Capítulo 30 - Parte 2

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 Estou completamente apavorada, mas tenho certeza de que não vai ser isso. Não pode ser isso.

 Bem "pleninha" e tremendo que nem uma gelatina, faço o que indica as instruções e, ignorando totalmente a parte do resultado, jogo a caixa no lixo.

 Ok... respira Silvie, é só uma bobagem, não será isso.

 Finalmente observo dois risquinhos cor de rosa surgirem em um pequeno visor, e eu não faço a mínima ideia do que isso significa.

 Abro a porta com calma e mostro o objeto para a loira que ri freneticamente com algum meme no celular. Ela desvia o olhar do mesmo e pega a coisinha de minhas mãos.

 Por um curto período de tempo, fica neutra analisando o que está vendo. Começo a cutucar o canto da unha com o dente e puxo o esmalte nude com tudo, nervosa e ansiosa para ver o que vai falar.

 A moça desliza as íris azuis em minha direção, intercalando o olhar entre mim e o teste.

 Sem mais aguentar e já sentindo novamente um leve enjôo, questiono:

 -E aí?!

 A observo levantar, ela bate três vezes o objeto contra sua mão e o encara novamente para ter certeza do que vai me dizer.

 Ela sorri, estende os braços compridos e pálidos habilmente pulando por cima da mesinha de centro e me dando um abraço apertado e animado.

 Sem entender, a abraço mesmo assim, preciso me apoiar em algo antes que eu caia aqui mesmo e tenha que ser levada a um hospital pelo tanto de nervoso e ansiedade que estou passando.

 Finalmente ela para de pular, aperta minhas bochechas e dá um beijo bem na minha testa muito, muito feliz, provavelmente mais feliz do que eu quando pegar o El Conejo.

 Agora me larga começando a pular sozinha, ela corre até a geladeira e abre um champanhe, logo servindo duas taças. Me entregando uma, beberica a outra.

 -EU VOU SER TIA, CARALHO! - Berra.

 Meus joelhos fraquejam ao meus ouvidos ouvirem isso, ambos torcendo para que seja um equívoco e que ela esteja brincando comigo.

 Sento na poltrona atrás de mim encarando um ponto qualquer da pequena sala desejando ter ouvido errado.

 Essa informação passa por meu cérebro e ele analisa cada letra dita em cada fração de segundo, cada palavra buscando um outro significado, porém em vão.

 -Parabéns, irmãzinha! - A loira surge novamente me abraçando.

Eu... eu não posso... ele é... a gente....

 O que vai ser dessa criança? Eu não quero ver o agente Dowson nunca mais, o que quer que existiu entre a gente, acabou.

 Ele me causou tanto mal, me fez sentir tantas dores depois de tantas felicidades. Não quero isso para esse bebê!

 Não consigo nem pensar direito, meu coração está acelerado, minhas mãos tremem, esse enjôo bendito que não passa e meus olhos dando os primeiros sinais de que a informação chegou até eles.

 Começo a chorar e abraço a moça fortemente. Eu não planejei isso, veio assim sem avisar e de repente. Talvez o agente Dowson tenha feito de propósito só para desorganizar mais ainda minha vida conturbada. Talvez não goste de assumir responsabilidades e quis deixar essa para mim.

 Porém, pode ser um erro. Esses testes dão errado mesmo e... o que eu estou falando?! Por mais absurdo que seja, Ilana está certa, estou com todos os sintomas e poderia mesmo ter acontecido, a burra aqui não lembrou de ir na guerra com colete!

(EM REVISÃO)New Deal.Onde histórias criam vida. Descubra agora