Ꮯꮋꭺꮲꭲꭼꭱ - 14

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A cama estava vazia quando Kara acordou. Primeiro ela pensou que Lena estava no banheiro, mas quando percebeu que os lençóis do lado dela estavam frios, deu um salto e sentou-se na cama.
O quarto estava completamente escuro. Caçou uma luz e, ao encontrar um abajur no criado-mudo, acendeu-o. As roupas limpas de Lena haviam desaparecido!
Ela pulou da cama e correu pelo corredor até a cozinha. Vazia. Não havia ninguém no primeiro andar inteiro. Correu escadas acima e, antes de chegar ao quarto do capitão, seus dois mastins estavam latindo furiosamente.

━ Capitão! - Kara falou. ━ Me diga que a Lena está com você!

A porta abriu-se de uma vez: o capitão estava de fones de ouvido, vestindo uma camisa.

━ Hein?

━ A Lena? Ela não está aí?

━ Caramba, não! O que ela estaria fazendo aqui? - ele tirou os fones de ouvido. Kara pôde ouvir a música alta.
━ Eu tive de colocar isso aqui porque vocês duas fizeram muito barulho ontem à noite.

O pânico tomou-a de uma vez.

━ Ela foi embora! Inferno!

O capitão riu e apontou para o pau meia bomba de Kara.

━ Você provavelmente assustou a moça com essa espada aí.

Kara precisava encontrá-la.

━ Vou me vestir. Vou procurar por ela. Não recuso ajuda.

Kara correu escada abaixo para se vestir. O capitão chamou por ela.

━ Você meteu um GPS nela com o pau? Do contrário, vai precisar de muita sorte para encontrá-la.

━ Acho que estou com sorte hoje - Kara respondeu enquanto corria para o quarto.

Por que ela fugiria? Não confiava que Kara poderia protegê-la? Quando saiu do quarto dois minutos depois, já vestida, encontrou o capitão com os cães encoleirados.

━ Espártaco e César têm os melhores faros do país. Pegue alguma coisa com o cheiro dela. Os garotos aqui vão encontrá-la.

Kara voltou para o quarto, pegou a toalha que Lena usara e a levou para o capitão. Ele deixou os dois cães babões cheirarem e disse:

━ Encontrarem, garoto. Encontrem a moça!

Eles ergueram os narizes para o ar, em seguida para o chão. Perceberam o cheiro de Lena e foram direto para o quarto, em seguida para a grande janela-sacada. Kara seguiu o capitão e os cães pela janela, que estavam firmes na trilha. Os cães mantiveram os narizes no chão em um caminho maluco, irregular. Aparentemente, Lena não tinha ideia de para onde estava indo. Duas vezes ficou encurralada. E duas vezes atravessou a estrada até a praia e correu pela água. Mas os mastins conseguiram seguir a trilha.
Mais três quilômetros adiante, os cães começaram a ficar instigados. Eles os levaram até uma van estacionada na entrada de uma garagem obscura de uma casa onde, pelo jeito, os ocupantes passavam estadias longas.

━ Chame os cães, capitão. Eu me viro a partir daqui - Kara falou e caminhou com raiva até a van.

O capitão voltou cerca de cinquenta metros. Kara testou todas as portas. Estavam todas trancadas. Frustrada, sacudiu a van.

━ Lena, destranque a porta!

Silêncio.
Ótimo.
Kara passou os dedos por cima e ao redor das rodas, esperando encontrar uma chave escondida. Sem sorte. Buscou no para-choque. Nada. Ergueu o capô da van antiga e apalpou o interior da tampa. Nada. Mas Lena não precisava saber disso.

━ Encontrei uma chave, Lena.

Nada.
Maldita teimosa! Não sabia que estava em perigo correndo por aí sozinha?

Wanted [ Supercorp AU G!P 👮 ] Onde histórias criam vida. Descubra agora