Capítulo 16

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 Durante o almoço o clima ficou meio tenso: Silvie não falou comigo, só disfarçava em alguns momentos; Vannessa não parou, nem sequer um segundo, de encarar nós dois; e a Ilana brigou com o Fá por ele chamar ela de gostosa.

 Agora estamos na hora da sobremesa, um sorvete que Luke diz ser afrodisíaco com muito gosto e não para de me encher a paciência.

 -Mandei fazer especialmente para você, irmão -ele bate em meu ombro seguidas vezes.

 Apenas dou um risinho, a minha frente, a ruiva beberica uma taça de vinho me encarando fixamente e dá uma piscadela. Agarro Silvie ao meu lado, ela logo se aninha a mim sabendo do que se trata e encara a moça com um sorriso falso.

 A cutuco por baixo da mesa e deixo um beijo em sua bochecha com o intuito de cochichar no ouvido dela para se controlar, mas ela é mais rápida e troca as posições.

 -Se ele soubesse que você vai aproveitar o efeito dessa coisa na namorada dele... -dá uma gargalhada.

 Aperto sua coxa por baixo da mesa novamente a repreendendo, ela me olha com um sorriso amarelo e pisca.

 Também sinto sua mão sobre minha coxa, ela aperta de leve a mesma me encarando e sobe um pouco mais para cima, não muito. Arrepio e tento me controlar. O problema é que ela não para! Continua subindo devagar e me encarando com um sorriso malicioso nos lábios. Está quente aqui, não é?

 Sorrio também, para disfarçar e sussurro:

 -É melhor você parar, Rowney, não vai ser muito bom se continu... -ela cobre meus lábios com o indicador.

 Suas mãos vão para a sobremesa e, tirando a colher das minhas, encara a ruiva e pega um pouco do conteúdo gelado.

 Certeza que está fazendo isso para provocar a outra. Encaro a mesma de relance e seus cabelos parecem sair fogo. Silvie toma mais um pouco da sobremesa ainda olhando para a mesma à nossa frente.

 Elas vão me enlouquecer com isso e, ainda por cima, estragar a missão. Resolvo tomar uma atitude para que a situação não se agrave. Dou um beijo no rosto da morena que ainda não para de encarar a outra.

 -Querida... -sussurro.- Para com isso, a situação não é favorável para nós.

 A moça respira profundamente, mas não me diz nada. Ao invés disso, vira a cabeça para Luke e aperta a mão do mesmo sobre a mesa. Ele logo a olha.

 Ela se debruça sobre a mesa, o que faz o decote de seu maiô ficar bastante evidente e é impossível não olhar, Luke já faz isso. Desvio o olhar para a ruiva do outro lado e a feição dela não é nada boa... acho melhor ficar esperto para separar uma briga.

 -Luke, acho que essa belezinha já está fazendo efeito -fala e pisca um dos olhos.

 O loiro a encara com um sorriso malicioso nos lábios e desvia esse olhar para mim erguendo e abaixando as sobrancelhas rapidamente.

 -Podem ir, eu dou um jeito nesses vagabundos aqui -combina.

 A moça sorri, olha para a ruiva piscando um dos olhos, agarra meu braço e me puxa. Saímos do lugar às pressas como se fossemos realmente fazer o que todos estão pensando.

 Ela me arrasta pela areia sem falar uma palavra, tento chamá-la mas parece totalmente fora de alcance. Finalmente chegamos em casa, a moça abre a porta, entra me jogando no sofá e volta para fechar a madeira.

 -O quê você descobriu? -indaga parando em minha frente com as mãos na cintura.

 Não acredito que fez tudo aquilo só porque não aguentava esperar. Mas não vai ficar assim, não...

(EM REVISÃO)New Deal.Onde histórias criam vida. Descubra agora