Naquela tarde eu consegui esquecer um pouco das prostitutas, que parando pra pensar, eu nem sei o que estão fazendo no palácio...mas enfim...eu esqueci um pouco delas graças a vó paterna de Blake, que chegou hoje a tarde no palácio. Visita de família.
Marleey, o nome dela. E se me recordo bem, eu a acompanhei até a mesa de comida em um dos bailes que teve no castelo. Bem nos meus primeiros dias como soldada. Aquela velhinha baixinha e de cabelinhos de algodão que ficou me falando sobre lutar sobre minha felicidade e escondia comida em sua bolsinha de mão.
Quando ela desceu da carruagem fui eu quem me disponibilizei a ajudar ela.
Quando seus olhinho bateram em mim, ela sorriu...- Eu me lembro muito bem de você Soldada Alya Taylor. -ela disse me fazendo sorrir. Estendi o braço para ela como um cavaleiro e ela entrelaçou como um apoio.
- Eu também me lembro de você. -eu disse calma sentindo a brisa das quatro da tarde.
- Você ainda luta? -ele me olhou de baixo com sua testa franzida. Ela estava me testando, era um teste para saber se eu ainda me lembrava dela.
- Quer saber se luto fisicamente ou se luto pelos meus direitos, pela minha vida e pela minha felicidade? -eu disse fazendo ela sorrir cada vez mais.
- Você se lembra espertinha. -ela apertou meu braço.
- E sim...a reposta é sim. Eu estou lutando por tudo isso, cada dia mais. E não está nada fácil. -eu disse olhando em seus olhos.
- Ninguém disse que seria fácil. -ela disse também olhando em meus olhos, como se não quisesse perder uma expressão minha. Gostava do jeito que ela me olhava, intensamente, igual como Blake me olha.
- Também lembro da senhora roubando comida e colocando na sua bolsinha de mão. -eu disse fazendo a velhinha rir.
- Não precisamos lembrar disso. -ela me avaliou completamente. - Você mudou, em quatro meses e meio você mudou bastante. Parece mais...brava.
- Brava é a palavra que me define Senhora Marleey. -eu disse calma.
- Me chame apenas de Marleey. Agora me leve até meu neto, quero ver se ele evoluiu como ser humano também.
— ⚔️ —
Marleey não queria ver o rei, o seu próprio filho. Queria ver mesmo era Blake...e eu levei ela até ele.
Blake para minha felicidade estava tomando chá da tarde no salão de jantar e eu levei Marleey até lá.- Meu neto querido, parou de ser serelepe ou ainda continua um cabeça oca? -ela perguntou levantando os braços para abraçar ele.
Blake tinha um e oitenta e pouco, eu era mais baixa que Blake. Eu era muito mais alta que Marleey, o que significa que Marleey pareceu um gnomo perto de Blake.
Eles se abraçaram fortemente...
- Eu estou bem vovó, se é isso que a senhora quer saber...-ele disse sorrindo.
- Que bom, é a saúde que importa não é mesmo? -ela disse fazendo eu e Blake assentir com a cabeça.
- E quais são as novidades? -disse Marleey calmamente olhando para mim e para Blake.
- Muita coisa mudou...-eu respondi tranquilamente.
- E onde está sua noiva Blake? Soube que se casou. -disse Marleey ficando séria.
- Eu não me casei vovó. -disse Blake fazendo Marleey relaxar.
- Ainda bem, graças a deus, eu rezei tanto por isso...e o que aconteceu para não ter se casado?
- Alya me tirou do altar. -disse Blake com um sorrisinho fazendo Marleey me olhar e logo dar um sorrisinho idêntico ao do neto. Tal vó tal neto. Eu sorri sem jeito.
- Fez bem minha filha. -disse ela tocando meu braço. - Se você não pegar pra você outra vai pegar. -ela disse me fazendo rir. - Então vocês estão...
- Ah não... não...-eu respondi rápido.
- Porque ainda está solteiro menino? -perguntou Marleey incrédula.
- Porque não encontrei ninguém que me aguentasse. -Blake disse logo olhando para mim e sorrindo.
- Que mentiroso, eu sou prova de que te aguento todos os dias mocinho. -eu disse fazendo Marleey sorrir levemente.
- Você me aguenta porque é obrigada, se tivesse escolha não olharia na minha cara, fale a verdade Alya. -disse ele me provocando.
- Eu tenho esse desejo todos os dias. -eu disse tentando não rir. Marleey olhava de mim até Blake conforme cada um falava e ela ainda sorria plenamente.
- Não finja que me odeia. Todos sabemos que nas escondidas você me ama. Fala isso agora para minha vó. -ele disse debochado.
- Deixa de ser idiota. Fala para ela o quanto você é amoroso e cachorrinho quando está sozinho comigo.
- Você consegue ser tão irritante quando quer. -disse ele sorrindo. - Não sei o que minha vó gostou em você.
- Vocês são sempre assim? -perguntou Marleey achando graça da situação.
- Ele gosta de me irritar. -eu disse calma.
- Ela gosta de ser irritada. -respondeu Blake me fazendo negar com a cabeça e Marleey sorrir mais ainda.
Encarei Blake e ele me encarou de volta. Pude ver diversão nos seus olhos e até um pouco de malícia.
- Desembuche, o que exatamente vocês são? Porque amigos não se olham deste jeito. -disse Marleey calmamente enquanto analisava eu e Blake.
- Amigos muito íntimos. -disse Blake calmo olhando para a avó.
- Diga a verdade. -disse a velhinha.
- Peguetes...-eu respondi fazendo ela sorri.
- A verdade...na minha mesa agora...-disse Marleey colocando pressão.
- Namorados. -Blake disse por fim sem hesitar. Meu coração perdeu uma batida e eu olhei para ele assustada. Blake suportou meu olhar facilmente e fui eu quem desviou o olhar. - É isso, Alya é minha namorada.
A avó de Blake sorriu e nos olhou...
- Até que enfim uma coisa que realmente preste nesse palácio. -disse ela sorrindo.
Ainda não me conformei sobre o que Blake acabou de falar. Namorada. Namorada? É muito sério... é algo muito sério. Eu nunca fui namorada de ninguém, nunca tive um namorado e...e...acho que estou entrando em pânico.
Os olhos azuis de Blake não me abandonaram nem um segundo...
- Aliás, Alya agora é soldada-chefe. -disse Blake fazendo a avó me olhar.
- Mas que ótimo, torço para que seja rainha um dia... aliás...-a partir daí eu não escutava mais Marleey. Eu estava muito concentrada na palavra namorada. Namorada. Namorada.
O dia não demorou para acabar e logo anoiteceu. Antes de Marleey ir embora ela deu umas palavrinhas com o rei e a rainha.
Marleey deixou o castelo e tudo voltou ao normal...o palácio voltou a ter um ar negativo sem aquela velhinha incrível e divertida.— ⚔️ —
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ENEMIES TO LOVERS
FanfictionA regra é simples, ao fazer 16 anos todos os adolescentes de Wingard precisam se "alistar" para o exército do rei Bryan. Alya acabou de fazer dezesseis e já tem um histórico triste sobre seu passado, nada que goste de se lembrar; seus pais foram mo...