Revenge | [Yoonseok]

[11]

A luz do sol invade o cômodo, me fazendo abrir os olhos com dificuldade. O corpo nu de Jung Hoseok me envolve e eu me lembro de cada minuto que passamos ontem à noite. O sexo, promessas de apenas uma noite.

Estou longe do meu celular, mas logo Hoseok acorda para que eu possa me movimentar, entretanto seu corpo me prende e ele esboça um sorriso fraco.

- Hoseok, já está na hora, tenho que levantar pra ir trabalhar.

- Ainda não está um pouco cedo demais? - Olho de rabo de olho para ele.

- Hoseok, acabou, foi somente ontem à noite e chega. Prometemos. - Ele assente.

- Sim, eu sei, tudo bem. Fique à vontade, então. - Levanto-me vestindo as minhas peças de roupa até estar totalmente pronto.

- Eu vou voltar a unidade, um novo policial vai vir ficar aqui, então, por favor, qualquer coisa só me ligar, tudo bem? - Hoseok, de cueca e preparando seu café  balança a cabeça, afirmando.

- Combinado, eu ligo sim, pode deixar. E Yoongi? - Olho em sua direção antes de tomar meu caminho em direção a porta.

- Diga.

- Eu gostei muito da noite passada. - Por mais que fizemos uma promessa, não tinha como negar. O sexo foi bom e estar ao lado dele me fez bem, fiquei menos nervoso e pude ter uma noite relaxada.

- Eu também gostei muito, Hoseok. - Seu sorriso me surpreende novamente e meu coração parece ir direto ao estômago.

- Obrigado e até mais! - Aceno a ele e abro a porta, indo em direção ao elevador.

Antes de ir à unidade, vou para minha casa, tomo um banho rápido e troco de roupa, assim logo posso ir ao trabalho.

Chegando lá, Namjoon me aborda.

- Deu uma atrasada hoje, deu tudo certo? - Assinto.

- Sim, deu tudo certo, perdi um pouco da hora, também passei em casa para me trocar. - Ele assente.

- Sem problemas, não precisa se explicar. Vamos ao trabalho! - Vou até minha mesa e me vejo junto ao meu computador com uma pasta com possíveis provas.

Analisando cada arquivo noto como as evidências não se encaixam em determinados pontos. Há o atirador e certamente não foi ele quem desviou o dinheiro. Tem um mandante na história e aparentemente ninguém que tem vínculos familiares com Hoseok é o culpado ou ainda nada nesse monte de documentos e provas indica isso. Minha cabeça dá um nó.

Jackson Wang sabe muito bem o que houve com o dinheiro, mas não deu nenhuma chance para que pudéssemos adivinhar o que aconteceu, o que motivou, onde está o dinheiro.

- E aí? - Jimin me surpreende e ao lado dele Jungkook sorri fraco.

- Oi gente!

- Você está aí pelo menos uma hora e meia. - Jungkook comentou.

- Sério? - Fico chocado, pareceu bem menos. - Eu estou sem entender nada desse caso, praticamente não temos nada a não ser o atirador, precisamos de um mandante, alguém está acobertando alguém aqui.

- Temos os cúmplices também do atirador. - Jimin acrescentou.

- Sim, mas concorda que parece que não estamos saindo do lugar?

- Sim, não estamos mesmo. - Jungkook diz e eu concordo.

Ficamos horas a fio assim, almoçamos em frente ao computador buscando alguma coisa que deixamos passar em depoimentos, anotações, fotos, balística.

Namjoon além de nos ajudar em alguns momentos, procurava alguma prova mais concreta em meio a empresas envolvidas com o negócio de Hoseok.

Eram quase sete horas da noite quando Taehyung e Seokjin adentram a unidade totalmente desesperados.

- Uma denúncia anônima acaba de nos informar gritos em um galpão abandonado. - Me espanto, pois devia haver alguma vítima.

Todos da unidade se arrumam e saem em disparada em viaturas para o endereço informado. Uma patrulha que estava perto do local já nos confirmou o endereço e eles já estão chegando lá.

Esse era mais um daqueles dias que uma vítima aparece e um caso novo surge. Não importa quantas vezes eu tenha que lidar com isso nesse trabalho, posso até estar preparado, mas é óbvio que somos humanos e na realidade, algo dentro da gente nunca está pronto o suficiente.

As viaturas correm pela avenida para chegar logo ao destino. Assim, logo estacionando em frente ao local, está tudo muito escuro, sem iluminação e meus olhos quase não conseguem distinguir o que tem na minha frente, mas logo ligo a lanterna, levantando a minha arma para mirar em um possível alvo.

Um choro muito baixo é perceptível assim que me aproximo de uma escada. O local está tão deserto que me sinto até respirando com dificuldade, com tamanha apreensão. Jimin, Jungkook, Namjoon acabam me seguindo atrás.

O choro fica alto quando finalmente estou em um novo andar, mirando na vítima, sinto minhas pernas bambas, meu coração quebrado em mil pedaços.

Jung Hoseok chora, com suas mãos presas com um plástico que as prende, sua boca está tampada por um pedaço de tecido amarrado atrás de sua cabeça. Ele está ferido, tem vestígios e manchas de sangue por toda sua blusa cinza.

Eu corro até a parede em que ele  está encostado, dessamarrando-o por completo. Aciono pelo meu rádio o pedido para que os paramédicos subam e façam seus trabalhos.

- Eu posso descer sozinho. - Hoseok diz com certa dificuldade na voz, tentando erguer o corpo.

- Eu não vou te tirar daqui assim, não pode ser de qualquer jeito, Hoseok. - Jimin, Jungkook e Namjoon se aproximam de nós dois e logo verificam pelo local algum tipo de vestígio que possa nos indicar quem passou por aqui.

- Eu encontrei sangue, algumas marcas de sapato, vou chamar a perícia pra dar uma olhada aqui. - Jimin corre em direção às escadas para chamá-los pelo rádio.

Volto a minha atenção a Hoseok que agora tem a ajuda dos paramédicos para se locomover. Ele está mal, alguém o socou tão feio, me sinto insuficiente. Se não tivesse o deixado mais cedo, com certeza nada disso teria acontecido. Teremos muito ainda o que descobrir.

Pedi a Namjoon para seguir Hoseok ao hospital e ele disse que tudo bem. E lá estava eu, apreensivo, segurando firme a mão de Hoseok, que está deitado na maca da ambulância. Mesmo com dificuldade na hora de falar, ele olhou em meus olhos profundamente e me disse, acariciando meus dedos:

- Obrigado, obrigado por ter salvo a minha vida mais uma vez. - Logo Hoseok fecha os olhos e apaga por completo.