Capítulo quatro

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Drake

Se existia uma coisa que eu não suportava eram pessoas como aquela Aretha Tyler. Uma droga de uma garotinha mimada, acostumada a ter todas as suas vontades atendidas.

Das poucas coisas que eu sabia a respeito dela – todas por intermédio da minha irmã, que era uma grande fã – ela teve uma vida cheia de polêmicas, que incluíam internação em clínica para dependentes químicos, farras completamente bêbada e drogada em festas e uma imagem que passou, de repente, da adolescente virginal a alguém que a cada dia aparecia tendo um caso com um homem diferente.

Aretha Tyler era uma estrela desde a infância. O sucesso em seu primeiro filme a tirou da vida simples que levava com a família à uma condição milionária. Já devia estar mais do que acostumada a ser mimada, paparicada e idolatrada por todos ao seu redor.

Mas não por mim. Eu não estava ali para ser capacho de uma estrelinha metida a besta.

— Posso saber quem é o senhor? — ela enfim disse algo. Por mais que a cabeça estivesse erguida por conta de nossa diferença de altura, era como se ela me olhasse de cima, com um ar de superioridade.

Como eu não respondi à sua pergunta, James Tyler fez isso por mim.

— Esse é Drake Carter, ele irá cuidar pessoalmente da sua segurança. Será seu guarda-costas.

— Sou o 'brutamontes qualquer' — rebati.

— Isso é ridículo. — Ela olhou para o pai. — O senhor realmente acha que eu vou andar para tudo quanto é lugar com esse armário na minha cola?

— Não vai, senhorita — novamente, eu me manifestei. — Apenas se quiser permanecer viva.

Ela voltou a me encarar.

— E quem vai me manter viva? O senhor? Se eu tiver que levar um tiro, levarei com ou sem a sua presença. Já disse que não vou aceitar isso.

— Não aceitar pode ser assinar a sua sentença de morte.

— E o senhor é muito presunçoso por achar que sua presença seja um fator de relevância para salvar a vida de alguém.

— Esse é o meu trabalho. Mas, como eu já disse, não posso proteger alguém que não quer ser protegida.

— Ótimo então, estamos de acordo.

Houve um silêncio entre nós, em meio a uma troca de olhares onde farpas pareciam ser disparadas mutualmente de forma extremamente violenta. Eu não gostava dela e me parecia claro que ela também não gostava de mim. Em qualquer outra situação, eu viraria as costas e iria embora dali.

Mas não era qualquer situação. Aquela mulher era quem me levaria ao assassino da minha irmã. Eu precisava dela, tanto quanto ela de mim.

No entanto, quem acabou virando as costas foi ela, logo que o celular em sua mão tocou.

— Alô — ela atendeu a ligação, dando alguns passos na sala para se afastar de nós. — Oi, Steve. ...Não, eu sinto muito que meu pai tenha cancelado o treino. Mas ele cometeu um engano, teremos nossa aula hoje, sim. ...Não, prefiro que não venha aqui. Tem como reservar uma sala da academia para mim? ...Tudo bem, estarei aí em alguns minutos. Até mais.

Ela desligou a ligação e voltou a me encarar por um instante, antes de olhar para o pai e tornar a se virar, seguindo em direção à porta que levava para a parte externa na casa.

Protetor - A Vingança do meu Guarda-costas [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora