Capítulo 8

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Cheguei  bem cedo à mansão, não porque queria, mas sim porque fui obrigado a levantar com o cantar dos galos

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Cheguei bem cedo à mansão, não porque queria, mas sim porque fui obrigado a levantar com o cantar dos galos. Tomás quando quer abusar de sua autoridade, ele faz isso com maestria. Depois de comer algo, peguei uma lista com uma infinidade de itens que eu deveria comprar. Até tentei ir sozinho, mas não obtive sucesso na minha fuga, Tomás estava eufórico demais e não queria que nada desse errado. Após retornamos, ele se organizou e eu fui descansar ao lado da piscina, essa era uma conversa entre o Gael e o Tomás, eles precisam de privacidade. Eu ouviria tudo de onde estava, mas o garoto não precisaria saber dessa informação no momento.

Cochilei durante um tempo e ao despertar não ouvi mais vozes, levantei-me e andei devagar para não assustar nem um deles. Mas a cena da qual eu me deparei foi muito diferente daquela que eu esperava.

— Ele finalmente quebrou! — observei o garoto deitado sob os travesseiros. A sua expressão já era mais sofrida, mas havia resquícios de lágrimas.

— Sim, mas essa é a primeira etapa dessa louca viagem, ainda tem muita estrada para ser percorrida e dependerá apenas dele daqui em diante — Tomás acariciou o seu rosto carinhosamente.

— O que fará agora? — perguntei.

— Primeiro, temos que levá-lo para o quarto de hóspedes, ele dormirá até amanhã, e com está esfriando, ele pode pegar um resfriado. Depois ligarei para a sua casa, eles vão ficar preocupados se ele não retornar.

Observamos o Gael durante alguns minutos. Então algo que Tomás falou, chamou minha atenção.

— Como você sabe que ele dormirá até amanhã? — Como Tomás não sabe mentir, o seu sorriso sem graça o entregou, ele havia aprontado.

— Vejo o futuro — gracejou, e como não houve a reação esperada, ele falou a verdade — Brincadeira. Eu coloquei um pouco do calmante que o Dan usava no chá. Ele é natural e sem efeitos colaterais, não precisa fazer essa cara — falou, pois não estava acreditando que ele teve a coragem de dopar o garoto — consultei um especialista que me garantiu que nada aconteceria. Gael vai dormir até amanhã. Relaxe, afinal o meu filho também toma esse remédio, não sou louco de dar qualquer coisa a ele.

— Por que toda essa explicação? Parece que você está se sentindo culpado? — Era divertido provocá-lo.

— Seus olhos estavam condenando-me. Eu também tomei o chá, caso você queira saber. Hoje o meu dia foi bem desgastante. Bastian encheu-me o saco.

— Não estou te julgando, você que está se condenando — falei.

— Seus olhos me julgaram, condenaram e eu fui declarado culpado. Eu sempre sou! Pobre de mim.

— Não venha com esse papo, você mesmo provoca as catástrofes que acontecem em tua vida — o lembrei.

— Porque vocês estão discutindo? — Damien havia acabado de se aproximar e nos olhou com desconfiança. Quando não falamos nada, o seu olhar foi para a pessoa deitada sob os travesseiros — Eu vou querer saber porque tem uma pessoa dormindo aqui?

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