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...

Quando eu me sentei na aula de política na manhã seguinte, Lisa imediatamente se virou para trás.

— Mudança de planos. Hora da cobrança.
— Ah... O quê?
— Você deve um favor ao meu irmão, e eu vou cobrar.
Ela queria que eu fizesse alguma coisa pelo irmão agora, quando eu havia acabado de tirá-lo da cabeça?
— Não vai dar.
— Você deve isso a ele. — E tirou da bolsa alguma coisa que jogou em cima da minha mesa. Um envelope aberto.
— O que é isso? — perguntei sem tocá-lo.
— Não vai te morder.
— Você não pôs veneno nele?
— Abre.

Peguei o envelope e puxei uma folha de dentro. Um convite com margem dourada.
— Está me convidando para sua festa de aniversário?
— Acordou engraçadinho hoje?
Li o convite. Era para a festa de formatura de Rosé. Sábado, 7 de maio, às sete horas da noite.
— Eu deveria saber quem é?
— A ex do meu irmão.

Li o endereço no convite. Rosé morava a vinte minutos dali. Eles haviam se mudado do outro lado da cidade para cá?
Lisa continuou: — Encontrei o convite ontem à noite, depois ouvi meu irmão ligar para ela e confirmar que vai nessa coisa. Ela o convidou. E ele vai.
Ela está tentando agarrar meu irmão de novo, e foi ela quem terminou. Ela é horrível, Tae. Pior que você.
— Obrigado, pela parte que me toca.
— Você é só sem noção. Ela é cruel.
— E você acha que isso vai me fazer sentir melhor?
O sinal tocou, e a sra. Rios ficou em pé na frente da sala, olhando diretamente para mim. Lisa olhou para a frente.
Pensei no convite ainda em cima da minha mesa. Quando a professora se virou para escrever alguma coisa na lousa, eu me inclinei.
— Não entendi. O que você quer que eu faça?

A sra. Rios deve ter audição supersônica, porque se virou e olhou para nós. Eu me recostei na cadeira. Metade da aula passou, e eu tinha certeza de que a Lisa queria me enlouquecer com aquele silêncio. Finalmente, ela me entregou um bilhete.

"Você vai à festa com ele. Vai ser o novo “namorado”. Você deve esse favor a ele."

Meu coração disparou. Na noite do baile de formatura, eu falei que devia a ele um encontro de mentira. E ele agora ia me cobrar a dívida. Por
que ele ia me cobrar isso?

...

O dia passou terrivelmente devagar enquanto eu pensava no sábado.
Eu esperava que o ver de novo não arruinasse meus planos. Não, seria bom. Como eu disse antes, ele poderia responder às minhas perguntas, e o assunto seria encerrado.

Fazia calor quando me aproximei do carro de Jimin no fim do dia.
Tinha estado quente assim o dia todo? Tive que tirar o moletom.
Quando ergui a cabeça, Park Bogum estava de pé na minha frente, bloqueando o caminho. O sorriso fácil e a atitude confiante me fizeram lembrar por que eu havia sugerido que Jimin o convidasse para o baile de formatura. Um A, definitivamente. Retribuí o sorriso.

— Bogum.
— Tae. O que aconteceu no baile?
— Está esfregando na minha cara que você ganhou e eu não?
Ele riu alto.
— Só fiquei surpreso por você não ter sido eleito.
Por que todo mundo insistia nesse assunto? Queriam que eu estivesse triste?
Tentei passar, mas ele estendeu o braço e me impediu.

— Vou dar uma festa no fim de semana. Vai lá.
— No próximo fim de semana?
— Sábado.

O convite que Lisa deixara em cima da minha mesa durante a primeira aula inteira brilhou como um flash na minha cabeça. É claro que seria no
mesmo dia. Ela me mataria se eu desistisse agora.

— Não posso, mas obrigada pelo convite. —Empurrei seu braço e passei, mas olhei para trás e sorri para demonstrar que não queria ser
grosseiro.
— Já sei qual é a sua. Está se fazendo de difícil.
Eu ri e continuei andando.
Jimin já estava no carro quando cheguei e desabei no assento do passageiro.
— Oi pra você também — ele disse.
— Oi, amigo.
— Ah, agora vai ser todo doce comigo. — Ele ligou o motor. — Olha o meu cabelo.
Olhei e não vi nada de diferente, preto e brilhante, como sempre.
— Continua perfeito.
Ele bateu no meu ombro.
— Quero que veja que não tem nenhum sinal do surfe de ontem. Nenhum... Como você diz? Trauma de água salgada.
— Bom, isso é porque você tem esse cabelo lindo.
— Cabelo lindo.
— Não tente negar. Como foi ontem? Vocês se divertiram?
— Sim, mas a Jennie está brigando com a mãe de novo. Virou uma sessão de terapia.
— Você disse a ela que ninguém se dá bem com a mãe?
— Exceto você.
— Você não disse isso, disse? — Como se a Jennie precisasse de mais um motivo para me odiar.
— Não, eu não disse. Mas os problemas dela com a mãe vão além do habitual, e não tinha muito que eu pudesse fazer para ajudar.
— O que está acontecendo? Ela está bem?
— Não sei se tenho o direito de contar. Por que você não conversa com ela?
— Ela não quer conversar comigo. E por que você acha que eu poderia ajudar?
— Não sei. Você tem jeito com as pessoas.
— Não com ela.
Jimin só queria me fazer conversar mais com Jennie. Provavelmente havia contado a Jennie alguma história sobre mim, qualquer coisa em que ela poderia me ajudar. Só que Jennie não queria ser minha amiga, e eu não entendia por que Jimin acreditava que eu poderia mudar a situação
dizendo alguma coisa. Mas eu sabia que isso era importante para Jimin, e talvez pudesse realmente ajudar, então falei:
— Vou tentar.
— Obrigado.

«𝐅𝐀𝐊𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄»  [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora