegou.

— Scar, não posso ser pego. É arriscado - a menor suspirou, mas não abaixou a mão.

— Eu sei, mas escute Tom, a capa irá lhe esconder, e será só até o percurso. Onde vou te levar é isolado - o moreno não se moveu - Ah Tom, por favor - Scarlett lhe lançou um olhar pidão, e Merlin! Que ela não saiba disso, mas Tom faria qualquer coisa se ela lhe pedisse assim.

— Certo - resmungou contrariado, pegando o pano e o jogando por cima de seus ombros, sorrindo quando a ruiva se animou - para onde vamos? - subiu o capuz do traje.

— Surpresa - cantarolou abrindo a porta e saindo da cabana.

Tom revirou os olhos sorrindo, seguindo até onde ela estava e se surpreendendo quando avistou Crystal e Crow trajando suas selas negras. . .

— Vamos cavalgando? - Questionou com um fio de esperança, sorrindo largamente quando ela concordou, estendendo o cabresto que prendia Crow. O moreno o segurou mais desprendeu do cavalo.

— Porque tirou? - franziu o cenho quando o mesmo deixou apenas a sela, subindo no galopante que trotou feliz.

— Crow não gosta - respondeu simples, fechando suas mãos nas mechas do mesmo.

Scar apenas deu de ombros, montando em seu égua e segurando no cabresto prendido em seu maxilar, e seguindo caminho por dentro da clara floresta, sendo seguida por ambos Askabarianos.

Tom Riddle Azkaban se sentia livre em finalmente poder galopar, mesmo que não fosse da velocidade que ele desejava, mas era igualmente bom.

A mesma parou de repente, descendo das costas de sua galopante, indo até um véu de folhas verdes, se virando para Tom que tinha seu cenho franzido em curiosidade. . .

— Bem vindo ao meu lugar favorito de todo o reino - sorriu dócil, abrindo o véu.

O herdeiro fitou tudo aquilo com surpresa. Era muito lindo. . .

Desceu de seu cavalo, caminhando até lá com calma, parando ao lado da azulada enquanto olhava encantado para tudo aquilo: Era um grande lago cristalino, cercado por arbustos cercados de frutas arroxeadas e suculentas. Merlin! O que era aquilo?!

— É um. . .

— Bosque - completou dando passagem para si - Entre, eu busco Crow e Crystal - o falso sonserino apenas assentiu não ligando realmente.

Tom nunca havia visto um bosque tão colorido. Uma floresta tão colorida. Um lugar que não fosse composto apenas por morcegos, cavalos esqueléticos, sombras ameaçadoras, neblinas densas e barulhos irreconhecíveis.

A água era tão. . . clara. Não parecia ter algum bicho ameaçador em baixo.

— Gostou? - parou ao seu lado, com ambas mãos entrelaçadas atrás de seu corpo.

— Muito - resmungou sem perceber, maravilhado com tudo aquilo - nunca vi nada igual. . .

— Em Slytherin não tinha nada novo? - inclinou sua cabeça levemente ao lado, com dúvida estampada em sua face.

— Não. . . absolutamente não - sorriu, se virando para a ruiva e se perdendo em seu olhar dócil e inocente.

Aquele olhar impregnam-te e intenso e. . . tão. . . Tom não sabia dizer, ele só sabia que aquela inocente e pureza que ela passava era uma coisa que ele gostaria de marcar lá pelo tempo que pudesse. Era uma coisa que ele prezava tanto quanto a memória de Theo.

Scar repuxou o canto de sua boca em um sorriso que sempre oferecia a Tom quando reparava a tristeza em seu olhar - tristeza essa que vinha normalmente quando ele lembrava de seu falecido irmão.

— Trouxe livros novos do castelo - disse alegre, indo até sua égua clara e abrindo uma bolsa em sua cela, tirando de lá três livros novos e grandes. Riddle não poderia se sentir mais animado.

A pequena se sentou à beira do lago; a saia avermelhada de seu vestido carmim se sujando da grama clara, seus fios ruivos escarlates estavam soltos, chicoteando ao ar conforme o vento batia em si, e seus olhos estavam fixos a água transparente e bela enquanto ela esperava o azulado.

O de cabelos negros se sentou ao seu lado, se escorando em um tronco de carvalho cortado, pegando um dos exemplares que a herdeira de Gryffindor lhe estendia. Ambos lendo livros diferentes, porém juntos, desfrutando da companhia um do outro.

Quando se cansaram de absorver as vastas palavras, se envolveram uma animada conversa sobre países, reinos, o quão ruim era o antigo reino de Riddle o quão ferrado ele estaria se fosse ousado demais para passear pelo reino ou fazer qualquer outra coisa que o denunciasse.

Tom gostava muito da companhia da menor, e ela parecia sentir o mesmo. E fora naquele momento, enquanto mergulhavam seus pés na água fria da lagoa, ao mesmo tempo que Riddle apreciava a beleza e castidade da mesma, foi que ele assumiu a si mesmo que tinhas pequenos - ou talvez grandes - sentimentos pela a de olhos azuis capri.

A de cabelos semelhantes ao sangue vivo se deitou na relva de olhos fechados enquanto ainda falava com Tom, que apenas confirmava o sentimento que se instalava em seu peito, mas junto dele vinha uma nova coragem. Uma que ele não sabia que existia. Uma que não faria bem a ninguém. Uma que poderia causar tragédias. . . irreversíveis - ou reversíveis.

Continua. . .

My Girl Is An Angel - Tom Riddle (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora