𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟔𝟑

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Agora tudo que eu escutei faz sentido...

...eles fizeram calabouços para poderem esconder as coisas mais preciosas...

...esconder pessoas que não poderiam ser vistas...

...Acho que você poderia estar em um calabouço errado...um calabouço falso...

Que merda. Que merda...mil vezes merda.
Alina Beaumont está aqui todo esse tempo? Ela não morreu? Sinto que minha cabeça vai explodir.

Me agacho perto das grades de ferro. Posso ver a pequena saleta de pedras sujas em que ela está. Tudo está muito fedido e empoeirado. Com a porta fechada fica uma total escuridão alí...
E Alina também não está das melhores.

Sua pele está suja, imunda...seus cabelos embaraçados e sua pele está pálida como um osso. Seu corpo está extremamente magro e sujo.

Sem perceber sinto uma lágrima em mim...

- Quem é você? -a voz dela estava rouca por causa da falta de hidratação. Mas no fundo dava para perceber que um dia aquela voz já foi doce como uma melodia.

Meu corpo arrepiou ao escuta-la.

- A-alya...-eu disse nervosa.

- E você sabe quem eu sou "A-alya"? -ela perguntou brincando com meu nome e sem expressão no rosto.

- Alina Beaumont. Princesa de Wingard. -eu disse franzindo a testa.

- É claro que sabe...-ela disse baixo. - Eu ia até te pedir ajuda, até te pediria para me ajudar a sair daqui...vai por mim é o que eu mais quero. -disse ela e percebo que ela estava tremendo. Frio ou medo? Talvez os dois.

- Eu vou te tirar daí. -eu disse me levantando.

- Não. -ela disse engolindo seco. - Você não vai conseguir. -pude ver que ela estava tentando manter a calma.

- Alina. -eu disse firmemente. - Eu vou te tirar daí. -eu disse e olhei ao redor. Correntes prendiam a fechadura e um grande cadeado dourado fechava tudo.

- A chave está com meu querido pai. -ela disse se encostando na parede ainda sentada.

- Eu já volto, eu vou voltar...eu vou chamar ajuda. -eu disse sentindo minha respiração acelerada. - Eu cumpro as coisas que prometo...

- Seja discreta, a última vez que um soldado ingerido me encontrou aqui ele não acabou bem...-disse ela apontando para algo no canto da cela escura e quando eu olhei...pude ver um cadáver só de ossos alí. - Ele deixou o corpo apodrecendo aqui comigo, para me lembrar de nunca mais pedir ajuda...-disse ela e eu já sabia que falava do rei.

- Eu já volto...enquanto isso, pegue aqui...-eu disse tirando uma de minhas armas e entregando pra ela por segurança. - Use se alguém se aproximar.

Estiquei o braço entre as grades e quando ela pega a pistola eu sinto seu dedo gélido. Me levantei...

- Se encontrar Megalos, diga para ele...

- Quem é Megalos? -eu perguntei confusa. Alina me olhou séria.

- O meu irmão, Blake Megalos Beaumont. -disse ela com a testa franzida.

- Chama ele pelo sobrenome do meio?

- Ele odeia...e ninguém mais aqui usa o sobrenome do meio mas...ele odeia. -ela disse apoiando a cabeça na parede.

- O que quer que eu diga a ele? -eu perguntei olhando em meu relógio. Quatro da manhã.

- Diga a ele que o lobo está piando para os passarinhos em um céu vermelho. -disse ela me fazendo franzir a testa. Era uma frase estranha e até engraçada, mas Alina estava séria. Assenti com a cabeça.

ENEMIES TO LOVERSOnde histórias criam vida. Descubra agora