Capítulo 27

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 Nós agentes, vivemos para dar desculpas, dar explicações mentirosas para assuntos verdadeiramente sérios e perigosos

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 Nós agentes, vivemos para dar desculpas, dar explicações mentirosas para assuntos verdadeiramente sérios e perigosos.

 Vivemos para lutar, aprender e cumprir uma lei que somente os "grandes" podem manobrar. Enquanto nós, ah... nem podemos contestar o que somos contra. Temos que abaixar a cabeça para algo que achamos errado e aprender a enxergar o que a ética condicionou certo.

 Vivemos para mentiras, vivemos para proteger pessoas inocentes, pessoas incapacitadas, pessoas distraídas e, algumas vezes, bons e velhos ricos cretinos.

 Porém, nessa missão, não temos certeza de quem são os inocentes e se os culpados são, de fato, os culpados.

 Me remexo no sofá procurando por algo em minha mente, procurando uma desculpa plausível a uma pergunta não tão complexa.

 -Ele deve estar pensando sobre o assunto da manhã -falo com um sorriso amarelo.

 A moça expõe um grande ponto de interrogação em sua face. Algo que realmente entendo, essa loirinha tem uma memória curta de vez em quando.

 -Sobre o bebê...

 -Ah... -prolonga.

 Ela volta a mexer na foto da Gabi, adicionando alguns filtros, uma marca de "sol" e um brilho especial no olhar da morena. Então, começa a corrigir algum tipo de imperfeição microscópica que há na face da modelo. 

 -Ele me disse que adoraria ter filhos -prossegue com o assunto.- Nem sempre foi seu sonho, -ela me encara sorrindo- mas agora ele mudou, está mesmo diferente.

 Diferente?

 Aperto os olhos a encarando e ela devolve com um riso exagerado. Ilana o detestava desde sempre e agora, o está defendendo? Bem, assim é melhor.

 -O que vocês andaram conversando?

 Rapidamente, ela direciona seu olhar para o moreno na cozinha, fecha o notebook e me encara como se fosse me contar uma fofoca.

 -Ele está tão apaixonado por você... nem faz ideia disso -fala baixo.- Me perguntou se daria um bom pai.

 -E você? -fico séria.

 -Disse que sim, que ele e a criança teriam a mesma idade mental -dou uma gargalhada ao mesmo tempo que ela.

 Um filho? O Dimitri quer isso realmente?

 É claro que eu espero que um dia tenhamos filhos e viveremos em uma casinha tranquila sendo afortunados pelos telefonemas do Sr. S no meio da noite acordando as crianças, mas espero que demore mais um pouco.

 Talvez, para isso se concretizar, Dimitri e eu teremos que dar um tempo da agência. É claro que tem toda uma burocracia para isso, papeladas, reuniões e, provavelmente, vai demorar muito mais que um ano, porém, se ele quiser mesmo isso e eu também, vamos ter que aguentar.

(EM REVISÃO)New Deal.Onde histórias criam vida. Descubra agora