Eu demorei para processar o nome que o guarda disse na porta para Blake. Me sentei na cama rapidamente ao escutar a palavra "Eros". Meu coração automaticamente acelerou e eu me forcei a acalmar minha respiração. Não, não, não...
Me levantei e pulei para o banheiro do quarto de Blake. Me tranquei alí dentro como uma covarde...uma covarde com medo do estuprador solto.
Percebi que só havia algumas roupas soltas minhas alí no banheiro...uma camisola branca em cima da pia. Vai ser aquilo mesmo que irei vestir. Pequei a peça e me vesti com as mãos tremendo. Se acalma Alya, assim você terá um infarto.
Um minuto depois eu escuto batidas fortes na porta e me sobressalto.
- Meu amor? -ouço a voz grave de Blake. Eu não abro a porta e continuou encolhida no canto do banheiro já com a camisola. - Sou eu, Blake. Sei que está com medo mas vou prender aquele filho da puta antes mesmo que ele chegue perto de você...-Blake disse e ficou uns segundos em silêncio, esperando eu falar. - Vai ficar tudo bem, nada vai te machucar outra vez. -ele disse com a voz calma.
De repente eu não escuto mais a voz de Blake. Eu não sei quanto tempo se passa mas eu escuto outra voz.
- Alya, sou eu...Darm. -ele disse com uma calmaria falsa na voz. Quer me deixar calma...- Eu prometo estourar os miolos de quem se aproximar desta porta. Ordens do rei. -ele disse.
Respirei fundo. Meu corpo estava encolhido por conta própria no canto do mármore gelado do banheiro, porque eu mesma não quero ficar assim encolhida. Eu pareço uma covarde. Eu sou uma covarde. Eu sou uma covarde? Eu estou confusa, confusa e com medo.
Mas eu não quero estar assim. Eu não quero ficar choramingando...eu não quero ser uma covarde.
Me levantei e dei alguns passos até a porta.
- Darm...-eu disse com a voz falhada.
- Oi...-sua voz estava surpresa, acho que ele pensou que eu não falaria uma palavra por medo.
- Preciso de uma arma sua...e uma faca também. -eu disse respirando fundo várias vezes.
Apenas respire...
- Claro. -ele disse baixo.
Abri a porta e já podia sentir calafrios de medo. Aquele cretino mexeu com meu psicológico e me deu mais um trauma...
Olhei para Darm e ele estava com seu terno do baile. Seus olhos vão em mim e ele me analisa cuidadosamente.Ele me estende uma de suas armas que havia pego na emergência do momento e também um canivete não tão pequeno. Agradeço e tento não mostrar que minha mão estava tão trêmula.
- Vai ficar tudo bem Alya. -ele me garantiu calmamente. - Blake fechou os portões, bloqueou todas as saídas e todos os guardas e soldados deste palácio estão fora das camas rondando o palácio armados até os dentes.
Engoli em seco e assenti.
- E o baile? -tentei soar firme e confiante, mas de firme e confiante eu não tinha nada.
- Todos estão presos dentro do salão...-ele disse baixo. - Com alguns guardas...
Pensei por um segundo. Será que eu saberia onde Eros poderia estar? Só de pensar nele meu coração volta a acelerar. Pense, pense...
Onde ele iria primeiro? Onde ele se enfiaria assim que saísse das masmorras? E foi aí que eu soube...O esconderijo no escritório do rei.
Tinha que ser...
Primeiro, Eros é primo de Blake, ele cresceu neste palácio. Ele é sobrinho do Bryan...aquele menino observador deve ter visto várias vezes o Bryan abrir aquele esconderijo quando era menor.
Segundo, aquele lugar está cheio de papelada importante e também há uma...ou duas...duas armas. Há duas armas naquele lugar. Eros não perderia a chance de ir em um lugar para poder ter uma arma em mãos.- Darm. -eu chamei meu amigo com a voz baixa. Ele me olhou. - Talvez eu saiba onde Eros se meteu...
Darm me olhou mais sério. Seu rosto começou a negar...
- Não. -ele disse nervoso. - Blake me esfolaria se soubesse que você saiu daqui. É melhor ficarmos aqui e...
Eu já estava caminhando para fora do quarto de Blake a passos firmes.
- Alya? Para onde está indo? Não vamos sair...-ele disse me seguindo rapidamente.
- Darmanitan...-eu parei na porta. - Eu tenho uma noção de onde esteja Eros. E eu não posso ficar aqui tremendo que nem vara verde e esperar Eros meter bala na cabeça de alguém e muita menos na cabeça de Blake. -eu disse firmemente fazendo ele me olhar atento. - Portanto, como sua guarda-chefe e como sua melhor amiga, preciso que você volte até o salão de baile e diga a todos os soldados e guardas que você estará no comando por essa noite...diga que fui eu que falei. Eles estarão seguros em suas mãos. Proteja aquelas cento e cinquenta pessoas Darm. -eu disse por fim saindo pela porta.
- Alya Taylor. -Darm me chamou sériamente quando eu passei pela porta. Ele jamais me chamou pelo nome inteiro. - Eu não posso te deixar sozinha, Blake como o Rei me esfolaria vivo. -havia medo em sua voz.
- Não deixarei nada acontecer com você. Faça o que estou pedindo, além do mais eu estou armada...e eu vou matar aquele cretino...-eu disse já no corredor.
- Não me faça me arrepender de ter te deixado. -ele disse suspirando e com o olhar ansioso.
E em menos de um minuto eu e Darm nos separamos nas escadarias...
— ⚔️ —
Eu estava de frente para a porta do escritório. O escritório do rei. Passado de Bryan para Blake agora...
Ainda estava sob mudanças: papel de parede, estofados dos sofás e poltronas, mudança da mesa central, troca de carpete...tudo isso iria mudar.Respirei fundo e apertei a arma em minha mão direita. A pistola em mãos e o canivete escondido no coque de meu cabelo. Respirei fundo mais uma vez e mais outra vez.
Não é que ele esteja realmente aí...mas tem oitenta e cinco por cento de chance.Abri a grande porta de madeira e adentrei na grande saleta do escritório. Deixei a porta bem aberta.
Olhei em volta e...
Nenhum sinal de arrombamento, nenhum sinal de luta, nenhum sinal de invasor...estava tudo em seu devido lugar e um completo silêncio que fazia meu coração bater mais forte.
Talvez ele não esteja aqui...talvez eu esteja enganada. Fui até o esconderijo e abri a porta falsa que imitava uma estante de livros. Papeladas, papeladas, uma arma, papeladas e mais papeladas que havia lá dentro da sala pequena e suja. Mais ninguém, estava vazia mas...
Uma arma. Apenas uma? Tenho certeza de que eram duas.Ok, talvez ele não esteja aqui mesmo...
Preciso acalmar meu coração. Talvez ele não esteja aqui...
Talvez ele...- Olá docinho. -a voz grave que fez minha espinha tremer ressuou atrás de mim.
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ENEMIES TO LOVERS
FanfictionA regra é simples, ao fazer 16 anos todos os adolescentes de Wingard precisam se "alistar" para o exército do rei Bryan. Alya acabou de fazer dezesseis e já tem um histórico triste sobre seu passado, nada que goste de se lembrar; seus pais foram mo...