Há ocasiões em que o destino não dá um empurrão, ele solta uma verdadeira voadora na pessoa. Marcos estava vivendo tranquilamente em um relacionamento com Lorena. Com ela, ele começou a planejar um futuro, com casinha de cercas brancas e um cachorr...
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Pensei que o meu dia iria ser calmo e pacifico. Buscaria Damien na faculdade e tiraria o restante do dia para relaxar, afinal sou de carne e osso, e preciso de momentos assim para aliviar a mente. No entanto, nada foi como o planejado. Nada nunca sai como eu planejo, isso porque Tomás sofreu uma tentativa de assalto, para ele foi algo novo, foi como descobri uma nova realidade, recheada de aventuras com muitos perigos e obstáculos. No entanto, para Sebastian, foi como se alguém muito ousado e sem medo da morte estivesse querendo tirar o seu bem mais precioso. Ele fez com que o Tomás cancelasse todos os compromissos e ficasse em casa, Bastian também adiou a viagem que faria e no final, tudo sobrou para mim. Já que como chefe de segurança, eu deveria estar atualizado nas saídas e chegadas dos guarda-costas. Porém, a pequena praga, saiu sem ninguém o acompanhando, por isso algo assim aconteceu.
Após ouvir todo o sermão do Bastian e de como eu deveria ser mais atento — a vontade de retrucar foi forte, mas calei-me para não colocar mais lenha na fogueira — fui a procura do Tomás, porque tudo o que aconteceu foi culpa dele e aproveitaria para enterrar o seu corpo próximo à fonte, já que era um local mais fácil para fazer uma cova rasa. Mas pela forma que o encontrei em seu espaço de leitura, relaxando como se nada tivesse acontecido, Tomás não estava sentindo nem um gota de culpa pelo que ele havia feito, já que o pequeno demônio ainda teve o atrevimento de sorrir quando me viu.
— Eu sei que você está com raiva e a culpa foi toda minha, mas eu queria ficar um pouco sozinho, dirigir sem ter alguma pessoa soprando em meus ouvidos — ele tentou se explicar, mas não me convenceu.
— Quando algum bandido meter uma bala nessa sua cabeça de vento, eu ficarei feliz em ir ao seu velório — respondi.
— Que mórbido. Mas eu sei que você sentirá a minha falta — sentiria, mas Tomás não precisava saber disso agora.
— Como uma dor de dente — ironizei.
— Mas agora mudando de pau para cavaco, porque eu mandei um bolo para o Gael e não estava sabendo? Precisei usar todo o meu talento artístico como ator para não transparecer que eu não fazia a mínima ideia do que ele estava falando — havia esquecido esse detalhe.
— Você queria que fosse verificar como o garoto estava, mas não iria chegar lá e ficar fazendo perguntas inconvenientes, então passei naquela padaria que você adora, comprei um brownies e o levei em seu nome. O entreguei, vi como o garoto estava e fui embora, não fiquei mais de quinze minutos na residência.
— Eu agradeço por você ter me feito esse favor — disse ele pensativo.
— O pai dele ficou bastante desconfiado e tenho certeza que só entrei na casa por causa da irmã que me reconheceu — falei.
— Ele acabou de me ligar, eu o convidei para vir no sábado para conversarmos melhor. Eu quero muito ajudá-lo Marcos, mas primeiramente ele tem que está disposto a tentar.
— Às vezes, Tomas, queremos ajuda, mas não sabemos como pedir. Ele me lembra muito você em certos aspectos. Além disso, eles não têm em suas vidas alguém tão intrometido como você.
