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Oie, me perdoem o atraso, esse é o último capítulo da fic, e ouso dizer que é o meu favorito. Espero que gostem, me desculpem qualquer erro. Tenham uma ótima leitura💜

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A pilha de bolas que eu tinha encontrado cobria a grama alta perto dos meus pés. Eram muitas. Levei meia hora, mas reuni umas vinte, pelo menos.
Segurei uma delas e me preparei para o arremesso contra o Camaro. A lembrança de ter sentado dentro daquele carro com Jungkook invadiu minha mente, e eu quase derrubei a bola. Depois outra lembrança se impôs à primeira, o que Lisa dissera naquele mesmo dia: “Usou o truque do ‘pula comigo dentro do carro’?” Ele tinha feito isso com outra pessoa. Rosé, provavelmente.

Levei o braço para trás e arremessei a bola com toda a força. Ela acertou a porta com um barulho alto e rolou pela grama. O amassado na lataria
enferrujada era quase imperceptível e só alimentava minha necessidade de fazer um estrago. Um estrago de verdade. Peguei outra bola e arremessei. E outra.
Logo não era só o Jungkook que eu tentava acertar, mas Jennie e meus pais, meu irmão e até eu mesmo. Abaixei para pegar outra bola e só encontrei terra. Já havia jogado todas.

Meu coração batia depressa e meu rosto estava molhado de suor e algumas lágrimas, talvez.
Eu estava começando a recolher as bolas quando ouvi alguém atrás de mim:
— Quer jogar algumas na pessoa em quem está pensando, ou o carro é suficiente?

Eu me virei. Jungkook estava com os braços abertos, como se realmente me desse autorização para usá-lo como alvo. Era tentador.
Meus ombros subiram e desceram algumas vezes. Depois da semana que tive, só queria me enroscar nele e esquecer tudo o que tinha acontecido.
Mas eu não podia.

Fiquei ali olhando para Jungkook, tentando decidir se ele estava representando um papel agora. O do cara calmo e humilde. Era uma encenação? Porque ele não parecia estar mal como Lisa dissera que estava.
Joguei a bola que tinha nas mãos. Não com muita força, e nem o acertei, mas foi por pouco.
Ele arregalou os olhos.
— Ah, então você não estava realmente se oferecendo para ser o alvo?
Ele riu.
— Achei que você não fosse aceitar a oferta.

Peguei outra bola e a joguei para cima uma vez, depois a soltei no chão.
Ele pegou uma bola perto dos pés e se aproximou de mim, então parou do meu lado, de frente para o carro. Levantou o braço, e eu agarrei sua mão
com a bola.
— Não. Não faça isso. Você adora aquele carro.
Meu esforço resultou em alguns amassadinhos, mas eu sabia que ele podia fazer um estrago sério.

Jungkook relaxou o braço e deixou a bola cair no chão. Minha mão segurou a dele por dois segundos antes de eu me dar conta e soltá-la, e dei um passo para trás a fim de pôr alguma distância entre nós.
— Tenho dificuldade para confiar nas pessoas — Jungkook falou, de cabeça baixa.

— Depois do Lucas e da Rosé, imagino que tenha.
— Estraguei tudo.
— Eu sei.
— Quer que eu vá embora?
— Ainda não sei o que eu quero.

Ele levantou as sobrancelhas e ficou quieto. Como se, pela primeira vez desde que brigamos, acreditasse que ainda havia esperança para nós.
— Qual é o fator decisivo?
Tentei não sorrir ao lembrar que já tínhamos tido essa conversa antes, na festa de Rosé.
Mas daquela vez falávamos sobre eu retornar ou não a ligação de Kai. E sobre ele voltar a namorar Rosé ou não.
— Este momento, eu acho.

Ele assentiu devagar.
— Eu poderia recitar uma lista de motivos para você ir embora.
— Ah, é?
— O primeiro é que eu te chamei de mentiroso, e eu também estava mentindo.
— É um bom motivo.
— Sim. O segundo é que eu tenho dedo podre para escolher amigos.
— Já percebi.
— E ainda não sei bem o que isso diz sobre mim.

«𝐅𝐀𝐊𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄»  [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora