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Paramos em frente à casa dele. Jungkook desligou o motor e saiu do carro antes que eu pudesse detê-lo. Quando parou do meu lado e abriu a porta, eu disse:

- Desculpa. Eu devia ter avisado que precisava de carona para casa.

- Ah. - Ele olhou para os dois lados da rua, como se esperasse ver um carro parado em algum lugar.

- Minha irmã foi te buscar?

- Sim.

- Ela é cheia de estratégias.

- Sim, ela é. - Continuei sentada no carro, esperando que ele fechasse a porta e voltasse para o banco do motorista.

Mas Jungkook continuou onde estava. E apontou para a casa.

- Você precisa ir embora agora? A minha irmã vai querer um relatório.

Acho que você pode contar tudo melhor que eu.

O relógio do painel marcava dez horas. Eu ainda tinha duas horas até o meu horário de voltar para casa.

- Tudo bem. Claro.

Andamos até a porta da frente, e Jungkook a abriu e entrou. Sentada no sofá da sala, Lisa desligou a TV imediatamente e olhou para nós.

- E aí?

Jungkook me abraçou.

- Você vai gostar de saber que a noite foi de muitos joguinhos e muito ciúme. Não sei bem quem jogou mais e quem sentiu mais ciúme, mas o Tae fez tudo o que você o fez jurar que faria.

Lisa olhou para mim.

- Tudo bem. Agora eu quero saber exatamente o que aconteceu. Nada dessa bobagem vaga.

Nesse momento uma mulher entrou meio agitada na sala. O cabelo formava um coque frouxo preso por um lápis e várias mechas haviam escapado do arranjo, dando a impressão de que ela havia enfrentado uma ventania.

- Jungkook, eu sabia que tinha escutado sua voz. Preciso do seu rosto.

- Mãe, estou com um amigo. - Ele apontou na minha direção.

A mulher sorriu para mim.

- Não sei em que isso muda as coisas. Pode trazê-lo.

Lisa se levantou e foi atrás da mãe, que já saía da sala sem esperar por uma resposta.

- Não adianta discutir - disse Jungkook. - Ela sempre vence. - E me levou pelo corredor até uma sala grande com porta dupla e assoalho de madeira frente à casa dele.

Dentro dela havia toneladas de pinturas, algumas concluídas e penduradas, outras pela metade, e também havia telas em branco. Uma delas repousava sobre um cavalete, e no chão embaixo dele havia uma folha grande coberta de manchas de tinta, como se alguém tivesse abandonado a pintura no meio. Todos nós entramos na sala.

- Mãe, este é o Tae.

- Ai, desculpa, que falta de educação. - Ela estendeu a mão para mim.

- Eu sou a mãe do Kook, pode me chamar de Sra. Jeon, ou mãe, sogra talvez. Peço desculpas por roubar este garoto, mas preciso desse rosto lindo. Ah, me fala se este rosto não inspira criatividade.

Jungkook e Lisa reviraram os olhos.

- Ela diz isso sempre que traz a gente aqui, e depois cria coisas como aquela. - Jungkook indicou uma pintura que era meio inseto, meio zebra, um rosto que se abria para revelar uma flor desabrochando.

- Eu não inspirei aquilo.

- Inspirou sim - a mãe afirmou.

- Ela se sente sozinha aqui - comentou Lisa.

«𝐅𝐀𝐊𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄»  [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora