Capítulo 6

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Minha cabeça dói

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Minha cabeça dói. Sinto que estou prestes a enlouquecer. O medo de fechar os olhos e mergulhar no abismo profundo. O desespero que sinto em não conseguir sair, o pânico aterrador de reviver tudo o que aconteceu tem me deixado em alerta total. É um ciclo maldito que me deixa preso a minha mente e com pavor do mundo lá fora e das pessoas. O que muitas vezes faz com que eu perca a noção do tempo, também não faço questão de perguntar ao meu pai ou a Angie as horas do dia ou data de hoje, queria ficar nessa inércia para sempre, era mais seguro do que enfrentar minhas inseguras e fantasmas que assombram o meu passado.

Papai veio mais cedo para conversarmos, no entanto não falamos muito e pela sua cara, eu vi o quanto tem sido difícil para ele lidar comigo. Por mais que ele tente me animar para sair e viver — fazer amigos e ir para baladas como qualquer garoto na idade estaria fazendo agora — eu sinto que ele também quer me proteger ao máximo e o pavor que eu sinto cada vez em penso nessa possibilidade, somente faz com que a fissura existente entre nós fique ainda maior. Portanto, mais uma vez me recrimino por fazê-lo sofrer. É como estar em um looping e nada do que eu faça me tira dele.

Havia acabado de tomar banho e estava me preparando para vestir-me, quando Angie entrou no meu quarto a sua agitação afugentou um pouco o sono que eu estava sentido, o que me deixou em alerta. Afinal ela raramente sem bater na porta ou pedir antes a minha permissão

— O que aconteceu? — indaguei, vendo que ela não parava quieta.

— Gael, você não vai acreditar... — é irritante como ela tem essa péssima mania de não concluir as frases, contudo fiquei mais tranquilo quando percebi que a sua agitação era de alegria por algo que havia acontecido.

— Se você não falar, ficará difícil... — ela me interrompeu.

— O meu futuro marido... — Angelina estava bastante eufórica — Oh! Meu Deus, eu não acredito nisso.

No entanto, sua incoerência já estava começando a dar nos nervos. Toquei em sua testa e não havia febre, um bom sinal. Mas não deixava de ser preocupante toda essa euforia.

— O que tem o seu marido imaginário? — perguntei. Contudo, não estava muito interessado em suas fantasias maritais.

— Ele está em nossa sala — ela fez uma dancinha estranha — Todo vestido de preto, os cabelos perfeitamente penteados para trás e aquele casaco deu-lhe um charme todo europeu. Ele parece um mafioso. Tão lindo! — ela jogou-se em minha cama e começou a rolar de um lado para outro.

— Angelina, eu não quero embarcar em suas fantasias. Eu sei o quanto és inteligente, mas tudo tem limite. Se você veio até aqui para encenar algum teatro, saiba que não estou com disposição para suas fantasias, irmãzinha.

Ela sentou e me olhou com certo desdém.

— O Marcos está em nossa sala nesse instante e quer falar com você, pateta — ela falou sem nenhuma delicadeza. Sentir um frio na barriga. O que ele poderia estar fazendo aqui?

MARCOS - SPIN-OFF DA SÉRIE IRMÃOS MUNIZ - LIVRO 4Onde histórias criam vida. Descubra agora