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08 DE SETEMBRO DE 2012

Yoongi acaba de chegar da escola, deixou sua mochila em seu quarto e logo desceu até a cozinha para se alimentar do belo cafe da tarde que sua mãe sempre fazia, adentrou a cozinha e estranhou por não vê-la, deu de ombros e logo seguiu até a geladeira pegando uma jarra de suco e um pedaço de bolo que sua mãe havia feito no dia anterior.

— mamãe cheguei em casa — gritou da cozinha, sem ouvir uma resposta, deu de ombros e permaneceu comendo.

Quando terminou, deixou o copo e o prato dentro da pia pra que um de seus responsáveis lava-se, já que sua mãe nunca o deixou ajudar na cozinha por ser menor de idade, mesmo sendo um pouco alto, sua mãe não permitia tal ato do pequeno, dizia que cozinha não era um lugar pra ele naquela idade. Estranhou pela casa estar em completo silêncio, normalmente, estaria ouvindo barulho de música ou de sua mãe cantando com sua linda voz ou no jardim regando suas flores que ela tanto ama.

Entrou em seu quarto e logo foi tomar seu banho, tomou um banho quente e demorado, precisava relaxar, sua escola o estava deixando maluco, tanto seus colegas de classe quanto os professores, terminou o banho e logo colocou um pijama quentinho, não estava frio demais porém estava esfriando, sentou em sua escrivaninha para que terminasse suas tarefas da escola.

Quando terminou tudo, viu que já era nove da noite, normalmente, sua mãe teria vindo lhe chamar pra que janta-se, porém não foi chamado, achou que ela ainda não havia feito o jantar e esperou que ela chama-se. Quando deu dez para as onze, percebeu que havia algo de errado, sua mãe odiava fazer o jantar tarde, esse horário ela estaria o colocando para dormir e contando alguma história da sua época

Se levantou e seguiu para a cozinha, estava tudo do mesmo jeito, não havia panelas no fogão, não havia pratos sujos, além dos seus que havia comido quando chegou da escola, tudo em seu devido lugar, subiu as escadas chamando o nome de sua mãe, porém não houve resposta, bateu na porta de seu quarto e também não houve uma resposta da mesma

— mamãe, mamãe? Mamãe estou com fome, a senhora disse que faria panquecas para o jantar, mamãe? Está dormindo? Posso entrar?

O pequeno sem obter respostas, abriu a porta devagar e adentrou o quarto logo dando um grito e correndo para o corpo gelado e sujo de sua mãe, se abaixou chorando e abraçando o corpo da mesma

— mamãe, mamãe por favor acorda

Yoongi sabia, sabia que sua mãe sofria, sabia que ela tinha suas recaídas e se drogava, sabia que ela se machucava, já havia visto cortes em seus braços, já havia visto momentos em que ela chorava na cozinha e pedia perdão baixinho, já viu ela indo a terapias, ele sabia que ela sofria

O corpo de sua mãe estava coberto por sangue, em sua mão esquerda uma carta, na direita uma arma, a mesma que havia sido usada para que acertasse em seu peito, seu rosto angelical estava agora pálido e sujo por sangue, seus lindos olhos esverdeados agora nao se podia ver mais, seus lábios carnudos e vermelhos, estavam pequenos e roxos, como se estivesse com frio, yoongi em desespero, nem percebeu que estava sujo de sangue, apenas pegou o celular que tinha em cima da cama e ligou para a ambulância que em minutos chegou, ele pegou a carta e guardou em seu bolso

Seu pai que recebeu uma ligação da vizinha dizendo que algo tinha acontecido em sua casa, saiu correndo de seu trabalho e quando chegou havia vários policiais em volta de sua casa, estacionou seu carro e logo foi ver o que havia ocorrido

— o que houve? Posso ajudar? — disse desesperado a um dos policiais

— você é o senhor min guwoon? — ele assentiu — sua mulher foi encontrada morta em seu quarto, o senhor pode me dizer o que aconteceu pra que ela comete-se tal ato?

— ela? Como assim?

Os policiais explicaram a situação, disseram que o filho havia encontrado a mãe morta no chão do quarto, que havia sido um suicídio, o homem não sabia que sua esposa seria capaz de tirar sua própria vida, na visão dele, ela era feliz, sempre sorridente. Yoongi que estava em seu quarto sentado na cama chorando, pegou a carta e começou a ler

Ola, sou a min jina, tenho 34 anos, eu quero apenas dizer que amo meu filho, peço perdão pelo o que fiz, mas não aguentava mais viver essa vida que não foi feita para mim, meu filho foi uma das coisas mais perfeitas que já recebi da vida, porém viver com ele era a única consequência, viver com o homem que me obrigou a criar meu filho da forma que eu não queria, ele me batia, ele me estuprava, me machucava todas as noites enquanto meu filho dormia, quando estava na escola, quando ele não via. Meu pequeno yoongi, meu lindo filho, por favor, cuide de tudo, a mãe guardou uma certa quantia, ela será sua, quando precisar, apenas em emergência, pegue o dinheiro, por favor, não viva com esse monstro, por favor saia daqui, seja quem você sempre quis ser, continue sendo um menino sorridente e feliz, continue sendo um menino bonzinho, não se torne igual seu pai, daqui de cima, estarei te observando e me sentindo orgulhosa de quem você estiver se tornando, apenas seja quem você quer, não vá na onda de seu pai, não seja igual a ele

Beijos da mamãe, eu te amo min yoongi

Yoongi lia aquelas linhas com lágrimas nos olhos, saber que sua mãe apanhava de seu próprio pai e nunca havia percebido, saber que ele fazia mal a ela e ele não pode ajudar, doía seu coraçãozinho, o machucava, o fazia pensar que a culpa seria sua por seu pai bater nela, sua culpa por não ter salvo sua mãe a tempo. A porta fora aberta com força e ele escondeu a carta dentro de seu casaco, seu pai entrou furioso, ele se aproximou e pegou o garoto pelo braço, deixando o braço do pequeno menino vermelho

— O QUE VOCE FEZ SEU DESGRACADO, VOCE MATOU SUA MAE — gritava com o pequeno — VOCE DESTRUIU A NOSSA FAMILIA — ele deu um tapa no rosto do pequeno e o jogou no chão

Seu pai gritava, xingava, jogava toda a culpa no garoto que agora estava encolhido no chão enquanto chorava, sua boca sangrava, seu coração estava machucado, seu corpo estava roxo, mas aquilo nao doía, ele não sentia mais aquela dor, a única dor que sentia era a da perda, a da perda da sua mãe, a mulher que ele mais amava, que mais teve orgulho e se inspirou, a mulher que sempre o ajudou, seu coração doía, parecia estar prestes a parar de bater, seu pai o chutava, batia, socava, o machucava, mas ele não sentia, apenas chorava por não ter conseguido salvar sua mãe, não conseguiu salvar sua mãe das mãos daquele monstro que morava em sua própria casa, aquele que um dia chamou de pai

o filho do sindico [ concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora