MARCOS - SPIN-OFF DA SÉRIE IRMÃOS MUNIZ - LIVRO 4

Capítulo 18

Gael

Fomos recebidos pela mãe do Tomás, que gentilmente nos conduziu para dentro da mansão. Se por fora a residência é linda, por dentro é magnífica. Não entendo muito de arquitetura para dar qualquer opinião, mas quando fui perguntado se tinha gostado da casa, somente respondi que sim. Era estranho ter um lugar assim praticamente no meio do mato, senti-me entrando em um daqueles filmes de época que Angelina via no celular, não sei explicar a sensação, mas me vi deslumbrado com seu interior.

— Você está com a boca aberta, irmão, e ainda diz que eu sou a emocionada - disse Angelina.

Tomás passou o braço em volta do meu pescoço e falou:

— Entendo o que você está sentindo, Gael. Sempre amei essa casa também. Quando era criança, o meu sonho era morar nela. Eu amava tudo aqui, mas como sempre fui muito levado era proibido de chegar até mesmo próximo da porta.

— Você vinha aqui muito aqui quando era criança? — Angelina pergunta curiosa.

— Eu nasci neste lugar — disse ele nos surpreendendo — Morei aqui até os meus dezoito anos, quando decidi sair de casa em busca dos meus sonhos.

— A história não é bem essa... — Sua mãe fala ao passar por nós — Ele fugiu de casa com "o grande amor da vida dele".

— Não fugir. Somente fui pegar do que é meu, antes que outro chegasse e levasse.

Tomás nos convidou a fazer um tour pela casa, acredito que foi para fugir de sua, ela começou a nos contar como seu filho praticamente fugiu com o Sebastian. Confesso que fiquei um pouco intimidado. O moderno e o antigo naquele lugar formavam uma excelente combinação. Nenhum se sobrepunha ao outro. Eles se complementam. Angelina e o papai estavam felizes. Meu pai sorria como há tempos não via. Angie fazia perguntas pertinentes e todas estavam sendo respondidas pelo senhor Lourenço que nos acompanhava.

Após quase meia hora andando, enfim, fomos levados aos nossos quartos. Eu ficaria com Angelina e o meu pai ficaria em outro cômodo. Notei que o andar de cima era quase um labirinto, teria que ter cuidado para não me perder. O meu pai veio nos ver algum tempo depois, sabia que só estava checando para ver se estávamos bem. Se eu estava bem.

­— Aqui tudo é lindo — disse papai.

— Moraria tranquilamente nesta casa — Angelina está encantada com tudo — Mas ainda estou chocada com a história do Tomás. Quem diria que ele fosse fisgar um milionário no cu do mundo. Sua vida parece mais um conto de fadas.

— Não quero ouvir a senhorita falando sobre esse assunto por aí. Além de indelicado, é desrespeitoso para com eles que gentilmente nos convidaram.

— Só comentei com vocês. Não sou louca de falar da vida dos outros.

— Conhecemos você, Angelina. Na primeira oportunidade que tiver, vai abrir essa boca grande — falo.

Descansamos um pouco. Nos avisaram que o jantar seria servido às sete, que atraso não seria tolerado. Pouco antes de nos juntarmos aos outros quase nos perdemos e foi graças ao Joaquim que conseguimos encontrar a sala de jantar.

— Bem vindos, meus queridos. Estão bem acomodados? — A sogra do Tomás pergunta. Não conversamos muito com os outros membros da família. Mas todos nos tratam com muita gentileza.

— Estamos sim. Tudo aqui é lindo — disse meu pai.

— Muito obrigada, quero que se sintam em casa. Esse lugar é muito especial — disse ela.

O jantar foi servido, a conversa estava animada. Havia vida em volta da mesa. As pessoas aqui não fingiam ser o que não eram, eles realmente se amavam muito.