Capítulo 6

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 Fui até o banheiro, substituí minha regata por uma blusa de mangas cor açaí, passei perfume, prendi a parte de cima de meus cabelos e retoquei meu batom nude. Também precisei passar um pouco de blush, eu estou mais branca que o normal, pareço um vampiro.

 Agora sou praticamente obrigada a sair do local, nenhum ser humano que é normal consegue ficar no mesmo banheiro que essas peitudas. Além de ficarem fofocando da vida alheia, soltam algumas indiretas e esse perfume que elas usam é doce demais, até mesmo para mim.

 Repouso a necessaire de corações pretos e brancos sobre minha mesa e respiro fundo olhando para o loiro a minha frente. Ele também passa a me observar.

 -Estou bem? -o questiono.

 -Está linda como sempre, irmãzinha -sorri.

 Devolvo esse sorriso e me sento começando a rever a possível ficha do criminoso. Algo nessa história toda não bate... Por quê ele iria se arriscar indo em um casamento de ex-colegas? Nem sabemos se ele foi na reunião. O certo agora é arriscar tudo e de todas as formas. Torcermos para prendê-lo.

 Fomos informados recentemente que a CIA, com C, também está à procura dele, mas a minha agência tem algo que eles não têm, nós.

 Não estou querendo me gabar nem nada do gênero, mas se eu começo uma missão, vou até o fim.

 Continuo vendo as fichas e as fotos dos cadáveres e laboratórios, amplio e modifico os efeitos para ver se encontro alguma pista, mas nada.

 Finalmente, depois de vinte minutos se arrumando, Dimitri sai do banheiro. Está completamente vestido de preto, com uma jaqueta jeans e um óculos escuro pendurado na blusa. As peitudas saem ao mesmo tempo e seus queixos despencam ao encontrá-lo, ele pisca e manda um beijo no ar para elas que dão um risadinha.

 Enfim, para bem ao lado de Marshall sentado à minha frente. Seus olhos me encaram e me fazem perder a concentração, retribuo esse olhar e ponho aquela típica cara de tédio.

 -Você vai vestida assim? -me questiona com as sobrancelhas franzidas.

 Olho para minha roupa, o moço faz a mesma coisa. Bato na blusa tentando espantar qualquer que seja a sujeira que ele tenha visto, mas não tem nada.

 -O que tem de errado com a roupa dela?

 Marshall o encara e volta o olhar para mim, aparentemente também não achou esse "defeito".

 Dimitri solta um risinho irônico e, se aproximando de mim, pega minha necessaire começando a vasculhar-lá. Me levanto e cruzo os braços procurando por uma justificativa. Suas mãos repousam ao encontrarem meu rímel, nem sabia que ainda tinha. Ele o abre, provavelmente verificando se é realmente esse produto, confere e estende para mim.

 -Para quê isso? -o pego.

 O moço pega a bolsinha na mão a revirando de cima a baixo, então parece se lembrar de minha pergunta.

 -Se nós vamos nos casar, mesmo que de mentira, temos que fazer isso direito -retira um batom, olha o tom rosinha e o guarda.- Mulher minha, não anda desse jeito.

 Franzo o cenho, mulher minha? Ele devolve a necessaire no lugar e anda até a mesa das peitudas. Olho para Marshall que dá de ombros tão confuso quanto eu. Não é má ideia passar um rímel. Logo uma das moças entrega algo a ele e, dando um beijo no rosto das duas, volta para o meu lado.

 O moço me estende um batom da Huda Beauty, adoro essa marca. O pego estranhando isso e o abro, que cor é essa? Analiso melhor, é um tipo de vermelho vinho opaco.

(EM REVISÃO)New Deal.Onde histórias criam vida. Descubra agora