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Meu coração parou quando o olhar penetrante de Lisa encontrou o meu outra vez. Ela ia contar. Eu vi no jeito como os lábios pintados de cor escura se ergueram nos cantos.

— Estudamos no mesmo colégio. — Foi tudo o que ela disse. 

Suspirando aliviado, agarrei o braço de Jennie com uma das mãos, a outra ainda segurando a prancha alugada, e arrastei garota e prancha para longe dali. Os outros nos seguiram. Demos uns dez passos e Jennie se soltou, puxando o braço com força.

— Desde quando você é bonzinho com as aberrações? — ela perguntou.

— Eles não fizeram nada. Você não precisava ser tão maldosa.

— Não fui maldosa até eles comentarem que o Jiyong não sabia falar.

— Foi o Jiyong que começou.

— Ele só estava brincando.

Por que todos olhavam para mim como se concordassem com Jennie?

— Tanto faz. Achei que a gente fosse trocar de roupa e sair.

Jimin enganchou o braço no meu.

— Nós vamos. Vem.

Eu havia acabado de interromper uma briga entre os meus amigos e a turma de Lisa antes que a coisa esquentasse. Isso me fez sentir uma pessoa melhor. Pena que meus amigos não estavam cientes do meu esforço.

Olhei para o notebook e fiquei confuso. O Facebook de um cara chamado Kai estava na tela. Não o reconheci nem entendi por que a página estava aberta. Meu irmão havia usado o computador? Eu me aproximei da mesa para fechar a página e notei algo embaixo da foto. SCU. Olhei novamente para a foto. Não era o meu Kai. Jennie.

Ela usara meu computador naquela manhã. Era isso que ela estava procurando. E havia deixado a página aberta para eu ver. Mas ainda não tinha descoberto nada. A Jennie estava tentando me mandar um recado, avisar que ainda desconfiava de alguma coisa? E o que estava procurando?

Ela tinha encontrado algo? Por que se incomodava tanto? Saí da conta dela e entrei na minha.

Abri a página do verdadeiro Kai, e, como eu esperava, sua foto de perfil continuava sendo a de um halterofilista negro de quem era fã.

Mesmo que Jennie encontrasse a página, nunca ia pensar que aquele era o verdadeiro Kai. Fechei a página e fui dar uma olhada no Twitter e na minha conta de e-mail.

O telefone fixo tocou e eu esperei meus pais atenderem, mas lembrei que eles tinham saído. Levantei e caminhei até a cozinha, mas a secretária eletrônica atendeu quando eu me aproximava do aparelho.

Uma voz começou a deixar seu recado.

— Oi, sr. e sra. Kim. Aqui é o professor Hammond, da SCU.

Estou ligando para falar sobre o seu filho, Namjoon.

Peguei o telefone e senti a ansiedade apertando meu peito.

— Alô. Pois não?

— Ah, oi. Eu estava deixando um recado.

— O Nam está bem?

— Bem? Ah, sim, claro. Sou professor dele, e só que ria avisar a senhora e seu marido sobre um prêmio que o seu filho vai receber por um curta que produziu.

— Sou o irmão dele.

— Taehyung?

O professor do Nam sabia o meu nome? Meu coração inflou de alegria.

Eu não devia estar tão orgulhoso, mas estava. Isso significava que ele havia falado de mim uma vez, pelo menos.

— Ah, que bom falar com você. Pode avisar os seus pais? E você também deve comparecer, claro. Ele vai receber o prêmio e exibir um pequeno trecho do filme em um jantar no próximo sábado. Seus pais devem ter recebido o convite pelo correio há duas semanas, mas estou ligando para as famílias dos premiados só para ter certeza de que receberam. O convite é para quatro pessoas. É uma homenagem muito especial. Tenho certeza de que ele vai gostar do apoio de vocês.

«𝐅𝐀𝐊𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄»  [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora