𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒𝟐

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Cheguei no quarto de Blake e vejo ele vestindo uma blusa.

- Você me levará lá? -perguntei baixo me aproximando dele. Vejo seus olhos me fitarem dos pés a cabeça.

- Você está bonita. -disse ele hipnotizado em meu corpo. - Essa calça...deixa suas pernas...

- Meus olhos estão aqui em cima. -digo fazendo ele me olhar nos olhos. - Então... você vai me levar? -pergunto baixo.

- Claro, não tenho planos para hoje. -disse ele me olhando sério. Assenti e começamos a sair do quarto dele.

Já no corredor, vejo Blake me levar para o sexto andar. Andamos infinitamente pelo corredor, passando por diversas portas...

Engoli seco...

- Quanto tempo você fica? -as palavras escaparam de minha garganta sem que eu pensasse. Merda.

- Como? -ele me olhou com a testa franzida.

- Q-quanto tempo...você fica? Tipo...n-na cama...-digo sem jeito, sinto meu rosto esquentar.

Ele franziu mais a testa. Ele me analisou...

- Lis te disse alguma coisa? -ele perguntou baixo.

- N-não...-digo logo olhando para meus pés enquanto andava. Eu esfregava uma mão na outra sem perceber. De repente sinto uma mão de Blake tocar minhas duas mãos inquietas...olhei para ele.

- Porque está nervosa? -ele perguntou baixo e rouco.

- Eu não estou...-tento dizer mas vejo Blake levantar as sobrancelhas para mim. - Eu...eu só... você sente falta de sexo? -mais uma pergunta descontrolada. Merda.

- Não, não sinto. -ele disse calmo. - O que está havendo? -ele perguntou me parando no corredor.

Suspirei. Me forcei a olhar nos olhos atentos dele.

- E se eu não aguentar ficar uma hora em uma cama? -digo envergonhada. Blake me estuda sério.

- Porque está pensando nisso? Quem disse que eu fico uma hora?

- Você fica menos que isso? -perguntei levemente aliviada.

- Não, eu fico mais. -disse ele me observando. - Porque está pensando nisso? Você não está se sentindo... forçada, está? -ele ficou preocupado de repente.

- Não, não estou me sentindo forçada. -nego com a cabeça. - É que...vamos supor que... você já saltou de paraquedas e eu não...-digo baixo e ele me analisa cauteloso. - Nunca saltei de paraquedas...

- Sei...-disse ele lentamente quase sussurrando sem tirar os olhos de mim.

- E que...eu não sei como vai ser se eu pular. Mas você já pulou...e muitas vezes e...

- Alya. -ele disse sério. - Eu não vou te forçar a pular se não quiser. Saiba que será um prazer pular com você quando você se sentir confortável. -disse ele me entendendo. Eu concordei sem jeito e voltamos a caminhar.

Paramos de frente para uma porta grande e alta de madeira clara. Havia cobras entalhadas na madeira e as maçanetas da porta eram de ouro. Óbvio.

- Aqui é a minha biblioteca. Ninguém entra aqui a muito tempo. -disse ele abrindo a porta.

Fiquei de frente para a maior -e única- biblioteca que eu jamais vi em toda a minha vida...nunca tive chance de ver uma biblioteca de perto. Aquilo parecia ser um outro palácio dentro do próprio palácio. Arfei perdendo todo o ar de meus pulmões.
Havia estantes altas de quatro metros de altura...havia mesas de madeiras com sofás de veludo vermelho. As luminárias verdes davam um ar de biblioteca sombria. O teto era extremamente alto, ultrapassando mil vezes o tamanho das estantes.

ENEMIES TO LOVERSOnde histórias criam vida. Descubra agora